Como Melhorar a Memória – Remédios para Memória
Se você quer saber sobre Remédios para Memória, como isso funciona, quando usar e o que é, fique até o final deste artigo, porque o Dr. Willian Rezende do Carmo, médico neurologista, fundador da Clínica Regenerati e que no seu canal do YouTube fala sobre Dor, Sono, Parkinson, Emoções, Memória e Neurologia Geral, vai abordar sobre isso.
Remédios para Memória
Neste artigo, vamos explicar sobre remédios para memória, mas, primeiramente, detalharemos como ela funciona.
Como a Memória Funciona?
O primeiro fato da memória: para funcionar, envolve a atenção. A pessoa tem que estar atenta a alguma coisa, dar atenção àquela coisa; se não estiver atenta, não consegue sequer captar aquele fato, momento, aquela informação.
Então, se a atenção está prejudicada, vai comprometer anteriormente, quando a pessoa tentar lembrar daquele momento, provavelmente não vai conseguir, porque a atenção dela está prejudicada, então, precisa estar atento, ter atenção com o foco adequado para, primeiro, conseguir fazer o registro daquilo.
Segunda etapa é o registro; recebemos a informação e ela tem que ser registrada no cérebro, sendo que esse processamento é feito no hipocampo. Depois, tem o armazenamento, que vai para a estocagem da memória no cérebro. Em seguida, tem o processo da evocação, que é quando a pessoa busca aquela memória para usá-la em determinado momento.
Todo processo de memória vai funcionar desde o momento da atenção, do registro, armazenamento da memória e da evocação. Se tiver qualquer problema em qualquer uma dessas etapas pode impactar negativamente a memória da pessoa e existem lesões neurológicas que tendem a dar problemas em cada uma delas.
O que Atrapalha a Memória?
Primeiramente, temos que entender que existem todos esses processos da memória e várias coisas podem atrapalhar em diversas etapas da formação de uma memória.
Por exemplo, o TDAH afeta o processo da atenção. A pessoa tem menos atenção e, tendo menos atenção, há menos registro. Se registra menos, vai lembrar menos das coisas.
Outra doença neurológica que afeta a memória é a Doença de Alzheimer propriamente dita. A pessoa vai tendo perda de memória, inicialmente das memórias recentes, depois, das mais próximas, moderadamente antigas, até perder as muito antigas. Essa é uma doença que vai apagando tanto as memórias recentes, de início, quanto as memórias já armazenadas, estocadas.
Tem também a doença que é a depressão, que dá problemas na memória, afetando tanto a capacidade de atenção, para registrar, quanto até a de evocação. Já registrou, teve atenção, armazenou, mas ela vê aquela pessoa que conhece, vê todo dia, sabe o nome dela e, em um dado momento, não lembra mais. A depressão facilmente afeta tanto o processo de atenção quanto de evocação da memória.
Igualmente a ansiedade pode afetar a memória no sentido de que atropela os pensamentos e rouba a atenção da pessoa, não deixando que ela pare e consiga focar naquele processo que está passando no momento porque já atropelou, pensou de novo e já foi para frente, para trás; então, isso afeta muito a capacidade de atenção da pessoa e, obviamente, a memória dela.
A insônia (dormir pouco ou o sono é de má qualidade), afeta o armazenamento da memória, então, a pessoa vai tendo dificuldade de armazenar e consolidar, porque a memória é consolidada durante o sono, especialmente no sono mais profundo.
E quem dorme mal igualmente vai ter a atenção prejudicada durante o dia porque vai estar mais cansado, sonolento e também vai ter dificuldade de consolidar a memória durante a noite e não vai armazenar direito porque não está dormindo, e se dorme pouco, tem pouco tempo para fazer o processo de consolidação da memória, além disso afetar o processo todo de atenção durante o dia a dia.
Igualmente a apneia do sono afeta a capacidade de memória da pessoa, tanto porque fica com sono durante o dia, prejudicando a capacidade de atenção, quanto não a deixa ter um sono profundo. Ela dorme, mas a apneia, a falta da respiração, não deixa que tenha estágios mais profundos do sono, porque fica toda hora sendo acordada para respirar e isso impede que faça um processo de armazenamento adequado da memória.
Também temos deficiências de vitaminas, como, principalmente, as do complexo B, que podem afetar a capacidade de memória da pessoa, porque vai comprometer tanto a parte de registro quanto de armazenamento e evocação; ela afeta todo o processo de estocagem da memória.
Ou a pessoa pode estar com doenças endocrinológicas, como hipotireoidismo, hiperparatireoidismo, que vai afetar o cálcio e, consequentemente, afeta o funcionamento dos neurônios.
Ela pode ter também um tipo de epilepsia em que não necessariamente se debate e convulsiona toda, mas fica dando “choquinhos” no cérebro que não são suficientes para gerar uma crise completa, mas conseguem afetar o funcionamento do hipocampo e, consequentemente, a capacidade de registro da pessoa, interferindo na memória dela.
Dá para entender que a pessoa pode ter a memória atrapalhada por muitas coisas, são várias patologias e diferentes situações que vão acabar afetando um produto complexo da nossa cognição que é a memória, que depende do funcionamento de várias etapas do cérebro para que consigamos evocar uma memória.
Medicamentos que Atuam na Memória
Não são tanto propriamente medicamentos para memória, mas são medicamentos que atuam, às vezes, nas patologias e, assim, acabam melhorando a memória e, em alguns casos, coisas que podem atuar diretamente na memória.
Como, por exemplo, a donepezila, a galantamina e rivastigmina, que são medicamentos que atuam na memória, mas para o paciente que tem Doença de Alzheimer, porque são aprovados para o tratamento dela, dão uma melhora na função da memória do paciente, entretanto, não fazem efeito em quem não tem. Ou seja, são medicamentos para memória, mas para pessoas com Doença de Alzheimer.
Temos outro medicamento pró-cognitivo que é a vortioxetina, mas funciona melhorando a memória dentro de um processo depressivo. É muito comum a pessoa com depressão ou ansiedade estar com problemas de memória, e a vortioxetina é quem tem maior evidência em melhorar a capacidade cognitiva do paciente, que acaba tendo uma memória melhor; juntamente com a melhora da depressão tem uma melhora também cognitiva.
Outros antidepressivos específicos igualmente têm essa melhora cognitiva, mas um dos que mais tem estudos e evidências usando-o nas condições de depressão e/ou ansiedade é a vortioxetina.
Assim como temos o metilfenidato, como a ritalina, e a lisdexanfetamina, que é o Venvanse, atuando na melhora da memória, mas em pessoas que têm TDAH, melhorando as capacidades de atenção e executiva, e, consequentemente, da memória.
Isso porque prestam mais atenção nas coisas, assim, têm uma melhora da memória uma vez que vão prestar atenção em primeiro momento, mas isso dentro de um contexto de paciente que tem TDAH (em quem não tem TDAH não acrescentam maior capacidade de atenção).
Também temos a ginkgo biloba, que ficou muito famosa há alguns anos como medicamento para melhorar a memória, tanto que teve um boom, todo mundo querendo usar, até jovens, depois viram que não seria isso, mas agora já tem onde é melhor.
Como ela causa uma dilatação dos microvasos cerebrais, naqueles pacientes tipicamente idosos, que têm uma baixa perfusão do cérebro, ou seja, o sangue não passa tão bem nessa região, dá para poder dilatar os vasos e melhorar a passagem sanguínea cerebral e, assim, acaba melhorando a memória.
Então, ela funciona? Sim, dentro de um contexto, em pacientes tipicamente idosos, em que o sangue não está circulando tão bem no cérebro, dilatando os vasos, melhorando a circulação do sangue no cérebro e isso acaba, por consequência, melhorando a memória também.
Temos a bacopa monnieri, que é outro fitoterápico muito utilizado na Índia, é algo para melhorar a memória e teve evidência disso atuando para Alzheimer em fases iniciais, tendo uma capacidade de melhorar levemente a memória deles.
Assim como temos, já com maior número de evidência, e até em pacientes que estão hígidos, que não estão com patologias, o ômega-3 com maior concentração de DHA, a miligramagem tem que ser alta, tipicamente acima de 2000 mg e que o DHA seja quatro ou cinco vezes maior do que o EPA.
Ou seja, o ômega-3 que tem muito DHA mostrou que tem uma melhora da capacidade de memória nos pacientes que fizeram estudos comparando pessoas normais com pessoas normais, pessoas recebendo ômega-3 e outras recebendo placebo.
Então, nesses teve uma leve melhora da memória com o ômega-3 em altas dosagens. Já tem até estudo de revisão que pega vários outros estudos e os compara no sentido do resultado do ômega-3 e benefício em relação à memória.
Temos também uma evidência melhor ainda de todas, a melhor evidência do que pode ser feito para melhorar a memória, por mais incrível que pareça, que é a atividade física, 150 minutos por semana, pelo menos de moderada a alta intensidade. E o que é uma atividade física moderada? É aquela em que aumenta a frequência cardíaca em cerca de 60% da linha de base.
Essa atividade física de 150 minutos por semana, que aumenta a frequência cardíaca em pelo menos 60% da linha de base, a pessoa tem um efeito pró-cognitivo muito significativo, ela melhora a memória mesmo não tendo problemas de saúde.
Portanto, dos que temos dos remédios para memória, o que tem maior evidência é a atividade física. Obviamente, temos também elementos de uma alimentação saudável, mas dentro dos seus elementos, o mais estudado foi o ômega-3.
Precisamos lembrar que não há medicamento milagroso e a perda de memória é um sinal de outro problema de saúde tipicamente. Quando a pessoa está tendo perda de memória, normalmente, não vai ter um medicamento simples que vai melhorá-la, sendo que o ideal é passar no médico para tentar verificar alguma causa desse tipo e, assim, tratar a causa do problema que está levando à consequência da perda de memória.
Coisas que pacientes já inventaram de misturar remédio de Alzheimer com estimulante, cafeína, lisdexanfetamina, Venvanse e mais um monte de outras coisas; isso não tem efeito, já foi comprovado que não tem efeito de aumentar a memória da pessoa e a capacidade cognitiva. E, sim, pode aumentar o risco de efeitos colaterais dela.
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