Síndrome de Tourette

Tiques e Síndrome de Tourette na Infância

Tiques, especialmente causados por disfunções neuropsiquiátricas na Infância, são característicos da Síndrome de Tourette, mas os seus sintomas e a sua gravidade variam de acordo com cada paciente, e podem piorar com gatilhos, como ansiedade ou excitação, e melhorar durante atividades relaxantes e de foco.

O que são Tiques e Síndrome de Tourette na Infância?

A síndrome de Tourette é uma condição neurológica do sistema nervoso em desenvolvimento capaz de causar movimentos ou sons involuntários, repentinos, rápidos, repetitivos e descontrolados, o que chamamos de tiques.

Detalhes sobre Tiques

Os tiques podem ser tanto motores, envolvendo movimentos musculares (piscar os olhos ou ter movimentos oculares, fazer caretas ou franzir a testa, mexer a cabeça ou os ombros) quanto vocais (pigarrear, fungar, tossir, grunhir ou repetir palavras ou frases) abruptos, não rítmicos e repetitivos, aparecendo e desaparecendo com o tempo, e variando em frequência, gravidade, localização e tipo, sendo comuns de manifestarem-se em crianças entre 5 e 10 anos de idade.

Mas alguns pacientes podem apresentar tiques complexos, comumente após o aparecimento do tipo simples, em que aparecem juntos ou são característicos de automutilação, em que há uma necessidade de aliviar a sensação de completar um tique.

Características da Síndrome de Tourette

A síndrome de Tourette não tem causa conhecida, mas sabemos que envolve interação de fatores ambientais e variações genéticas, com pesquisas apontando para anormalidades em determinadas regiões do cérebro, circuitos que conectam essas áreas e neurotransmissores responsáveis pela comunicação entre os neurônios.

Comum de manifestar-se nos meninos, pode ter os piores sintomas de tiques durante a adolescência, diminuindo e sendo controlados no início da vida adulta, mas, em algumas pessoas, podem perdurar ou piorar durante essa fase.

Apesar de os tiques da síndrome de Tourette serem involuntários, é possível minimizar o seu impacto ao controlá-los, mas a pessoa pode sentir tensão impulsionando para a sua realização, dando a impressão de que são voluntários como resposta de um gatilho.

E é típico desta condição a pessoa igualmente apresentar quadros neurocomportamentais e como a aprendizagem, o comportamento, as emoções são afetados pelo cérebro, o comprometimento deles podem acabar se sobrepondo em relação aos tiques, tais como:

  • Ansiedade: sentir apreensão, inquietação ou medo diante de determinada situação;
  • Déficits de habilidades sociais: além de apresentar dificuldades para manter relações sociais;
  • Depressão: alterações persistentes no comportamento e humor;
  • Dificuldade de aprendizagem: problemas de aritmética, escrita e leitura que não estão associados à inteligência;
  • Distúrbios do sono: problemas para dormir ou manter o sono, ou sonolência diurna em excesso;
  • Problemas de coluna ou comportamentais: acompanhados de agressão, descontrole da raiva e dificuldade emocional e social;
  • Problemas de processamento sensorial: dificuldade para organizar e dar respostas sensoriais;
  • Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH): problemas de concentração, hiperatividade e impulsividade;
  • Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): ideias, pensamentos ou sensações indesejadas para realizar comportamentos de determinada forma ou repetidamente.

E devido ao fato de o diagnóstico ser confirmado pela presença de tiques persistentes por ao menos um ano, diversas vezes ao longo do dia, com início na infância e que não são desencadeados por medicamentos, por demais condições médicas ou substâncias, não hesite em agendar uma consulta com a nossa equipe multidisciplinar, principalmente pelo(a) médico(a) especialista em Neuropediatria, que é o(a) responsável pelo atendimento neurológico infantil.

Assim, conseguimos promover melhor qualidade de vida às crianças, melhorando as interações familiares e sociais, o desempenho escolar, especialmente ao prezar por uma atuação conjunta entre pais, cuidadores, professores e profissionais da escola e de saúde, ao iniciarmos o tratamento personalizado de Tiques e Síndrome de Tourette na Infância, e demais condições, que pode ser não farmacológico, medicamentoso, com intervenção comportamental ou o que mais julgarmos necessário.

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