Tratamento dos Espasmos do Sono

Espasmo do Sono – Sensação de Cair Durante o Sono

Se você quer saber sobre Espasmos do Sono, que acontecem no início ou durante o sono, fique até o final deste artigo que o Dr. Felipe Borelli Del Guerra, médico neurologista, formado pelo Hospital das Clínicas, que tem especialização em Doenças Cerebrovasculares, trabalha em hospitais, como Sírio-Libanês, Oswaldo Cruz, Santa Paula e Carlos Chagas, e é membro da Clínica Regenerati e da Clínica CRC Inspira, vai abordar sobre isso.

Definição de Espasmos do Sono

Hoje, vamos explicar para vocês sobre um tema muito importante e interessante, que são os espasmos do sono ou mioclonia do sono. Esse é um distúrbio do sono que ocorre principalmente em um período de transição entre o estado em que estamos acordados para o qual vamos iniciar o sono – geralmente, chamamos de adormecimento ou sonolência.

Esses espasmos ou mioclonia do sono são contrações musculares involuntárias rápidas, de partes do corpo ou juntamente do corpo todo. Geralmente, pode ser um braço, uma perna, de um lado inteiro do corpo.

Normalmente, a pessoa pode percebê-los como sustos, pulos, uma sensação de que está prestes a cair ou está caindo, e ainda talvez uma sensação de desequilíbrio. Esses movimentos, geralmente, ocorrem de forma espontânea ou devido aos estímulos externos, como, por exemplo, tem algum barulho no ambiente ou uma pessoa toca na outra – isso pode levar ao aparecimento desse sintoma.

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História Natural

Geralmente, esses espasmos são muito frequentes na infância, decorrentes da maturação cerebral natural do desenvolvimento da criança, mas também podem ocorrer no adulto em algumas situações, principalmente, quando estamos mais estressados, cansados, tivemos um consumo excessivo de cafeína, substâncias estimulantes, como os energéticos, as drogas ou ainda outras substâncias.

Momentos em que também ficamos sem dormir ou dormimos mal, podemos apresentar isso no outro dia. Eu mesmo quando dou plantões noturnos ou passo dias muito cansativos e estressantes, costumo sempre ter as mioclonias ou espasmos do sono.

O meu tipo é sempre aquele em que a pessoa sente que está caindo, então é um pouco incômodo, porque realmente dá a impressão de que você caiu de certa altura e bateu na cama; é uma coisa até meio esquisita de contar para vocês. Não sei se mais alguém tem esse tipo de espasmo em que sente que está caindo, então conta a sua experiência para nós nos comentários do artigo.

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Geralmente, esse distúrbio não causa nenhum tipo de problema a mais, não evolui, não é progressivo e não requer nenhum tipo de tratamento específico, a não ser que esteja muito frequente, pois pode levar a insônia. Às vezes, o indivíduo pode ter dificuldade de começar a pegar no sono, porque toda vez que pega no sono, ele acaba tendo um surto, a sensação de queda ou o pulo nos membros dele.

O maior problema desse tipo de distúrbio é a dúvida se pode ser uma coisa mais séria e, às vezes, é o motivo que as pessoas acabam procurando o médico neurologista. Geralmente, a história clínica é o suficiente para tratar os sintomas dos espasmos do sono, que é uma coisa benigna.

Outros Movimentos do Sono

Temos que fazer diagnóstico diferencial com outros distúrbios do sono. E o principal, nesse caso, que pode trazer dúvida para o médico e para o paciente, é quando temos mioclonias epiléticas, que de certo modo são parecidas com os espasmos no sono: também são contrações rápidas, súbitas e involuntárias, principalmente de membros ou do corpo todo.

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Normalmente, a pessoa pode descrevê-las também como sensação de choques, trancos, sustos ou até movimentos, como relance. No geral, quando é de origem epiléptica, esses movimentos acontecem ao acordar e não ao tentar dormir, são muito mais comuns pela manhã. E geralmente, junto com eles, a pessoa pode ficar fora do ar, a responsiva, com alteração do nível de consciência dela.

E a diferença é que quem tem as mioclonias epiléticas não vai tê-las só nesse período em que vai tentar dormir ou acordar, vai ter também durante o dia. Então, isso, principalmente, nos ajuda a tirar a dúvida se é uma mioclonia do sono ou uma mioclonia epiléptica.

Obviamente que também podemos lançar mão de outros métodos diagnósticos, como o eletroencefalograma, e também vamos poder detectar as descargas cerebrais e ver se trata-se de uma mioclonia epiléptica, não de uma mioclonia fisiológica, como a do sono.

Também temos outros transtornos do sono que podem gerar certa confusão; um deles são os movimentos periódicos dos membros durante o sono e, geralmente, o indivíduo acaba tendo movimento das pernas como se fossem principalmente chutes, movimento de pedalar, bicicleta, que podem levar ao despertar.

Ou a pessoa que não costuma sentir nenhum incômodo, pode acordar a companheira ou o companheiro do lado, e ocasionar insônia – isso é diferente do indivíduo que vira frequentemente na cama à noite. A pessoa, às vezes, nem tem noção de que tem esses movimentos de maneira noturna; quem pode contar é quem vê o paciente dormir ou convive com ele.

Você que está lendo o artigo, também comenta o que está achando e a sua história, se você tem algum outro movimento do sono e vamos discutir.

Igualmente temos outra doença que é outro distúrbio que acontece não propriamente no sono ou durante ele, mas em um período em que a pessoa está próxima a iniciar o sono, que chamamos de síndrome das pernas inquietas.

Ela descreve essa doença, comumente, como um desconforto, uma agonia, uma pinicação, um formigamento, que incomoda, principalmente dos pés às pernas, e até às coxas; em algumas pessoas pode chegar até mãos e braços. E esse desconforto melhora muito quando a pessoa levanta e vai mexer as pernas, caminhar.

É geralmente assim que conseguimos detectar esse tipo de doença; o diagnóstico é clínico, é mais comum em pessoas idosas, com Doença de Parkinson, doença renal crônica, neuropatias periféricas, pacientes grávidas e quem tem deficiência de ferro.

Nesse caso, esse tipo de distúrbio vai gerar muito incômodo, principalmente naquele período em que a pessoa vai ficar de maior repouso ou vai tentar dormir, e não vai conseguir.

Tratamento dos Espasmos do Sono

É muito incapacitante e muito incômodo, então o tratamento geralmente se faz necessário. Ele é feito com algumas medicações dopaminérgicas ou usamos a gabapentina e pregabalina, que vão tanto ajudar a induzir o sono quanto evitar o surgimento desse desconforto. Muitas vezes, é necessário repor também o ferro para poder melhorar.

Voltando agora aos diagnósticos diferenciais dos espasmos do sono, vamos abordar também sobre outros tipos de movimentos rítmicos relacionados ao sono. Então, temos alguns indivíduos que podem ter movimentos como se fossem rituais para poder pegar no sono – podemos chamar de, é um nome em inglês, headbanging ou body rocking. É como se fosse realmente, a pessoa gosta de ouvir um rock ou uma música que a estimula a movimentar os membros.

Geralmente, ela vai ter movimentos de balançar a cabeça de um lado para o outro, de maneira bem rítmica, e virar o tronco ou a perna de um lado para o outro, e isso vai ter a duração de alguns minutos.

Normalmente, a pessoa sempre faz isso para poder pegar no sono, iniciar o sono; geralmente é uma coisa que ocorre de maneira consciente, mas de certa maneira involuntária, nem sempre é voluntária.

Isso é muito comum na infância, pode trazer muitas preocupações aos pais, mas faz parte do desenvolvimento normal, não é uma condição problemática, e até o início da adolescência, da vida adulta, na maior parte dos casos, desaparece. Mas também se não desaparecer, não é um motivo de ser alguma doença ou necessidade de um tratamento específico.

Às vezes, o que acaba trazendo um desconforto é quando outra pessoa acaba dormindo com ela ou permanecendo no mesmo ambiente, e vê os movimentos, pode questioná-la porque faz isso, se pode ser uma doença neurológica grave ou outra coisa mais grave, mas não se trata de nada disso, é uma situação em que pode conviver normalmente. Se a pessoa quiser tentar evitar esse tipo de movimento, podemos fazer algum tratamento psicológico ou eventualmente até medicamentoso.

De todas essas condições que explicamos para vocês, além dos espasmos do sono, síndrome das pernas inquietas, síndrome dos movimentos periódicos dos membros, movimentos rítmicos relacionados ao sono, mioclonias epilépticas, o exame que ajuda a diferenciar cada uma delas é a polissonografia, que é feita em laboratório do sono com motorizações e filmagem.

Quando temos dúvida ainda se é etiologia epiléptica, no caso, podemos fazer alguns exames adicionais, como eletroencefalograma e ressonância magnética de crânio.

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