Causas das Dores Persistentes

Dor – Como Descobrir as Causas das Dores Persistentes

Se você quer saber quais são os principais exames para realizar o diagnóstico diferencial das Causas das Dores Persistentes, fique até o final deste artigo que o Dr. André Ramos, reumatologista da Clínica Regenerati e do Hospital Beneficência Portuguesa, irá explicar sobre eles e falar um pouco sobre a importância dos exames complementares para o diagnóstico de pacientes que têm alguma queixa dolorosa.

Causas das Dores Persistentes

Quais São os Principais Exames Para Diagnóstico da Dor?

É preciso entender que os exames complementares são importantes para o diagnóstico desses pacientes, porém temos que ter muito cuidado no momento de solicitá-los.

Hoje em dia, nós temos a cultura de que muitos médicos e pacientes gostam de fazer exames, e, muitas das vezes, veem várias alterações que na verdade não correspondem àquilo que o paciente realmente apresenta. Então, é importante selecionar e, por vezes, até mesmo não se submeter a determinados exames pelo risco de se tentar tratar algo que na verdade não vai trazer benefício para você como paciente.

Por isso, é importante conversarmos muito bem com a pessoa, entendermos as características dessa dor, saber se ela é mais localizada ou difusa, o horário em que é pior, se tem algum tipo de movimento que a desencadeia, se é uma dor que vai e volta de forma aleatória, se está relacionada com algum outro sintoma.

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Esse teste auxilia a determinar se uma dor é neuropática ou não.

Isso é muito importante para quê? Para que possamos, inclusive, direcionar o nosso exame físico. Precisamos ver se: olhando para o paciente, examinando-o, ele apresenta já algumas alterações que possam nos indicar um determinado diagnóstico.

Então, basicamente, aquilo que o paciente nos conta e que conseguimos ver no exame físico, são a grande chave para o diagnóstico. E os exames laboratoriais, os de imagem, ficam para tentar realmente confirmar aquela suspeita que tivemos a partir dessa conversa e desse exame físico.

Ultrassom

Um exame muito importante, que eu considero um dos meus favoritos, é o ultrassom. O ultrassom que faço nos pacientes, no consultório, é de acordo com a necessidade daquilo que eles me falam.

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Por exemplo, se há uma pessoa que tem dor em pontos específicos do corpo, que pode ser uma dor mais localizada – no ombro, cotovelo, punho ou tornozelo – eu posso, já com o ultrassom, fazer uma avaliação naquele local e avaliar se tem alguma alteração mecânica que possa estar indicando para mim o diagnóstico desse paciente.

Além disso, quando você tem algumas alterações de dor, mesmo sendo mais difusas, elas ainda se localizam mais especificamente em alguns pontos, que chamamos, por exemplo, de enteses – nesses casos, também é possível utilizar o ultrassom para podermos fazer o diagnóstico.

Depois de termos essa avaliação, tanto clínica quanto de exame físico, às vezes, podemos utilizar o próprio ultrassom no consultório para fazermos esse direcionamento do diagnóstico, e, muitas das vezes, só com isso já conseguimos fazer o diagnóstico e, portanto, tratar adequadamente o paciente. Se fazendo mão de tudo isso ainda não conseguimos confirmar o diagnóstico, então, lançamos mão dos exames, principalmente os laboratoriais.

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Exames Laboratoriais

Para nós que somos reumatologistas, lidamos muito com as doenças reumáticas autoimunes, as doenças autoinflamatórias, e elas têm a característica de inflamar o corpo como um todo, e são doenças que acometem, muitas das vezes, não só as articulações, os músculos, os tendões, os ossos, mas podem também acometer outros órgãos. Por isso, é importante fazer exames laboratoriais, principalmente aqueles relacionados à inflamação.

Esses exames laboratoriais geralmente são de sangue. Em alguns casos, como, por exemplo, o paciente vem com uma artrite mais localizada de joelho, punho ou cotovelo, temos uma suspeita de que possa ser uma infecção ou o que chamamos de doença microcristalina, como a gota.

Nós, no próprio consultório, também podemos fazer a retirada do líquido que, às vezes, acumula nessas articulações para fazermos uma análise laboratorial. E nesses casos, também já conseguimos fazer o diagnóstico de forma mais rápida e direcionada.

Outro exame laboratorial, principalmente, os autoanticorpos, que são exames que nos demonstram que o corpo produz anticorpos contra o próprio corpo, que são muito relacionados às doenças reumáticas autoimunes, as chamadas provas inflamatórias. Então, esses são os principais exames que o reumatologista, em geral, solicita para que consiga também fazer um diagnóstico.

Raio-X

Além disso, pedimos bastante o raio-X, que para nós, é algo que valorizamos muito. Por quê? Porque ele mostra alterações mais a longo prazo. Então, por exemplo, se chega um paciente que tem uma história de dor de longo prazo, uma dor, por exemplo, na coluna ou nos joelhos, conseguimos ver alterações que foram se acumulando ao longo do tempo e que são muito específicas.

Conseguimos olhar o raio-X e falar: “olha, esse raio-X é muito sugestivo, é muito característico, por exemplo, de um quadro de osteoartrite ou de uma espondilite anquilosante”.

Então, nesses casos, ele, muita das vezes, não é sensível, ou seja, ele não consegue captar alterações que estão acontecendo naquele exato momento, mas sim o resultado de alterações que se somam ao longo do tempo e causam, por exemplo, calcificações ou erosões dos ossos, e isso é muito característico, é muito importante para nós.

Tomografia e Ressonância

Outros exames de imagem também que utilizamos muito frequentemente são a tomografia e a ressonância, que têm características muito específicas: cada uma vê um tipo de alteração. Não significa que, por exemplo, toda pessoa mereça fazer tomografia ou ressonância.

Apesar de serem exames muito bons, que conseguem ver de uma forma muito boa, principalmente a parte óssea, a ressonância, por exemplo, vê muito bem o que chamamos de partes moles, então, os tendões, os ligamentos.

Não significa que toda vez precisaremos utilizar a ressonância ou a tomografia. E existe uma coisa mais: muitas das vezes, esses exames são muito sensíveis para detectar, às vezes, pequenas alterações que não necessariamente justificam os sintomas dos pacientes e isso pode trazer confusão.

Então, quando for fazer esses exames, é necessário, por parte, principalmente, do médico que vai analisar esses resultados, ter uma sensibilidade para tentar entender se realmente aquela alteração que aparece, por ventura, na ressonância ou na tomografia, realmente corresponde àquilo que o paciente tem de queixa para ele.

Eletroneuromiografia

Além disso, existe outro exame que é mais relacionado à parte nervosa, aos nervos, que é a eletroneuromiografia. Ela tem a capacidade de avaliar a condução nervosa dos nervos, principalmente dos braços, das pernas, mas pode ser utilizada para nervos específicos.

E isso é importante principalmente para a dor que é chamada neuropática, aquela dor que, por vezes, vai ter formigamento, sensação de choque ou de dormência. Então, nesses casos, ela é bastante importante e inclusive pode auxiliar no diagnóstico, por exemplo, de algumas lesões, como por conta da compreensão de nervos da coluna.

Logo, esses são os principais exames que vamos falar agora neste artigo inicial. Claro que poderíamos fazer um artigo falando sobre cada um deles para podermos tentar explicar a utilização mais específica deles, principalmente para as doenças reumáticas. Mas, por enquanto, vamos dar essa imagem mais geral.

Esses são os principais exames que o reumatologista utiliza para o diagnóstico diferencial da dor. E o que eu queria deixar bem claro neste artigo é que todos esses exames, apesar de serem bastante importantes, são dependentes daquilo que o paciente fala e daquilo que conseguimos examinar do paciente.

Assista ao vídeo e saiba mais:

Então, eu espero que vocês tenham gostado desse conteúdo. Qualquer dúvida, por favor, entrem em contato conosco. E se vocês gostaram do artigo, não deixem de comentar, compartilhar com amigos.

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