Como o Cérebro Processa Cores

Se você quer saber Como o Cérebro Processa Cores e até mesmo porque isso será importante em um futuro breve para você, fique até o final desse artigo que o Dr. Willian Rezende do Carmo, médico neurologista, fundador da Clínica Regenerati e que no seu canal do YouTube fala sobre Dor, Sono, Parkinson, Emoções, Neurologia Geral e, como um todo, Neurociências, vai abordar sobre isso hoje.

De Que Maneira o Cérebro Humano Processa as Cores?

A forma como o cérebro processa as cores e quais áreas estão envolvidas nisso voltou a ser um tema importante e que veio à tona por causa do Elon Musk com o Neuralink, e de outras formas de tentar fazer a leitura através de aparelhos do que o cérebro está vendo. E isso vai acabar acontecendo; mas para chegar nesse ponto, temos que, primeiramente, entender como é a base de funcionamento do cérebro para enxergarmos as cores.

O cérebro humano começa a processar as cores, fundamentalmente, porque o olho recebe a luz em forma de comprimento de onda e na retina temos receptores de luminosidade e de ausência dela, como se fossem receptores de preto e branco, em que percebemos o claro e o escuro para fazermos delimitações e contraste, e temos em um conjunto de fundo do olho, da retina, que é a mácula, os receptores de cor.

Lá, são basicamente três tipos de receptores de cor: amarelo, azul e vermelho. Com um receptor para cada um desses três comprimentos de onda você consegue fazer a percepção de todas as cores que enxergamos. Porque, com essas três cores conseguimos fazer todas as outras cores; igualmente o olho, através desses três receptores, transforma tudo o que enxergamos, todas as tonalidades de cores, em sinais elétricos.

Um receptor pega o vermelho, outro, o amarelo e o outro, o azul. Quando chega aquele comprimento de onda, ativa e manda um sinal, como se fosse um fundo de câmera; para cada um, um pixel. Esses pixels, que são os receptores, transformam tudo em sinais elétricos; eles são transmitidos pelos nervos ópticos – que ficam atrás do olho – até a parte posterior do cérebro, que é o córtex occipital.

O córtex occipital, parte posterior do cérebro, é uma parte grande do cérebro, que tem como função processar toda a informação elétrica e transformá-la em uma imagem, tanto com a luz preta e branca, que delimita contraste, formas, quanto os outros que preenchem as formas com as cores.

Dessa maneira, chega a informação dos impulsos elétricos no córtex cerebral, através de uma técnica moderna – e isso que é o estudo recente, que tem motivado um assunto que está quente atualmente –, chamada magneto-eletroencefalografia.

A magneto-eletroencefalografia é um método de captar a atividade elétrica dos neurônios em uma resolução muito grande, a ponto de você pegar grupos de neurônios muito específicos em uma velocidade, resolução, muito maior e mais precisa do que a ressonância magnética funcional.

A ressonância magnética funcional era tida como uma forma de ver o cérebro funcionando, mas hoje, através dessa técnica, é muito mais precisa a ativação. Então, os cientistas põem a pessoa no aparelho, jogam um estímulo luminoso, uma onda de cor, e vêm exatamente quais são os grupos de células que estão sendo ativadas com aquela onda de cor.

E dessa forma, conseguiu-se entender que as cores se formam através de padrões de ativamento de células no córtex occipital, no córtex da visão. E uma vez que cria junção de cores e de formas, isso forma a imagem, que é transmitida para outras regiões do cérebro, como a de memória, a de emoções e a de linguagem, o que torna a experiência de vermos o mundo.

Logo, se uma pessoa tem um defeito genético, especialmente nos receptores das cores, ela vai pegar menos tonalidades. Como por exemplo, se o indivíduo tem só dois receptores – o amarelo e o vermelho, e não tem o azul –, ele vai continuar vendo o mundo, só que com cores diferentes. E isso é chamado de daltonismo. A pessoa daltônica pode perder um, dois ou os três receptores, ou todos os receptores de cor. E quando perde todos eles, enxerga em preto e branco, mas não é o caso da maioria.

Como o Cérebro Processa Cores

Duas Pessoas Olham Para um Objeto Vermelho e Concordam Que Aquela é a Cor?

Então, isso significa que duas pessoas podem olhar para o mesmo objeto e concordar que aquela cor é a mesma cor que olhar para uma maçã e falar “aquilo é uma maçã vermelha”, só que um enxergar uma coisa e o outro, outra?
Sim, isso pode acontecer e é o verdadeiro daltonismo. E acontece porque a pessoa nasceu assim. Foi ensinada a ela que aquele vermelho de maçã – que eu enxergo como vermelho e você também – e que ela vê como magenta ou como outra cor, é chamado de vermelho a vida inteira.

Então, tudo que é chamado de vermelho, ela chama de vermelho, apesar dela não ter a experiência de vermelho que eu tenho. E isso é uma coisa muito interessante, pois até mesmo se um olho tem alteração nos receptores e o outro não, a pessoa olhando com um olho e olhando com o outro, pode ter percepções de cores diferentes, mesmo sendo a mesma pessoa.

O que Diferencia as Pessoas com Daltonismo e de que Forma Elas Processam as Cores?

Uma pessoa daltônica processa igual uma televisão ou um monitor de cores RGB, que tem três entradas de cores. Se vocês já viram isso e quando dá defeito em uma entrada, o mesmo acontece com a pessoa: fica com só duas cores e uma cor estranha, que é o que ela enxerga.

Ou então, para ter outra ideia de como um daltônico enxerga, se você for em um editor de fotos, tem a saturação de cores, que são as cores principais, na forma de RGB: vermelho, verde e azul – mas é a mesma lógica do amarelo, vermelho e azul –: ao tirar uma cor do total, ficam duas. E aquela imagem com cores alteradas é como um daltônico vê o dia a dia, só que para ele, aquilo é normal, ele enxerga assim desde sempre. E se ele não tem nenhuma das cores, vai enxergar só em preto e branco, somente com os receptores que pegam luz e escuridão.

Você que está lendo este artigo sobre Como o Cérebro Processa as Cores, em relação ao daltonismo e outras coisas, escreva nos comentários o que está achando dele, quais são suas dúvidas em relação à forma e à percepção de cores, e de como o cérebro funciona, porque isso é muito interessante. A nossa percepção de realidade é muito particular e individual.

Isso serve até para uma reflexão maior: a forma como eu vejo o mundo é minha e não necessariamente é a do outro. Até mesmo de uma maneira física como imaginamos que o céu é azul para todo mundo, o azul que eu vejo não é o mesmo de um daltônico.

Quem “Manda” na Codificação das Cores: os Olhos, o Cérebro ou Ambos?

Quem define o que é a cor são ambos, tanto o olho, se tem os receptores para mandar os sinais ou não, quanto o cérebro, que processa os sinais. Só que, normalmente, as alterações acontecem muito mais nos olhos. Os olhos são mais afetados do que o cérebro, que é afetado normalmente por intoxicações, drogas, AVC ou traumatismo. E, muitas vezes, não afeta somente a percepção de cores, mas também outras capacidades da visão.

Alguém Pode Enxergar uma Cor Distorcida?

E quando estamos falando de uma cor, por exemplo, a azul, a pessoa pode imaginar que tenha distorções? É como se cada um enxergasse um azul diferente? É isso mesmo. É como se cada um enxergasse um azul diferente, pois a pessoa tem a sua individualidade nos seus receptores de luz e isso faz ela chamar azul de azul, mas pode ser uma percepção diferente da outra.

Pessoas podem ter percepções de cores em um olho de um jeito e no outro, de outro, a depender até mesmo do que possa ter acontecido naquela retina. 8% dos homens e 1% das mulheres têm algum grau de daltonismo, ou seja, é comum ter alguém que tenha alguma alteração na percepção de cores. 8% é muita gente.

O que Pode Causar Alterações na Forma Como Percebemos as Cores?

O que mais afeta essa alteração de percepção de cores é a genética. Fundamentalmente, a pessoa nasce com a tendência genética para o daltonismo. Ela tem menor quantidade ou ausência de alguns receptores para algum tipo de onda de cor e isso afeta totalmente a percepção de cor dela.

Mas, outras doenças da retina, como descolamento, edema, degeneração da mácula ou da própria idade; e nas patologias que afetam a passagem de luz pelo globo ocular, como catarata e alteração do vítreo, a luz pode chegar modificada nessa retina e assim a percepção de cores do cérebro é alterada.

Também existem patologias neurológicas, como Doença de Parkinson, Doença de Alzheimer e esclerose múltipla; e outras doenças sistêmicas como diabetes, anemia falciforme ou leucemia, que podem acabar afetando a própria retina.

E também há medicamentos e substâncias que podem afetar diretamente o cérebro e, consequentemente, a percepção de cores como, por exemplo, a digoxina, que é um medicamento para o coração que, em níveis tóxicos, afeta a percepção de cores e a pessoa acaba vendo tudo com o predomínio de tonalidades verde amarelado. E quando era muito utilizada, não raramente víamos esse tipo de relato.

É Correto Afirmar que os Olhos Funcionam Como o Diafragma de uma Câmera?

A quantidade de luz que chega no olho afeta a percepção de cor? Totalmente. Então, não é à toa que a pessoa fala que em um dia de verão parece que o verde está mais verde, o azul está mais azul e as coisas estão mais coloridas. Ou quando a pessoa está mais feliz, parece que tudo está mais luminoso e é por também simples abertura da íris.

Se a íris está toda fechada, entra uma quantidade de luz muito pequena no olho; se ela está muito aberta, vai entrar um volume de luz bem maior e isso afeta a nossa percepção de cores.

E para vocês terem um entendimento, é só lembrar que quando escurece, no final da tarde ou no início da noite e ainda tem luz, mas em uma quantidade bem menor, a percepção de cores das coisas muda.

Tanto que tem aquele ditado: “à noite todos os gatos são pardos” e não é para menos, porque quanto menor é a quantidade de luz, mais utilizamos os receptores preto e branco, só de luminosidade. Então, vamos ter maior tendência a perceber contrastes claro e escuro, e não temos tanta facilidade para distinguir cores.

Isso porque a retina é repleta de receptores de luminosidades, de simples preto e branco, mas a área que fica para receptor de cor é pequena e fica só na mácula, e ela depende de uma quantidade maior de luz para poder ser bem ativada.

Existe uma Condição que Afeta o Cérebro e Faz Alguém Enxergar Tudo Monocromático?

Existe sim, é uma síndrome rara neurológica chamada Eigengrau, que é de um alemão. Essa patologia afeta a percepção de cores, deixando de enxergá-las, e fundamentalmente enxergando tudo em tons de cinza. Especialmente, como se tivesse um ruído de fundo nas imagens.

Isso pode vir de pessoas que têm enxaqueca com aura visual muito grave, por muitos anos e que não foi tratada, e de outras condições neurológicas que podem acabar levando a essa síndrome.

E você que leu nosso artigo sobre Como o Cérebro percebe as Cores, dê aquele like, deixe os seus comentários e compartilhe com uma pessoa que possa ter interesse por esse tema. Pois conhecimento, quanto mais compartilhado, melhor para todos.

Assista ao vídeo abaixo e compreenda com mais detalhes as explicações do Dr Willian Rezende sobre Como o Cérebro Processa Cores:

Mais Informações sobre este assunto na Internet:

Leave a Comment

(0 Comments)

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *