Afasia

Esquecer Palavras na Hora de Falar – Afasia

O que pode ser quando se Esquece Palavras? Se você quer saber tudo sobre isso, fique até o final deste artigo, porque o Dr. Willian Rezende do Carmo, médico neurologista, fundador da Clínica Regenerati e que no canal do YouTube fala sobre Dor, Sono, Parkinson, Emoções e Neurologia Geral vai explicar sobre Afasia.

O que pode ser Quando se Esquece as Palavras – Afasia

Uma pessoa ter dificuldade de achar o nome de algum objeto, um indivíduo ou uma palavra para descrever alguma situação, ou até mesmo se perder no meio do raciocínio de uma conversa são sintomas que estão cada vez mais comuns nas nossas vidas.
Os pacientes relatam que as palavras estão na ponta da língua, mas não conseguem encontrá-las ou acabam se lembrando muito tempo depois, quando já não estão mais no contexto que iriam usar.

Em alguns momentos, pode até mesmo esquecer o nome de alguma pessoa com quem convive diariamente. Em outras situações, podem ser nomes de objetos, como, por exemplo, lembrar que tem um objeto que pega a comida quando está quente, usa para transportá-la de um lado para o outro e que abre e fecha, mas foge a palavra “pinça de cozinha”.

Toda vez que esses sintomas acontecem com alguma regularidade é sinal de que está acontecendo algum problema com o cérebro. E isso pode ser relativamente comum e tratável, como doenças neurológicas mais graves.

Esgotamento Mental

Quando o paciente é jovem e está aparentemente sem sinais de alguma outra patologia subjacente, o caso mais comum desses esquecimentos é a sobrecarga do cérebro.

Isso pode acontecer quando está em um estado de esgotamento mental, como no caso de um Burnout ou simplesmente está dormindo pouco e tendo um excesso de trabalho e compromissos que não consegue deixar o cérebro descansar adequadamente.

O esgotamento mental é cada vez mais comum por causa da dinâmica da vida moderna, na qual as cobranças por performance estão extremamente altas em vários aspectos da vida da pessoa, seja como profissional, no trabalho, como pai ou mãe, no cuidado dos filhos, como cônjuge, com um parceiro, e, às vezes, até mesmo a pressão de cuidados de estética ou resultados em atividade física.

Essa sobrecarga de demandas, especialmente se estão associadas ao pouco tempo para o sono e descanso, facilmente pode gerar a síndrome do esgotamento mental, que pode levar a pessoa a ter esquecimento de palavras.

Em muitos casos, é tão importante que é um problema que não se resolve apenas tirando umas férias. O paciente necessita buscar um médico que vai quantificar o grau do problema para escrever um tratamento conforme cada caso.

Depressão

Ainda em pacientes jovens podem ocorrer casos de depressão, mas não do tipo em que a pessoa fica triste, chorando pelos cantos. Muitas vezes, é uma depressão em que fica até mais agitada ou irritada, e perde o prazer nas atividades diárias.
Nesses tipos de depressão também podem vir associados sintomas cognitivos, como, por exemplo, esquecimentos de maneira geral ou de palavras, ou até mesmo dificuldades para manter o foco em uma conversa.

Muitas vezes, é no esquecimento de palavras que fica mais evidente para o paciente que está com algum problema, pois, pode estar tão envolvido na sua agitação, irritabilidade, na vida mecânica que não percebe que está com algum problema, mas quando é alertado que está se perdendo no meio de uma conversa ou vê que tenta achar uma palavra e não consegue se lembrar, esse pode ser o sintoma mais evidente de que está com algum problema que merece ser investigado.

E caso seja confirmada uma depressão, ter o correto tratamento da mesma faz toda diferença. Hoje em dia, tem antidepressivos que têm um poder maior para a melhora cognitiva do paciente quando o mesmo está em depressão.

TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade)

Também com pacientes jovens podem acontecer casos de TDAH. Muitas vezes, o esquecimento das palavras já faz parte do histórico da vida deles e tem momentos em que isso fica muito mais grave e outros em que fica muito mais brando.

O TDAH afeta a atenção, o foco, a concentração e igualmente é capaz de afetar aspectos como o comportamento hiperativo. Junto do TDAH podem vir outros distúrbios de linguagem, como o ‘déficit de processamento auditivo’, algum grau de dislexia, dificuldades em manter uma leitura contínua ou simplesmente em manter o raciocínio durante alguma fala. Nesses casos, o esquecimento das palavras costuma ser mais benigno e ter momentos em que fica pior, especialmente, quando o paciente está mais estressado.

O tratamento do TDAH e igualmente de algum eventual distúrbio emocional que possa vir junto ajuda muito no esquecimento dessas palavras. Caso exista também o déficit de processamento auditivo, há tratamento com o fonoaudiólogo, que ajuda muito nesses casos.

Epilepsia

Tanto em jovens quanto pessoas maduras e idosos podem ocorrer patologias que atrapalhem o funcionamento do cérebro, nas regiões diretamente ligadas com a linguagem, como, por exemplo, uma epilepsia. Mesmo que a pessoa não esteja tendo crises motoras, que são se debater, o cérebro ainda pode estar com descargas elétricas anômalas que afetam o funcionamento daquela região e isso compromete a sua capacidade de linguagem.

Para se ter o diagnóstico correto, necessita-se realizar um eletroencefalograma. Com esse exame são detectadas as atividades elétricas anormais que devem ser tratadas com medicamentos anticonvulsivos.

Epilepsia não é uma patologia somente de crianças, então, podem ocorrer na vida adulta e são mais comuns ainda na velhice, na terceira idade.

Aura de Enxaqueca

Outro tipo de problema que pode afetar a capacidade de linguagem dos pacientes é o fenômeno aura de enxaqueca. O paciente que tem enxaqueca, além de ter as terríveis dores de cabeça, pode também ter fenômenos neurológicos como visão de luzes, espectro de fortificação, perda de sensibilidade em uma parte do corpo e ocorrer comprometimento da linguagem como dificuldade para achar palavras ou até mesmo falar e se expressar, como tendo algum tipo de afasia mesmo.

A enxaqueca pode causar esses sintomas como aura. Suspeita-se da aura de enxaqueca afetando a linguagem quando esses fenômenos tipicamente acontecem próximo da crise de enxaqueca ou até mesmo quando o paciente tem enxaquecas e acontece esse fenômeno, que dura algum tempo e depois se resolve por si só. Ou seja, quando vem a afasia, vem a dificuldade de lembrar palavras ou até de se expressar.

Isso pode vir, melhorar por si só e depois, em outro momento, a pessoa tem uma enxaqueca, fica tendo os problemas de fala entremeado com as crises de enxaqueca ou até mesmo associados à crise de enxaqueca.

Nesses casos, o tratamento para a própria enxaqueca também acaba ajudando a diminuir os fenômenos de aura e a perda das palavras.

Lesões Cerebrais

Também em jovens e pessoas mais maduras podem ocorrer lesões diretamente no cérebro, sobre a região que comanda a fala, como, por exemplo, algum tumor que acomete essa região que pode ser tanto benigno quanto maligno.

Igualmente pode ocorrer algum AVC caprichoso, que pega especificamente a região da fala e linguagem, e compromete tanto a nomeação quanto a capacidade de expressão do próprio paciente, e também pode comprometer a capacidade de compreensão de linguagem escrita e falada. Assim como os traumatismos cranianos que acabam lesionando as regiões de linguagem de maneira mais específica.

Todos esses tipos de problemas considerados anatômicos podem ser diagnosticados mediante um exame de ressonância magnética do cérebro, com o qual é possível ver a lesão e a natureza dessa lesão que está levando àquele tipo de problema de linguagem.

Doenças Degenerativas

Agora, em pacientes mais idosos podem ocorrer doenças degenerativas, que gradativamente vão comprometendo a capacidade de linguagem do paciente. Tudo pode começar com esquecimento de palavras, nomes ou até mesmo repetições em uma conversa.

Condições como Doença de Alzheimer e ‘afasia primária progressiva’ são exemplos de patologias que podem dar esses sintomas de perda de palavras. Se o idoso estiver esquecendo palavras de maneira contínua ou até mesmo progressiva dos sintomas, deve ser levado ao neurologista para uma avaliação mais detalhada o mais rápido possível, pois pode ser o início de alguma doença degenerativa.

No Alzheimer, comumente vêm também esquecimentos de diversas outras naturezas, não somente das palavras, mas tende a começar com o esquecimento das palavras e o comprometimento da linguagem.

Já na ‘afasia primária progressiva’, muitas vezes, o sintoma é somente a dificuldade na capacidade de comunicação. Isso pode ser tanto para nomeação quanto para compreensão dos símbolos da comunicação, sejam falados ou escritos, ou até mesmo uma comunicação telegráfica que não tem concordância, não tem gramática.

Tanto na Doença de Alzheimer quanto na ‘afasia primária progressiva’ podem ser realizados testes para um diagnóstico precoce, como uma ressonância magnética do cérebro, um exame de PET-SCAN, um exame do líquor com estudo das proteínas do Alzheimer e até mesmo uma avaliação neuropsicológica para quantificar o grau do problema e verificar se existe um problema clínico de verdade e também ter percepção se não existem outros sintomas que não foram citados, mas estão associados ao esquecimento das palavras.

O ponto mais importante é ficar atento para os esquecimentos das palavras frequentes ou até mesmo que estão em uma crescente. Não menosprezar os sintomas e, sim, buscar algum médico neurologista da sua confiança para realizar a correta investigação e ter o correto diagnóstico e o tratamento adequado para cada caso.

E se você gostou do conteúdo, escreva nos comentários se já alguma vez esqueceu alguma palavra e como aconteceu? O que fez? Isso te preocupou ou não? Conhece alguém que começou a ter problemas de esquecer as palavras e foi piorando? Conte tudo o que entende ou tem dúvidas sobre o esquecimento das palavras.

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