tremores

Tremor – Causas de Tremores

Neste conteúdo, vamos abordar sobre Tremores, os diversos tipos que existem, as diferentes idades, a classificação e tudo que você queira saber sobre o assunto. Então, fique neste artigo, porque o Dr. Willian Rezende do Carmo, fundador da Clínica Regenerati e que no seu canal do YouTube fala sobre Dor, Sono, Parkinson, Tremores, Emoções e tudo que mais está relacionado com a Neurologia e os problemas dos nossos pacientes, do nosso dia a dia, vai explicar sobre isso.

Tremores

Um dos problemas bem comuns do dia a dia, que nós atendemos na Clínica, são tremores, dos mais diversos tipos

Primeiramente, tremor é uma coisa comum na humanidade, não é raro de se ver. É importante ter o correto conhecimento para ter a distinção daquilo que é uma coisa benigna, tranquila, do que pode estar relacionado também com uma patologia que seja tratável ou não, que tenha maior ou menor gravidade.

Neste artigo, vamos destacar a classificação dos tremores, os tipos, os exames para investigar e os principais por cada faixa etária de paciente.

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Classificação dos Tremores

A classificação envolve, primeiramente, tremores de repouso, de ação e quanto à frequência deles.

Tremor de Repouso

O tremor de repouso é quando a pessoa está em repouso, não está prestando atenção na mão, por exemplo, está com o celular, conversando, distraída e tremendo. Ela olha, para; volta a conversar, fica distraída com o celular, um controle remoto ou alguma coisa na mão, treme.

Tipicamente, quando está sustentando parada ou sobre alguma superfície. Por exemplo, a mão na mesa ou no braço da cadeira, e começa, sem ela ver, a dar uma tremidinha.

Tremor de Ação

Tremor de ação é classificado em postural, cinético, intencional, tarefa específica e isométrico. O postural é, tipo, manter a postura e depois de um tempo começar a tremer quando está mantendo uma postura sustentada.

O tremor cinético, que é de ação, vem durante o movimento; a pessoa está mexendo e treme durante o movimento que está realizando. Ou como, por exemplo, ela vai pegar uma caneta e escrever ou desenhar uma espiral, quando está movimentando, está tremendo.

O intencional é quando tem a intenção de fazer alguma coisa e ao estar próximo, treme. Por exemplo, você traz o nariz na ponta do dedo, quando está chegando perto, treme. Ou quando está na intenção de chegar no final do seu movimento.

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Tremor tarefa específica surge somente quando a pessoa está fazendo uma tarefa muito específica, como, tocar flauta. Ou está com a mão no mouse e ao pegá-lo, começa a querer tremer. Ou o tremor só surge na hora da escrita, sentada, por exemplo; se ela escreve na lousa, de pé, não treme.

E o tremor isométrico é quando você está segurando alguma coisa em isometria e começa a tremer daquele esforço, daquele momento de isometria.

Frequência dos Tremores

E os tremores podem ser de baixa frequência, que é menos de 4 Hertz por segundo, é um tremorzinho bem lento. Tremor de média frequência, que fica de 4 a 7 Hz. E de alta frequência, que é maior do que 7 Hz – isso também ajuda na classificação do tremor.

Se você está tendo dúvidas, já viu que um tremor seu cai em algum destes tipos de classificação, escreva nos comentários qual é, porque isso mostra que está compreendendo direitinho a explicação e os exemplos como são classificados. E tire suas dúvidas, porque é muito importante o seu feedback para nós.

Tipos de Tremores

Temos diversos tipos e todo tremor tentamos trazer um diagnóstico diferencial para sabermos exatamente qual é a classificação diagnóstica desse tremor. Vamos citar cada um deles e tentar explicar um pouco mais sobre cada patologia.

Tremor Fisiológico

Um dos mais comuns é o tremor fisiológico, em que o corpo treme espontaneamente, por motivos mecânicos e neurológicos. Motivos mecânicos que têm a própria pulsação do coração que por si só já causa um movimento no corpo e um mínimo tremor.

Existe também o tremor fisiológico relacionado à própria adrenalina do corpo, que causa e afeta os tremores. Existe o relacionado à fadiga do músculo, que é quando o músculo está fadigado, fica com mais tremores também. E esse tremor pode ser exacerbado, por isso, chamamos de exacerbação de tremor fisiológico.

A pessoa, quando está em estados adrenérgicos, com o metabolismo acelerado, ou realiza exercícios e acaba liberando muita adrenalina – quem já não foi na academia, malhou bastante e saiu tremendo? É normal, porque acabou causando uma fraqueza e uma fadiga na musculatura; é um comportamento normal do músculo, após o exercício, acabar tremendo também.

Da mesma maneira, se ela passa por uma emoção, adrenalina ou um estresse muito forte, está com um metabolismo aumentado por conta de uma tireoide ou tem alguma patologia que eleve o cortisol e a adrenalina dela, ou está em estado febril, pode ter tremores – isso é só a exacerbação do tremor fisiológico.

O tremor fisiológico existe, é comum, surge em diversas situações normais e fisiológicas do corpo, e é um dos mais comuns que tem. Às vezes, a pessoa está exacerbando o tremor fisiológico, por isso, acaba sendo um motivo de visita ao médico e é importante também esse diagnóstico para esclarecer porque está tremendo muito.

Tremor Essencial

Outro tipo é o tremor essencial, que vem durante a ação, tipicamente quando a pessoa pega, vamos supor, como se fosse uma xícara e no momento de levá-la à boca, treme, fica visivelmente mais trêmula quando está mais exposta socialmente – quanto mais ansiosa, mais estressada está.

O tremor não acontece em outras situações, ela não tem tremor de repouso e nenhum outro sinal neurológico, não tem rigidez, bradicinesia, tremor intencional, ataxia, sintomas cerebelares, só o tremor típico de ação.

Em alguns momentos, o tremor essencial pode ser tão intenso e acabar também aparecendo em repouso, mas tem uma característica diferente do tremor, por exemplo, de repouso parkinsoniano, e chega a melhorar com o álcool também.

Ele é mais comum nas mãos e na cabeça, e é quando a pessoa vai escrever ou pegar uma xícara, ou está segurando um microfone ou fazendo uma ação.

E tem dois picos: no final da adolescência, que é do adulto jovem, que começa a tremer e é bem comum um pico de incidência nessa faixa etária, e o outro é na casa dos 50 anos em diante, que já vai indo para a maturidade.

O tremor essencial é muito comum de ser um problema familiar, tem uma característica genética, autossômica dominante, ou seja, é muito fácil de passar para frente, basta ter um gene alterado.

Normalmente, responde bem aos tratamentos com propranolol ou primidona, que é um anticonvulsivante, ou até mesmo medicamentos que ajudam a reduzir o estado de ansiedade do paciente, como o clonazepam e outros para a parte de estresse e ansiedade. E tem essa característica de diminuir com o álcool também.

Tem uma característica, especialmente quando surge já em pessoas mais maduras, que é um aumento de porcentagem de conversão para sintomas parkinsonianos, ou seja, não é incomum uma pessoa que desenvolveu tremor essencial na segunda onda, no segundo pico de incidência, que é na fase de maturidade, acabar, às vezes, desenvolvendo também características parkinsonianas.

Isso já é outra discussão, porque também não é necessariamente a Doença de Parkinson plenamente completa, pode ganhar formas mistas, e, às vezes, tem uma evolução um pouco mais benigna do que a Doença de Parkinson normal.

É uma patologia que pode evoluir ao longo da vida devagarinho, especialmente se começou na adolescência, que vai subindo um pouquinho o tremor, vai ficando mais presente ao longo da vida.

Às vezes, na terceira idade pode ser um tremor que fique muito significativo e ainda é só tremor essencial, sem características parkinsonianas, que justifique, às vezes, fazer até procedimentos cirúrgicos para controlá-lo.

O tremor essencial é um dos tipos mais comuns que existe também.

Tremor Psicogênico

O psicogênico é relacionado à parte psíquica, que pode ter dois tipos. O mais comum é a pessoa que está em um estado constante de alerta, tensão, ansiedade, vigília, e acaba tendo contraturas do corpo de forma não rítmica, sem ser sincronizada, sem ser músculos agonistas e antagonistas, que acaba desenvolvendo tremores que são respostas aos abalos musculares pelo tamanho de energia que está no cérebro.

Igualmente quando ela acaba tendo o olho repuxando, que está muito agitada, estudando muito, dormindo pouco, tomando muito café, pode também, dessa mesma maneira, estar em um estado de tensão, acabar começando a tremer por causa do tamanho da energia psíquica que está enfrentando naquele momento.

E o cérebro acaba dando uma descarga para disparos musculares mais frequentes, não só no músculo do olho, às vezes, em outros músculos do corpo, comumente nas mãos, e acaba gerando tremores.

Esse é um tipo de tremor psicogênico advindo de energia cerebral muito grande, mediante ao estresse prolongado ou muito intenso, ou uma tarefa que a pessoa esteja enfrentando que seja muito árdua, que a faça dormir pouco e se concentrar muito, ou até às custas também de substâncias, como tomar muito café com muito energético, e coisas do tipo.

Ele, normalmente, melhora se a pessoa trata o estresse – se trata o tamanho do estresse, volta a dormir normalmente, a ficar relaxada, tranquila.

E outro tipo de tremor psicogênico é o que a pessoa acaba produzindo, porque tem, às vezes, algum ganho secundário; entendeu que a produção de um sintoma acaba chamando a atenção para ela, acaba tentando mostrar para os outros como está passando mal e que, às vezes, está preocupada com tanta doença no corpo que acaba produzindo também inconscientemente os movimentos de tremores.

Esse tipo igualmente tem uma origem psicogênica que é produzida pela própria pessoa e os mantêm. E, muitas vezes, dá para descobrir quando fazemos manobras de distração, em que distraímos a pessoa e o tremor não continua.

Ou, por exemplo, se ela está tremendo bastante, seguramos o tremor, que vai passando para o restante do corpo, chamado fenômeno de transbordamento. Dá para vermos que é a pessoa que está tentando produzir o tremor, tentamos segurá-la e continua tentando produzir, e isso vai transbordando para outros lugares do corpo.

Tremor Parkinsoniano

Existe o tremor parkinsoniano, que é tipicamente o de repouso. Quando a pessoa está distraída, faz o famoso tremor “em conta moedas”, ou que é do polegar, o mais típico de mexer, ou tremores latero-lateral do dedo, que fica mexendo de um lado para o outro.

E o tremor reentrante, em que põe a mão, depois de um tempo, que é o tremor reemergente, e começa a tremer. E esse tremor, que é de repouso, quando ela vai agir, pegar um copo, escrever, ele para.

E o tremor parkinsoniano é muito típico do Parkinson, porque tem a frequência dele, característica muito típica do Parkinson. E tem que vir, obrigatoriamente, com pelo menos mais um sintoma, que é a lentidão, especificamente, de um lado diferente do outro, e a bradicinesia, em que a pessoa de um lado está rápida, do outro, mais devagar.

Ele tipicamente pega mais um lado do que outro do corpo, ao contrário do tremor essencial, que normalmente pega as duas mãos. E pode pegar a cabeça também, mas já não é tão frequente quanto o tremor essencial.

E, comumente, pega mento e língua. Esse tremor de mento e língua também é bem característico de tremor parkinsoniano e tremores, especialmente, latero-lateral do dedo.

Tremor Cerebelar

O tremor cerebelar é relacionado à coordenação dos movimentos. A pessoa quer atingir um ponto e começa a tremer quanto mais próximo está de atingir o alvo. Ou quando começa a errar a coordenação do alvo. Ela tem uma decomposição do movimento; em vez de um movimento liso, quanto mais próximo chega, mais difícil é para acertar o alvo e fazer o movimento correto.

E junto ao tremor cerebelar, normalmente, tem outros sintomas. Ela tem voz escandida, que é a voz cerebelar, marcha ataques, que é uma marcha desordenada, que fica meio desequilibrada – até melhora a marcha se vai mais rápido; se é mais devagar, tem que abrir mais as pernas, fica meio desengonçada.

E o tremor cerebelar pode vir em várias partes do corpo, tanto pernas, braços, tronco, cabeça, movimento dos olhos também pode ter a alteração. Mas o mais típico do tremor cerebelar é esse da intenção do movimento, que quanto mais próximo fica ao alvo, maior a chance de tremer.

As patologias cerebelares têm diversas causas, como ataxias espinocerebelares, as doenças que afetam diretamente o cerebelo; doença celíaca que afeta o cerebelo; intoxicações que afetam deficiência de vitamina E.

Ou como a MSC, que é a MS cerebelar – o médico tem que ficar atento nos sinais de um tremor cerebelar junto com outras características cerebelares também. Esse é um tipo de tremor mais raro, aparece mais para o neurologista que estuda o movimento, mas tem que sempre ficar atento porque existe e volta e meia aparece.

Tremor Ortostático

O ortostático é quando a pessoa fica de pé e sente certo desengonçamento, começa o corpo a tremer e ficar oscilando. E acontece só ao ficar de pé e tem uma certa incoordenação da marcha, quando para, também acaba mantendo essa oscilação do corpo – esse é bem mais raro.

Tremor de Holmes ou Rubral

Outro é o tremor de Holmes, o antigo tremor Rubral, que está relacionado ao núcleo rubro, que é do mesencéfalo. E não é só no núcleo rubro, quando tem a lesão, que afeta esse tipo de tremor.

É um tremor de movimentos muito mais grosseiros, tanto que também já ganhou nome de hemibalismo, que é muito mais grosseiro do que o tremor da mão, da ponta do membro. Normalmente, afeta metade do corpo porque, geralmente, atinge um lado só do núcleo rubro e das vias rubrais, tanto no cerebelo quanto no rubro talâmicas.

Qualquer alteração nessas vias pode dar o tremor rubral ou de Holmes, que foi o médico que descreveu. Geralmente, o diagnóstico é feito com ressonância magnética, em que acabamos vendo se tem uma lesão nessas vias, nesse núcleo.

Pode até ser feito por um traumatismo cranioencefálico, que é uma pancada forte na cabeça, algum tumor, AVC, qualquer lesão que aconteça ou alguma infecção específica naquela região.

Tremor e Distonia

Outro tipo é a distonia, em que o mais comum é o cervical, mas pode dar em outras partes do corpo também. Ela está muito relacionada com movimento distônico, em que a pessoa vira a cabeça e tem que acabar voltando com a mão – não precisa ser lentamente.

Uma das grandes pistas é que vai tendo esse desvio, ela vai tremendo e a cabeça vai tendo tendência a dar algum desvio tônico, que melhora quando faz o truque sensitivo, em que só de colocar a mão no rosto ou na nuca, encostar na região, para de tremer.

O truque sensitivo é uma das grandes pistas para ter o diagnóstico do tremor distônico. E pode ser rápido, em uma frequenciazinha, encosta, tem o truque sensitivo e a pessoa melhora.

E, muitas vezes, para fazer o diagnóstico correto dessa patologia, temos que fazer um mapeamento muscular, de atividade muscular, músculo a músculo, dos dois lados do pescoço, da cervical, para ver a atividade distônica de cada músculo especificamente.

Isso ajuda também até no tratamento, porque já cria alvo para aplicar toxina botulínica nos músculos que estão ativos para podermos diminuir a distonia naquele ponto específico, onde estão os músculos mais afetados.

Tremor Tarefa Específica

Outro tipo de tremor distônico, mas ganha uma conotação diferente, é o tarefa específica. Esse igualmente já ganhou outro nome, que é câimbra do escrivão, quando a pessoa escreve muito, toda hora, então começa a entortar a mão, a querer tremer.

Mas não é só do escrivão, porque, apesar de ser um dos mais comuns, que é de escrever à mão, hoje, quase não tem tanto mais – eu não tenho pego novos casos de câimbra do escrivão.

Então, surge em outras tarefas manuais que são muito repetitivas e muito, às vezes, tensas, e acabam desenvolvendo essa distonia tarefa específica que gera o tremor, como tocar uma flauta, flauta transversa ou outro instrumento que tem um dedilhar muito fixo e detalhado.

Ou quando acaba tendo que usar o mouse com muita precisão também, às vezes, pode surgir distonia ou tremor tarefa específica em diversas outras situações em que utiliza a mão em alguma tarefa muito específica e, muitas vezes, muito repetitiva também.

É um tremor muito ligado à distonia, geralmente, melhora tendo mapeamento dos músculos, do agrupamento muscular enquanto a pessoa está realizando a tarefa para poder aplicar a toxina botulínica naqueles músculos específicos que estão fazendo a atividade desnecessária durante aquela tarefa específica.

Outro, por exemplo – esse eu já vi –, é uma pianista que começava a mão a tremer e ficar contraída enquanto tocava; aplicou a toxina, ela voltou a tocar piano normalmente.

Tremor Associado às Neuropatias Periféricas

Outro tipo é o tremor associado às neuropatias periféricas, como, por exemplo, a polineuropatia do diabetes, deficiência de vitamina B12, uma polineuropatia por quimioterápicos ou qualquer outra causa de uma neuropatia na qual a pessoa perca sensibilidade, tipicamente nas sensitivas desmielinizantes.

E pode ser também um pouco da parte motora, que vai manter alguma coisa, não tem a verdadeira sensibilidade de como está o braço e acaba tremendo por causa da polineuropatia ou da neuropatia periférica.

Então, nas neuropatias periféricas, por deficiência de informação neurológica de posição do braço, da mão, acaba tendo tremores relacionados à neuropatia. E se trata a neuropatia, por exemplo, melhorando o diabetes, a perfusão, dando vitamina, estímulos para a neuropatia, fazendo Fisioterapia.

Tremor Palatal

A pessoa vai falar e fica – imagina a parte posterior da boca, atrás da língua, que tem o véu palatino – fazendo contraturas, tremores. Outro nome que podemos dar para isso é mioclonia palatal, em que fica contraindo constantemente. E tem uma que é o tremor palatal essencial, que vem do nada e, muitas vezes, está ligado com um clique no ouvido.

E tem outros que vêm só do palato e junto, às vezes, até da língua, e de outra que contrai também a musculatura da faringe, da base da língua, do palato e, às vezes, até pega a face também. Esse é um tipo de tremor que não se sabe direito se é essencial ou mioclonia, mas acaba tendo o movimento de tremor do palato. Muitas vezes, melhora bem com o clonazepam e acaba sendo tratado como um tipo de tremor essencial ou, principalmente, mioclonia.

Tremor Induzido por Drogas

O tremor induzido por drogas é outro bastante comum e são diversos tipos de drogas que causam tremores. Por exemplo, o lítio, que é um medicamento psiquiátrico para o transtorno bipolar, o ácido valproico, que pode ser usado para convulsões, enxaqueca e transtorno bipolar.

Medicamentos antipsicóticos, como haloperidol, risperidona, quetiapina, olanzapina, podem causar tremores, assim como medicamentos antivertiginosos, como a flunarizina. E uma gama de medicamentos e substâncias podem causar tremores, por exemplo, até os mais comuns, como bombinhas broncodilatadoras.

Tudo que pareça com medicamentos adrenérgicos, que causam aumento da adrenalina, vasodilata, seja simpaticomimético, que mimetiza o sistema simpático, o sistema adrenérgico, pode causar tremores.

É muito comum, após inalação para uma bronquite, a pessoa acabar saindo tremendo. E é um tremor induzido por drogas, que está ativando o sistema adrenérgico para abrir os brônquios, mas igualmente, por consequência, acaba trazendo tremores.

Tremor na Doença de Wilson

Outro tipo é o tremor na doença de Wilson, uma doença do metabolismo do cobre, que acaba tendo a deposição de cobre em diversas partes do corpo e a pessoa acaba desenvolvendo um tipo de tremor, como de repouso, sintomas parkinsonianos e outro tipo também, em diversas outras situações

O tremor de Wilson pode ter tremor que mimetiza tremores essencial, de intenção e parkinsoniano. A condição é diagnosticada fazendo exames de cobre, porque abaixa o cobre sérico, aumenta o cobre urinário, tem alteração e queda na ceruloplasmina, que é outro marcador de exames de sangue.

Tem o zanetti kayser flash, que é a deposição de cobre na córnea, no olho e na borda da córnea. Em um conjunto de várias coisas, até com exames de biópsia hepática, você pode ter o diagnóstico da doença de Wilson, que é tratável com um medicamento que acaba tirando o excesso de cobre do corpo. E pode ter até manifestações psiquiátricas também, afetar diversas áreas do cérebro e ser de múltiplos tipos de sintomas.

Tremor e Ataxia na Síndrome X Frágil

Tem também uma condição genética que é a doença tremor / ataxia da síndrome X frágil, que tem um aumento das repetições de nucleotídeos, afeta a cognição, o raciocínio da pessoa e junto vêm tremores e com ataxia também, que é a falta de coordenação dos movimentos. Ela já é um pouco mais rara e comumente afeta pessoas acima dos 40 anos de idade – dos 40 aos 70 é que surgem os sintomas.

Esses são todos os tipos de tremores, em que listamos os principais diagnósticos diferenciais deles.

Você que está lendo o nosso artigo, veja se encaixa-se em algum desses tremores e pense em buscar algum médico especialista em Distúrbio do Movimento, Tremores, para ter o diagnóstico e o tratamento corretos da sua síndrome, da sua patologia.

Exames para Investigação de Tremores

E quais são os exames que podem ser utilizados para investigação dos tremores? Alguns já citamos anteriormente durante os tipos de patologias, mas, agora, vamos abordar os principais.

Eletroneuromiografia

Um dos mais utilizados para investigar, qualificar quanto à frequência, se é síncrono, se tem alterações com distração, se tem apenas contraturas de um lado ou se é ativo, agonista e o antagonista, se mantém uma frequência definida, tem uma frequência errática, por exemplo, é a eletroneuromiografia, que traz a classificação de uma maneira que não conseguimos apenas olhando para o tremor, só para um exame de inspeção, de olho.

Ela traz direitinho a atividade muscular dos músculos agonistas e antagonistas, e ajuda a classificar o tremor de uma maneira muito mais precisa do que somente a inspeção do médico neurologista.

Esse é um exame que envolve tanto estímulos elétricos para a parte sensitiva quanto a inserção da agulha nos músculos para fazer a leitura elétrica da atividade muscular de cada músculo.

Ultrassom Transcraniano

Tem também o ultrassom transcraniano, que ajuda a diferenciar Doença de Parkinson de tremor essencial e ainda dá pista sobre outros tipos de síndromes parkinsonianas. Ele vê o aumento da área da substância negra no mesencéfalo e isso ajuda bastante no diagnóstico diferencial entre algumas patologias.

Ressonância Magnética do Cérebro, Especialmente, a de 3 Teslas

Assim como a ressonância magnética do cérebro, especialmente a de 3 Teslas, em que conseguimos ver AVCs caprichosos que podem causar tremores, lesões como tumores ou relacionadas aos sangramentos ou às pancadas, TCEs, ou qualquer outro tipo de lesão no cérebro que possa estar em uma região que causa tremores. Além disso, pode também estudar os negrossomos e a neuromelanina, e ajudar no diagnóstico da Doença de Parkinson.

Cintilografia Cerebral com TRODAT

Igualmente temos a cintilografia com TRODAT, que acaba dosando a quantidade de dopamina no cérebro, em que a mais baixa está relacionada com síndromes parkinsonianas.

PET / CT Cerebral

Há também o PET / CT que é a tomografia computadorizada junto com o PET cerebral. Ele pode mostrar baixa atividade metabólica em determinadas áreas do cérebro, como o cerebelo, e dar pistas diagnósticas para síndromes e doenças cerebelares, e assim termos o diagnóstico de alguma patologia cerebelar ou em algum gânglio da base, alguma área específica do cérebro relacionada a algum tremor.

Exames Laboratoriais com Dosagem de Drogas, Tireoide, Complexo B, Ceruloplasmina, Cobre

Igualmente contamos com exames laboratoriais, que podem ajudar no diagnóstico de alguma patologia de tremor, como dosagem de drogas, por exemplo.

Se a pessoa está tremendo muito e fazendo um tratamento de medicamento anticonvulsivante, você dosa e vê que, por exemplo, o ácido valproico está acima do limite terapêutico, então, tem que reduzir a dose para poder sair do efeito tóxico. Ou ela está usando o lítio, que está acima da dose terapêutica, tem que reduzir a dosagem do medicamento para poder voltar para a dose normal.

Pode fazer a dosagem dos hormônios tireoideanos, às vezes, está no hipertireoidismo e com aquele tremor do hipertireoidismo – eu já fiz um diagnóstico desse e foi bem legal.

Ou tem alterações das vitaminas do complexo B, que podem dar neuropatias e ter também tremor relacionado, que igualmente vemos com eletroneuromiografia. Podemos fazer a dosagem de ceruloplasmina, dos cobres sérico e urinário, que pode ver uma pista na doença de Wilson.

E tem alguns outros exames laboratoriais relacionados a algumas outras patologias também mais raras, que podemos fazer investigação junto à pesquisa laboratorial.

Testes Genéticos

Assim como conseguimos pedir testes genéticos, que tendem a ajudar no diagnóstico de patologias genéticas, como síndrome X frágil, doença de Huntington e várias outras de origem genética.

As ataxias espinocerebelares, para fazer o diagnóstico de diversos tipos de tremores.

Principais Tremores por Faixa Etária

E por último, mas não menos importante, os principais tremores por cada faixa etária, porque tem maior prevalência de alguns tipos de tremores do que outra.

Jovens

Nos jovens, os principais tremores são o fisiológico. É o jovem que foi na academia, malhou e saiu tremendo por ter feito muito esforço, praticado esporte com muita intensidade, por estar passando por uma situação de estresse muito grande ou ter tomado um pré-treino muito violento – o tremor fisiológico exacerbado é um dos mais comuns em jovens.

Outro tipo dos mais comuns é o psicogênico, tanto pelo estresse aumentado, em que a pessoa está em um período de estresse contínuo, estudando muito, está muito estressada, dormindo pouco, está em um estado de tensão exacerbado, há um tremor maior, como o do também factício, em que ela produz o tremor.

Temos igualmente o tremor essencial, que é típico de genética, de família, é de quando vai pegar a xícara e treme. Mas quando está parada, a mão não treme e ao tomar álcool, melhora.

Outro tipo comum em jovem é o tremor induzido por drogas, sejam recreativas, que são comuns de jovem estar usando, por exemplo, como cocaína, ou qualquer outra mais simpaticomimética, que ativa o sistema adrenérgico, como medicamentos de tratamento também, de patologias comuns de jovens, como o ácido valproico, que é comum na enxaqueca, medicamentos para epilepsia, transtorno bipolar e até antipsicóticos.

E tem a distonia, igualmente comum no jovem, que é da cabeça que vai para um lado e quando toca, tem o truque sensitivo que melhora o tremor distônico.

Terceira Idade

Agora, na terceira idade, o mais comum é o tremor essencial, tanto por conta dos que começaram jovens e chegaram na terceira idade com ele, quanto daqueles que surgiram já em idade mais madura e estão com o tremor essencial.

Então, soma as duas incidências, a do jovem que sobreviveu, chegou até a idade mais madura e tem o tremor essencial, e aqueles que surgiram na terceira idade, é quando a pessoa vai agir.

Tem também o tremor induzido por drogas, mas, normalmente, são outros tipos de drogas que causam tremores em idosos. E uma das mais comuns são os antivertiginosos, medicamentos para labirintite, que são muito utilizados em idosos.

Como outros que são usados também em idosos, medicamentos para broncodilatadores, pessoas que têm enfisema, diversos outros que são comuns de estar usando e demais tipos de medicamentos que igualmente causam tremores.

Muito comum, às vezes, medicamentos que dão para dormir, como antipsicóticos, que médicos passam para os idosos, como neuleptil, pigtail e outros dessa família, que podem acabar gerando tremores.

Tem também, na terceira idade, o tremor parkinsoniano – Parkinson é mais comum quanto maior a idade. Tem que lembrar que o tremor parkinsoniano é o de repouso associado aos outros sintomas, porque tem que ter a bradicinesia, a lentidão de um lado do corpo em relação ao outro, em que um está rápido, o outro mais devagar.

Assim como o tremor associado às neuropatias, porque, com o passar do tempo, a pessoa tem mais chance de desenvolver diabetes, evoluir e acabar tendo a neuropatia diabética e outros problemas, como o tremor associado à neuropatia.

Ou ela passa por um tratamento quimioterápico, tem outro tipo de intoxicação, alguma deficiência de vitamina, vai tendo mais chances de ocorrerem neuropatias ao longo da vida e chegar na terceira idade com alguma neuropatia e esta causar tremores.

E também o tremor fisiológico, que é comum e maior com a idade. No jovem vem em situações, no idoso vem pela fraqueza muscular, pela alteração da hemodinâmica.

Esse foi o artigo sobre tremores. Muito obrigado a quem chegou até o final, um conteúdo longo, bem completo.

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