Canabidiol e Doença de Parkinson

Canabidiol e Doença de Parkinson

Se você quer saber sobre o Canabidiol e Doença de Parkinson, fique até o final deste artigo, porque o Dr. Willian Rezende do Carmo, médico neurologista, fundador da Clínica Regenerati e que no seu canal do YouTube fala sobre Dor, Sono, Parkinson, Emoções e Neurologia Geral, vai abordar sobre isso.

Relação Entre Canabidiol e Doença de Parkinson

O que é Canabidiol?

O canabidiol é um subproduto, um fitoproduto de vários elementos químicos que têm dentro da maconha, uma planta, que como todo organismo vivo, tem diversos elementos químicos dentro dela.

Entre algumas moléculas químicas têm as que são bioativas, que são ativas dentro do organismo do ser humano. Entre essas tem várias moléculas, como canabidiol, THC, CBG, canabigerol, assim por diante.

Então, dentro da planta maconha, se você espreme o seu caldo, tem uma sopa de vários elementos químicos, que são bioativos, moléculas orgânicas que são ativas, que causam coisas ativamente no organismo de outro ser vivo.

A molécula que faz a maconha ser o que todo mundo conhece, que dá o ‘barato’ da maconha, é o THC. Tanto que alguns tipos de planta de maconha, que são de linhagens de maior produção de THC, são famosas por produtos de maconha que dão mais ‘barato’, justamente porque têm uma quantidade de THC maior.

Já o canabidiol não causa ‘barato’, tem um efeito antagônico ao THC. Tudo que o THC ativa, o canabidiol desativa. E tem um efeito medicinal que está sendo cada vez mais investigado.

Ele ganhou a aprovação como primeira terapêutica na qual teve evidência na eficácia terapêutica, que foi para o tratamento de epilepsia, especialmente para algumas síndromes epilépticas da infância. Depois, foi expandida a percepção do benefício dele para outras patologias dentro da área médica, especialmente para patologias neurológicas.

Como Ele Atua no Cérebro

Como relatamos, o THC atua de forma excitatória, podendo dar a sensação do ‘barato’, pró-psicótica, aumenta a ansiedade, diminui o limiar convulsivo, ou seja, é mais fácil ter convulsão com o THC. E tem mais facilidade de ter outras complicações maiores no corpo da pessoa, porque é uma molécula excitatória.

Apesar de todo mundo pensar que a pessoa da maconha fica emaconhada, meio retardada, o componente que deixa a pessoa com aquele ‘barato’, de ficar rindo fácil, de se sentir engraçado, de ‘curtir a viagem’, é o THC.

O CBD traz o contrário, é uma molécula inibitória, tanto que inibe o limiar convulsivo, a ansiedade, o efeito psicótico, contrabalanceia o efeito do THC. Então, é como se fosse antagônica ao THC, fazendo o efeito contrário do ‘barato’ do THC no corpo.

Quando o Canabidiol é Negativo no Parkinson?

E vendo o que já temos de evidência, o que sabemos sobre o canabidiol no corpo humano, especialmente no Parkinson?

Primeiramente, teve um estudo, não só com o canabidiol com THC, mostrando que o uso do canabidiol versus o grupo placebo, no grupo que utilizou o canabidiol com o THC teve uma piora considerável na memória. Então, ele, provavelmente, não é bom no paciente parkinsoniano quando contém THC.

O que o CBD não Melhora no Parkinson?

Ele não melhora sintomas motores, como, por exemplo, a lentificação, em que a pessoa fica mais lenta; rigidez; dificuldade no equilíbrio, de marcha, o freezing da marcha; a hipofonia, que é aquela vozinha com perda de força; a micrografia, que é a letra pequenininha; e sintomas motores em geral.

Acontece que esses são sintomas muito importantes no paciente parkinsoniano, que está lento, rígido, duro, caindo, tem dificuldade para andar e todas as outras dificuldades dos sintomas motores do Parkinson, e o canabidiol, em vários estudos, não mostrou que melhora esses sintomas na Doença de Parkinson.

O que Ainda não Está Claro se Pode Melhorar ou não?

Não está claro porque alguns estudos mostram melhora, mas outros apontam que não há melhora. Como nos casos de tremor e discinesia induzida pela levodopa; o tremor, especialmente o de repouso do Parkinson, e a discinesia, que são aqueles movimentos que podem vir no caso do pico da levodopa.

E como isso é complexo? Por quê? Ainda há uma heterogeneidade nos estudos muito grande. Por exemplo, um deles testou o tremor em paciente parkinsoniano quando foi submetido a um teste ao falar em público e mediram o grau de tremor deles.

Um grupo usava o canabidiol, outro usava o placebo. O grupo que estava usando o canabidiol tremeu menos ao falar em público do que o grupo placebo. Portanto, esse foi um estudo no qual o canabidiol se mostrou positivo em diminuir o tremor.

Já outro estudo, que colocou o paciente em pleno repouso, o deixou com as mãozinhas todas repousadas, tranquilo, relaxado, e estava com o tremorzinho dele. Tanto o grupo placebo quanto o grupo ativo de canabidiol não teve diferença no tremor de repouso com o paciente plenamente em repouso, relaxado.

Então, foi um estudo que deu negativo em relação ao tremor, o uso do canabidiol mostrou que não fez diferença no tremor de repouso do paciente parkinsoniano em repouso.

O que Já Tem Algum Corpo de Evidências de Benefícios do CBD no Parkinson?

Para isso, vamos nos basear em um estudo de revisão de meta-análise, que pega vários outros estudos e compila os resultados em um só para tentar guiar, ter um norte do que os estudos estão dizendo, que foi publicado no Journal of Parkinson’s Disease, uma revista séria, em 2022, com 05 estudos randomizados, controlados, que são ‘de peso’, muito bem feitos, e 18 estudos não randomizados que investigaram o tratamento de canábis em pacientes com Doença de Parkinson.

O primeiro ponto que acharam é que não foi possível encontrar evidências para que possam recomendar formalmente a indicação do canabidiol para o tratamento de Parkinson.

Mesmo fazendo a revisão de meta-análise, não tem um corpo de evidência claro o suficiente para trazer uma recomendação baseada em fatos científicos de que é formalmente indicado o canabidiol para o Parkinson.

No entanto, identificou o potencial benefício de melhora para vários sintomas na Doença de Parkinson e isso foi consistente em todos os estudos, como os de ansiedade, dor e qualidade do sono, o que é muito importante.

Além da melhora da qualidade de vida geral, que é um questionário sobre diversos aspectos da qualidade de vida do paciente. E o mais interessante é que mesmo que não seja tão diretamente relacionado às coisas motoras, os pacientes parkinsonianos que utilizaram canabidiol têm uma melhora de percepção de qualidade de vida, às vezes, de uma maneira inespecífica.

Escreva nos comentários o que acha sobre o uso do Canabidiol na Doença de Parkinson, qual foi sua experiência ou de alguma pessoa que conheça. Você concorda com os resultados desses estudos ou não?

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