Principais Remédios para Ansiedade, Depressão e Síndrome do Pânico
Se você quer saber quais são os Principais Medicamentos Psiquiátricos utilizados por neurologistas, psiquiatras, diversos outros tipos de médicos, fique até o final deste artigo, porque o Dr. Willian Rezende do Carmo, médico neurologista, fundador da Clínica Regenerati e que no seu canal do YouTube fala sobre Dor, Sono, Parkinson, Emoções e Neurologia como um todo, vai abordar sobre isso.
Principais Medicamentos Psiquiátricos
Os medicamentos psiquiátricos são, na verdade, medicamentos psicotrópicos, para poderem atuar sobre a psique humana e diversos aspectos do funcionamento do cérebro.
Eles não podem ser encarados apenas como medicamentos para pacientes psiquiátricos, pois também servem para diversos outros tipos de patologias em pacientes que não são psiquiátricos – esse é o primeiro ponto e estigma que tem que ser quebrado desses medicamentos.
Eles têm diversas funções e têm que pensar neles como moléculas que atuam em uma química do cérebro, que tende a ter em qualquer tipo de pessoa e não só em quem é “lelé da cuca” e doida, e, com isso, podemos vê-los apenas como medicamentos.
Por exemplo, é igual pensar: “ah, medicamentos para controle da diabetes são apenas para pessoas gulosas que só comem doce?” Não, tem as que são magrinhas e têm a diabete autoimune e têm que usar o medicamento para diabetes.
E, tipo assim, não tem que ter um julgamento da pessoa por conta do fármaco que utiliza. Esse é o ponto número um que tem que ser feito para quebrar os preconceitos em relação aos medicamentos que atuam no sistema nervoso central e são muito rotulados.
Vamos explicar sobre fármacos que são classificados fundamentalmente como antidepressivos, mas não são só para depressão; estabilizadores de humor, que também não são só para estabilizar o humor; antipsicóticos, que não são só para quem está em psicose; e ansiolíticos, que também não são só para ansiedades, mas fundamentalmente, na parte psiquiátrica, são classificados dessa maneira.
Antidepressivos
Entre os antidepressivos temos diversas classes, sendo que o principal e puxa a fila deles é o inibidor de recaptação seletiva de serotonina.
ISRS: Fluoxetina, Paroxetina, Sertralina,Escitalopram, Citalopram, Fluvoxamina
Os ISRS (Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina) acabam fazendo com que tenha mais serotonina na fenda sináptica, o neurônio vai liberar a serotonina para ativar o outro neurônio, ela rapidamente é pega de volta e quebrada, degradada.
Agora, se você inibe, no momento em que ela é recaptada para ser degradada, fica mais fora, então, tem mais serotonina na fenda sináptica e isso acaba gerando uma cascata de transformações de ativação e inativação de neurônios que acaba tendo o efeito antidepressivo que esperamos com o fármaco.
Os antidepressivos fundamentalmente são para tratar depressão, mas não só transtornos depressivos; também servem para transtornos ansiosos, pânico, transtorno de estresse pós-traumático, transtornos de humor relacionados à flutuação hormonal, que são os transtornos de humor da TPM, o transtorno disfórico pré-menstrual e, assim, uma gama de coisas. Igualmente para tratar insônias, ejaculação precoce, diversos tipos de dor, compulsões, TOCs, fobias etc.
Eles são especialmente bons para diversos tipos de patologias relacionadas às disfunções do sistema límbico, que é o sistema relacionado às emoções, à parte do cérebro relacionada ao circuito das emoções.
Exemplos de inibidores seletivos da recaptação de serotonina, o clássico e o primeiro deles que mais fez sucesso e até hoje é um fármaco, uma molécula, muito utilizado é a fluoxetina.
Na época, quando chegou, muitos ficavam até fazendo um desserviço falando que era ‘A Droga da Felicidade’, como se a pessoa que não tivesse felicidade na vida bastasse tomá-la que ia começar a ficar feliz e ver o mundo todo rosa, e não é assim.
Se ela não tem doença e toma o antidepressivo, não fica mais feliz; porque ele funciona como um óculos, em que, no momento da doença, quando a pessoa está depressiva ou ansiosa, está como se vendo o mundo como um míope vê, tem uma visão de mundo deturpada.
Ele põe os óculos e enxerga o mundo normalmente; o medicamento é isso, ele põe os óculos na lente da visão emocional e começa a ver o mundo normalmente, não cor de rosa, não de ‘dar barato’.
E a fluoxetina foi a primeira de todos e ainda é um fármaco muito bom, muito utilizado e com muitas indicações. Surgiram vários outros e cada um trazendo especificidades em cima de características de efeitos colaterais. Maior eficácia para um, maior aspecto para outro e assim foram sendo desenvolvidas as novas moléculas.
Foi feita também a paroxetina, que é especialmente boa para pânico e síndromes ansiosas, mas tem mais efeitos colaterais no sentido de ganho de peso.
A sertralina é uma molécula muito boa como antidepressivo no sentido de que é extremamente bem tolerada, de baixos efeitos colaterais. Assim, acaba sendo muito bem aceita e é especialmente boa para, por exemplo, transtorno de estresse pós-traumático.
O escitalopram veio para ser uma grande revolução, é especialmente bom para depressão e ansiedade, é uma molécula muito boa para depressões ansiosas e acaba ajudando a ter um poder de controle emocional rápido.
O que tem de desvantagem é que em médio a longo prazo também pode aumentar o ganho de peso, dar diminuição de libido, mas não traz tantos efeitos colaterais, por exemplo, quanto a paroxetina. Já o citalopram é a versão antiga do escitalopram, é mais fraquinho e com mais efeitos colaterais.
A fluvoxamina é especialmente boa para síndromes ansiosas e TOC, é uma molécula que ganha de bula indicação para Transtorno Obsessivo-Compulsivo, não tem tanta associação com ganho de peso, mas não é fácil de ser adaptada, a pessoa tem dificuldade em ter uma introdução da fluvoxamina – depois que acostuma com o fármaco, a molécula é até boa também.
Duais: Venlafaxina, Desvenlafaxina e Duloxetina
Existem os antidepressivos duais, que atuam tanto na serotonina, aumentando a quantidade de serotonina com o efeito de inibição de recaptação de serotonina, quanto também nos receptores de noradrenalina.
Por exemplo, atuam na serotonina, mas também atuam muito bem aumentando e ativando a noradrenalina no cérebro, que dá energia, ativa a pessoa, que, às vezes, pode até sair da depressão, mas ainda não está com muita energia.
Eles têm, como um todo também, uma característica especialmente boa no controle de dor, pois ativam vias inibitórias descendentes, que descem do córtex para medula, e quando são ativadas, inibem a percepção de dor.
E isso é normal, o corpo sente, aumenta ou diminui a percepção de dor a depender do funcionamento global do cérebro, estado emocional e de diversas outras coisas. Por isso, esses especificamente, muitas vezes, são utilizados até para pessoas que, tipo, estão com artrose no joelho, não estão com nada de dor de aparentemente um problema emocional, mas é possível ajudar no controle da percepção de dor.
A duloxetina é o que tem maior efeito noradrenérgico, tem serotonina e noradrenalina mais ou menos meio a meio. Depois, vem a desvenlafaxina, que tem um pouco menos: tem mais serotonina do que noradrenalina, mas já é em uma proporção próxima a meio a meio. E depois tem a venlafaxina, que tem muito mais serotonina do que noradrenalina e para ter efeito noradrenérgico, tem que ser em doses bem mais altas.
Especialmente a venlafaxina é melhor em aspectos de ansiedade, a ‘desvenla’ e a duloxetina são especialmente boas quando a pessoa tem realmente depressões mesmo, falta de energia. Ela também pode ser boa no aspecto de ansiedade, mas sabendo que a adaptação inicialmente não vai ser boa, vai ser um pouco complicado. Principalmente, a duloxetina pode ter efeito da pessoa contrair e ter mais mordida, trismo; a ‘desvenla’ também, mas menos.
Das características destes é muito comum que todos causem boca seca, intestino preso, constipação e transpiração, por conta do efeito da noradrenalina. É muito fácil as pessoas começarem a ter uma sensação de calor ou, às vezes, aumentar muito a transpiração – às vezes, dá para tolerar, em outras, não; isso vai depender de cada um.
Multimodais: Vortioxetina, Agomelatina
Existem os antidepressivos multimodais, que atuam em diferentes receptores de serotonina, em vias de dopamina, noradrenalina, em receptor de melatonina e assim por diante. Então, como atuam em diferentes vias de ativação e inativação do cérebro, são chamados multimodais.
O multimodal que ganhou maior visibilidade, é o mais multimodal mesmo é a vortioxetina, que é relativamente nova e especialmente boa para depressões mais graves, mas também mais leves, e principalmente para as que tenham sintomas cognitivos, porque isso acaba melhorando bastante o aspecto cognitivo do paciente.
E tem um efeito excitatório muito grande, o paciente que melhora, realmente tem um ganho de energia com a vortioxetina e isso pode ser um problema se tem uma depressão com muita ansiedade. Se a proporção de ansiedade é muito maior do que o aspecto depressivo, a vortioxetina pode agravar os sintomas da ansiedade, especialmente no início, e não ser fácil da pessoa tolerar o fármaco.
A agomelatina é uma molécula já bem mais antiga, mas é multimodal também, não tão amplamente quanto a vortioxetina, mas atua em receptores de melatonina, em vias serotoninérgicas.
Ela não tem uma potência antidepressiva tão grande, mas para pessoas que têm uma depressão e certo problema na regularização do sono, e falta uma sensação de brilho na vida, de ter aquela energia a mais, a agomelatina é especialmente boa e é uma ferramenta muito bem tolerada – é comum ter pessoas que estão com queda de libido e pela ativação de dopamina da agomelatina acaba dando um aumento.
IMAO: Tranilcipromina
Temos outra classe de medicamentos que são os IMAOs, os inibidores da enzima MAO, que degradam não só as moléculas de serotonina, como também neurotransmissores de dopamina.
E como inibe a molécula que vai degradar as aminas, como a serotonina, a dopamina e outras, acaba tendo de novo mais moléculas dentro do neurônio para poder liberar, ou seja, você melhora a reutilização das próprias moléculas que tem caso sejam poucas.
São antidepressivos potentes, são moléculas antigas e não tão utilizadas hoje por causa, fundamentalmente, do grande nível de interação farmacológica que têm, de restrições alimentares e efeitos colaterais. São fármacos que facilmente trazem vários efeitos colaterais, como queda de pressão, interação com comidas relacionadas aos derivados do queijo, uma gama de medicamentos e outras coisas.
Tem pacientes que acabam tendo melhora basicamente com IMAO, por exemplo, um medicamento que a molécula é a tranilcipromina, que todo mundo só sabe chamar de Parnate.
Ela é um antidepressivo IMAO especialmente bom para pessoas que têm depressão ansiosa, principalmente a ansiedade de alta complexidade, de alta refratariedade, quem já tomou um monte de coisa e nada resolveu.
E a questão é que tem que ter as orientações alimentar, dos outros fármacos, tem que ter uma vigilância, o ajuste é fino, o medicamento tem que ser tomado 3, 4 vezes ao dia, tem que ficar ajustando a dosezinha – é bem mais trabalhoso, mas é potente e muito boa; isso é para médicos experientes.
Tricíclicos: Amitriptilina, Nortriptilina, Clomipramina, Imipramina
E temos também o clássico dos clássicos dos antidepressivos e talvez seja um dos mais utilizados de toda história da humanidade, que são os tricíclicos. São antigos também e têm ações diferentes, atuando de diferentes maneiras no cérebro e têm efeitos serotoninérgico, anticolinérgico e outros também no corpo.
Temos vários exemplos, como a amitriptilina, nortriptilina, clomipramina e imipramina, que são utilizadas de diversas maneiras. A amitriptilina, por exemplo, é especialmente boa, é um clássico para pessoas que têm dor. A nortriptilina é como se fosse uma amitriptilina mini, não é tão potente, mas também não dá tantos efeitos colaterais.
A clomipramina é muito famosa entre pessoas que têm um TOC, o Transtorno Obsessivo-Compulsivo. E a imipramina também serve para diversas outras coisas e ainda muito utilizada até em quem tem diurese noturna.
Alguns dos principais efeitos colaterais dos tricíclicos são ganho de peso, aumentam muito o apetite, por doces, causam constipação, prendem o intestino, podem diminuir e ter problemas cardíacos e arritmias. Especialmente, em doses bem maiores, causam sonolência e tendem a dar alterações na visão facilmente, da pessoa ficar tendo uma dificuldade na regulação do cristalino e isso acabar afetando a visão.
Mas têm o seu lugar e são fármacos extremamente úteis quando bem indicados, para até quem tem depressão, quando tem PCR, a proteína C reativa, comumente aumentada, o melhor fármaco que existe, de longe, é a amitriptilina e tem metanálises para isso.
Estabilizadores do Humor
Existem os medicamentos que são os estabilizadores de humor, que são para quando a pessoa tem uma variação do humor muito grande, uma labilidade emocional.
A indicação clássica é quando há o transtorno afetivo bipolar, que não é que está tranquila de manhã e louca de tarde, é quem passa um período em mania, fica super eufórica o tempo todo, não dorme, fala muito, é agitada, não consegue nem parar para dormir por dias. Depois vem o polo depressivo, em que fica deprimida, mal e isso pode ser por dias, semanas, meses.
E a ciclagem deles é demorada, não é do dia para noite e de uma hora para outra, isso é outra coisa, é a labilidade afetiva. Logo, os estabilizadores do humor ajudam tanto na labilidade afetiva quanto na pessoa que é bipolar.
Lítio
O lítio é o medicamento mais clássico para se tratar o transtorno afetivo bipolar, é o melhor, tem mais evidência, é o que mais estabiliza o humor, mais evita a pessoa de entrar em mania e depressão.
E especialmente bom para tirar ideação suicida: se a pessoa está pensando em se matar, o lítio é o melhor que tem para tirar esses pensamentos da cabeça – e também cetamina, mas tem que ser injetada.
A questão é que dá efeitos colaterais, engorda, afeta a tireoide, tem que ficar dosando certinho no sangue para saber o tanto de lítio que tem, porque se ficar abaixo, tem efeito, se ficar acima, tem efeito colateral. É um medicamento trabalhoso, mas muito bom – tem pessoas com transtornos bipolares e que têm aspectos psiquiátricos que só melhoram com ele.
Anticonvulsivantes: Ácido Valproico, Lamotrigina, Carbamazepina
Existem outros medicamentos que igualmente atuam como estabilizadores de humor que são os anticonvulsivantes, mas utilizados também na psiquiatria, como o ácido valproico, a lamotrigina e até mesmo a carbamazepina.
Todos têm características: o ácido valproico, por exemplo, ajuda um pouco mais também na ansiedade; a lamotrigina é um pouco mais excitatória, melhora um pouco a depressão; a carbamazepina é mais sedativa e ajuda a tirar transtornos de agressividade, por exemplo. Todos estes acabam tendo um efeito de ajudar a estabilizar o humor, de ajudar a pessoa a ficar nem para cima nem para baixo.
Os anticonvulsivantes, cada um deles, têm seus efeitos colaterais específicos. O ácido valpróico engorda, dá espinha, cai cabelo e é hepatotóxico. A lamotrigina tem facilidade de dar síndromes alérgicas, facilmente dá Stevens-Johnson. E a carbamazepina facilmente dá muita sedação e a pessoa acaba tendo uma lentidão de raciocínio, uma lentidão mental.
Antipsicóticos
Os antipsicóticos são fundamentalmente medicamentos bons e indicados para reduzir sintomas de psicose, que são desde alucinações, auditivas e visuais, ideias delirantes, não condizentes com a realidade, pensamentos de que são pessoas teleguiadas ou que têm vozes de comando etc, acabam tendo ilusões e confusões mentais.
Mas não só, porque igualmente podem atuar como estabilizadores de humor, medicamentos sedativos, podem até mesmo auxiliar no tratamento de alguma depressão. Servem até, em alguns casos, mesmo que a pessoa não tenha alguma psicose, para, por exemplo, pensamentos muito acelerados, porque acabam reduzindo essa frequência e velocidade de pensamentos.
Eles são classificados em gerações, de acordo com a época em que são desenvolvidos, e como apresentam ou não certas características.
Primeira Geração: Clorpromazina, Haloperidol, Sulpirida, Levomepromazina
Tem os de primeira geração que são medicamentos que atuam muito fortemente nos receptores de dopamina e justamente por antagonizar antidopaminérgicos de maneira inespecífica, bloqueiam a ação da dopamina e tiram efeitos psicóticos.
Porém, também acabam levando aos sintomas extrapiramidais, parkinsonianos, igual aos medicamentos para Parkinson, que ativam a dopamina, soltam a pessoa, mas podem deixá-la psicótica – os antipsicóticos típicos tiram psicose, mas podem deixá-la dura, rígida, trêmula, parkinsoniana.
Existem vários medicamentos da primeira geração, como, por exemplo, a clorpromazina, que é o Amplictil, um medicamento ainda muito utilizado e no sentido de que é bom muito mais do que antipsicótico como medicamento para controle de dor; é especialmente bom para fazer o detox, a saída de abuso de analgésicos, é muito bom para controle de dores de cabeça intensas.
O haloperidol, que é o arquétipo de um medicamento antipsicótico de primeira geração, causa muito efeito extrapiramidal, parkinsonismo, mas, em alguns casos, isso é até desejável: se a pessoa tem, por exemplo, uma síndrome hipercinética, como o Tourette, é bom, porque diminui o excesso de movimentos.
Temos a sulpirida e a levomepromazina, que, muitas vezes, são usadas como medicamentos para auxiliar a dormir, mas nem assim tão boas.
Segunda Geração: Clozapina, Olanzapina, Quetiapina, Risperidona, Amissulprida, Aripiprazol
De segunda geração, fundamentalmente, têm um aspecto de ter menos efeitos extrapiramidais, mas não só isso, têm características muito individualizadas.
A clozapina, de todos, é o que menos têm efeitos extrapiramidais de antipsicóticos, atua muito antagonizando os receptores 5-HT2A e 5-HT2C, e tem um efeito antipsicótico muito forte, muito potente, um dos melhores antipsicóticos, mas tem muitos efeitos colaterais no sentido de ganho de peso, constipação e pode, em doses mais altas, afetar a formação de elementos do sangue, pode dar agranulocitose.
A olanzapina tem um efeito antipsicótico muito bom, mas causa também algum grau de efeito extrapiramidal, assim como efeitos metabólicos. A quetiapina é a mais versátil desses, porque tem uma gama muito grande de indicações, é um antipsicótico bom, igualmente tem efeito sobre a ansiedade, tem efeito hipnótico no sono, pode ser adjuvante terapêutico na depressão, normalmente, não têm tanto efeito extrapiramidal em dose mais baixa, começando a apresentar somente em doses mais altas.
E tem uma questão: quando precisa indicá-la para tratamento de Delirium e agitação, precisa ser de uma forma contínua, por isso, costuma ser, tipo, 3 vezes durante o dia ou até mais, porque a meia-vida dela não é tão grande e tem a forma de apresentação de liberação lenta.
A risperidona é de poder antipsicótico também forte, poderoso, não tem tantos efeitos metabólicos quanto a clozapina, olanzapina e quetiapina, traz um efeito extrapiramidal, mas especialmente em doses mais altas, e tem um ajuste de dose não tão grande, podendo ficar muito bem com as doses pequenininhas e a maior dose não é tanto assim. Ela é especialmente boa quando começa a ter agitação, por exemplo, de pacientes com TDAH e pensamentos muito acelerados.
E dos melhores antipsicóticos em termos de real eficácia, que veio em uma metanálise, junto com a clozapina, é a amissulprida, um antipsicótico de segunda geração que tem um efeito de controle de elementos de psicose em um nível de evidência, de eficácia, muito grande, no nível da clozapina.
Ela tem um efeito colateral que é de aumentar muito a prolactina, podendo, às vezes, também causar a saída de leite da mama, que é a galactorreia, o que é facilmente manejável, a maior parte das pessoas não deixa de usar por conta disso. É bem tolerada como um todo e não tem efeitos metabólicos tão fortes quanto outros, em doses maiores vai ter, mas não tanto quanto, por exemplo, a clozapina, olanzapina ou até mesmo a própria quetiapina.
Até, às vezes, é indicada por ginecologistas, obstetras ou pediatras para as mães que acabaram de ter filhos e não estão tendo tanto leite, porque acaba estimulando de maneira indireta, já que ativa a produção da prolactina.
Outro de segunda geração é o aripiprazol, que tem um efeito antipsicótico muito bom, muito potente, mas, particularmente, até o conheço mais sendo utilizado como adjuvante terapêutico para depressão.
Em doses baixas, tem um efeito excitatório, melhora bem a energia, mas tem um efeito colateral grande, que é a facilidade de ter acatisia, que dá vontade de querer mexer a perna, sair andando, fugindo, é uma inquietude muito grande – é um efeito colateral que pode ter com qualquer antipsicótico, mas alguns têm maior propensão a dar isso e o aripiprazol é um deles.
Terceira Geração: Aripiprazol, Brexpiprazol, Lurasidona
Por exemplo, em termos de efeitos metabólicos, é relativamente baixo, na terceira geração, que são antipsicóticos já bem mais selecionados e muito mais limpos nos efeitos colaterais.
Na verdade, acabam atuando como elementos multimodais como o brexpiprazol, um antipsicótico novo, que tem efeito multimodal, atua em várias frentes, desde antidepressivo, estabilizador de humor, antipsicótico e tem poucos efeitos colaterais, tende a dar alguma agitação, mas porque, apesar de ser antipsicótico, igualmente pode ter um efeito excitatório, mas a grande questão é que é realmente muito mais bem tolerado e de menos efeitos colaterais do que outros.
E veio outro também, não tão novo quanto o brexiprazol, que é a lurasidona, que vem como um antipsicótico. As principais vantagens, de menor efeito metabólico de todos, são ganho de peso, aumento do colesterol, maior risco de AVC, infarto e outras coisas mais que podem acontecer com o uso em longo prazo.
Os antipsicóticos são ferramentas importantes e não são utilizados somente para quando a pessoa está com psicose – entendam isso que não vão ter preconceito com esses fármacos e vão poder ter o benefício quando bem indicados.
Ansiolíticos
Outro tipo de fármaco muito utilizado e, às vezes, até mais por médicos não propriamente da área da Neurociência, como ‘neuro’ ou ‘psiquiatra’ por cardiologista e clínico, são os ansiolíticos.
Benzodiazepínicos: Clonazepam, Alprazolam, Lorazepam, Bromazepam, Diazepam
Especialmente os benzodiazepínicos, que são aqueles de tarja preta e a receitinha é azul, como os ‘PAMs’, o clonazepam, alprazolam, lorazepam, bromazepam, diazepam.
Todos são fármacos que atuam no receptor GABA de maneira inibitória e como a transmissão gabaérgica inibe o sistema nervoso central, reduzem a ansiedade.
Antigamente, o diazepam era o fármaco mais popularmente difundido, hoje, ganharam o lugar dele, justamente por terem características melhores, o clonazepam e o alprazolam, mas ainda assim são utilizados o lorazepam, bromazepam e o próprio diazepam.
Eles são como base também anticonvulsivantes, mas são muito mais utilizados como medicamentos ansiolíticos. São também muito bem utilizados para conter crises de abstinência alcoólica, espasmos, crises de ansiedade, de pânico, e, de uma maneira não tão boa, para também tratar insônia – desde que seja transitório o uso deles para o sono, valem.
Mas são igualmente chamados de medicamentos ansiolíticos porque não necessariamente tratam, mas fundamentalmente reduzem sintomas da ansiedade.
Buspirona
E temos ansiolíticos não benzodiazepínicos, como, por exemplo, a buspirona, que atua em vias diferentes e tende a ter um efeito de controle de ansiedade por vias de serotonina, e pode ter alguns efeitos colaterais se muito associada com outros elementos serotoninérgicos.
Ela tem uma questão que não funciona para todo mundo; tem uma gama de pessoas, uns 40%, em que não funciona, mas tem 60% em que funciona e muito bem. E pode ser em doses relativamente baixas, até moderadas, e que ajudam a modelar a ansiedade da pessoa de uma maneira boa, sem causar dependência, vícios, sem causar os problemas do benzodiazepínico.
Gabapentinoides: Gabapentina e Pregabalina
Tem também os medicamentos para ansiedade que são os gabapentinoides, que atuam no receptor GABA e não são benzodiazepínicos, mas anticonvulsivantes que atuam inibindo o cérebro, tanto para inibir a atividade epiléptica quanto para inibir a ansiedade também, sendo os principais deles a gabapentina e a pregabalina.
Para serem utilizadas como medicamentos para ansiedade têm que ter uma distribuição ao longo do dia e, geralmente, têm que ir em doses relativamente grandes porque o controle da ansiedade não vem com doses normalmente tão pequenininhas, especialmente se for muito grande, aquelas pessoas muito ansiosas – para poder inibir a ansiedade, o médico tem que acabar chegando em doses boas até, por exemplo, de 150 mg, 3 vezes por dia de pregabalina e funciona bem.
A grande questão disso tudo é ajustar exatamente a menor dose para um melhor efeito, que não fique dando efeitos colaterais de sonolência, edema nas pernas, constipação ou outros elementos relacionados ao uso dos gabapentinoides.
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