Como Tirar os Nós dos Músculos – Liberação de Pontos-Gatilho
Liberação de Pontos-Gatilho. Se você quer saber o que é soltar os Nós dos Músculos ou o que é Liberação manual de Pontos-Gatilho, fique até o final deste artigo que a fisioterapeuta Carolina Favarin, especialista em Dor Crônica e Neurologia, irá falar mais sobre isso, qual é o processo de liberação miofascial, o que fazemos para tratar e para que é utilizada essa técnica fisioterapêutica.
O que é um Ponto-Gatilho?
Ponto-gatilho existe em alguma área, alguma parte da nossa musculatura – geralmente, ele é mais comum nas regiões cervical e escapular, glútea, e de panturrilha – e é acometido por meio de alterações biomecânicas que o paciente apresenta e gera essas tensões musculares.
Essas tensões musculares são formadas por erros na contração do músculo em que ocorre um processo inflamatório – acontece uma lesão em uma parte celular, uma descarga maior, uma distribuição maior de cálcio para aquela contração muscular.
Isso fica sobrecarregado, gerando um acúmulo desse cálcio que acaba endurecendo as fibras musculares e impossibilitando a passagem do sangue de uma maneira mais correta, dificultando a oxigenação e a nutrição desse músculo.
Quais São as Causas de um Ponto-Gatilho?
O ponto-gatilho pode ser causado por várias coisas, sendo elas o sedentarismo, a sobrecarga, o excesso de atividades físicas incorretas – então, se você utilizar um peso errado ou fizer um movimento incorreto pode sobrecarregar sua musculatura e gerar a presença maior de pontos-gatilho.
Mas também, além dessas questões mais relacionadas à atividade física, o ponto-gatilho pode ter uma origem mais emocional. A nossa musculatura é revestida por uma fáscia e ela tem total relação com as nossas emoções.
Quando temos um estresse ou uma carga emocional aumentada, essa fáscia se contrai, impossibilitando que o músculo contraia e relaxe de uma maneira eficiente – e isso gera uma sobrecarga dessas fibras, originando mais ponto-gatilho.
Além disso, o ponto-gatilho pode ser causado por algumas lesões que podemos sofrer na realização de exercício físico ou alguma atividade de vida diária; por uma alteração postural ou por algum movimento incorreto e brusco que possamos estar fazendo.
Então, todo esse processo inflamatório e lesivo para o músculo vai gerar compensações musculares com a finalidade de proteger aquela região, gerando, então, um pouco mais de contração muscular.
Como é Realizado o Procedimento de Liberação Manual de Ponto-Gatilho?
Os pontos-gatilho vão ser tratados de algumas formas: pode ser por técnica de liberação miofascial ou instrumental, por meio de vibrações ou ventosaterapia, ou por meio do próprio exercício físico – pensando nas compensações e no equilíbrio muscular.
A técnica de liberação miofascial vai fazer uma digitopressão naquele ponto-gatilho, impedindo que haja um fluxo sanguíneo mais intenso daquela região e assim, por meio de um processo de isquemia, conseguimos espalhar mais sangue, mais oxigenação naquele músculo e naquele tecido lesionado; e dessa forma, melhoramos todo o processo inflamatório que foi gerado naquela região.
Qual é a Duração do Tratamento?
O tratamento vai depender dos hábitos que vamos mudar na vida diária desse paciente, do ritmo de exercícios e disciplina dele, das orientações que vamos passar e de qual fator estimula a presença do ponto-gatilho.
Então, se for um fator mais emocional, por exemplo, com a presença de fibromialgia nesses pacientes, ou se for um estresse que está gerando esse ponto-gatilho, ele depende de outros fatores para ter uma “cura”.
Mas pensando no contexto em que você realizou um movimento errado e corrigimos, tiramos essa causa primária que está gerando o ponto-gatilho, então, conseguimos sanar essas dores.
Ao mesmo tempo, existem vertentes que dizem que o ponto-gatilho “ressurge” – o nosso músculo tem uma memória que volta, que traz o ponto-gatilho de volta para aquele território muscular. Só que sabemos que existe diferença de um ponto-gatilho ativo para um latente.
O ponto-gatilho ativo é aquele que por uma digitopressão você acaba sentindo uma dor ou uma dor referida a algum lugar mesmo sem gerar nenhum estímulo tátil naquela região. Então, quando fazemos a liberação miofascial conseguimos transformar esse ponto-gatilho ativo em um ponto-gatilho latente, gerando o alívio dessas tensões. E mesmo que haja a presença desses nódulos musculares, você não tem a percepção de dor e de sintomas referentes a esse ponto-gatilho durante o seu dia a dia.
Após identificarmos esse ponto-gatilho e sabermos a causa de ativação dele, conseguimos agir no princípio do que está gerando essas dores musculares. Portanto, a partir do momento em que sabemos quais musculaturas estão estirada, tensionada, sobrecarregada e gerando todas essas alterações, conseguimos efetivamente intervir nessas compensações do paciente.
Assim, vamos prover para ele uma reabilitação pela liberação muscular, dando um sentido correto para essa musculatura contrair – ensinando-a o que é contrair, relaxar –, que ela não precisa sentir um estímulo nocivo referente às percepções que tem do ambiente. Logo, não vai sentir o tato, a vibração, o calor, o frio como dolorosos; ela vai alterar, na verdade, a compreensão desses estímulos perceptivos, sensoriais, de uma forma mais adequada.
E depois, vamos ensinar esse músculo a contrair de uma maneira correta e com maior qualidade, mudando os exercícios, aplicando exercícios adequados referentes à rotina e ao ambiente de cada paciente, e brincando com questões de potência muscular, com carga, número de repetições e a própria execução de cada movimento.
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