Mioclonias do Sono

Espasmos do Sono – Pulos Durante o Sono

Se você quer saber sobre as Mioclonias do Sono, que são pequenos pulinhos que o músculo dá durante o sono, fique até o final deste artigo que a Eliane Aversa, que é psicóloga clínica, especialista em Sono, trabalha com Terapia Cognitivo-Comportamental para adultos, casais e, principalmente, para os distúrbios do sono, como as insônias, vai explicar sobre isso.

Hoje, nós preparamos este conteúdo para você que tem uma curiosidade de saber o que são aqueles pequenos abalos, uma sensação de que estamos caindo quando entramos em um adormecimento.

Mioclonias

Esses abalos são chamados de mioclonias e, em geral, se referem a algumas contrações, movimentos involuntários que podem envolver um músculo ou um grupo de músculos.

Esses movimentos podem incluir uma contração dos braços, das pernas, contrações musculares, parecendo algum tipo de choque e também alguma resposta a certos estímulos que se recebe, como ruído, luz, por exemplo.

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O próprio soluço, para vocês terem uma ideia, é um tipo dessa contração no diafragma, que é chamado de mioclonias.

Mioclonias do Sono

As mioclonias ocorrem por conta própria e não como uma anormalidade no cérebro ou nos nervos, como acontecem em algumas doenças do sistema nervoso, como na Doença de Parkinson, Doença de Alzheimer, nas crises de epilepsia mesmo ou até na esclerose múltipla.

Hoje, nós vamos falar especificamente dessas mioclonias do sono, que ocorrem no sono, principalmente daqueles abalos, daqueles movimentos, da sensação de que está caindo ao adormecer.

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Elas também são descritas como sustos, alguns espasmos. E sempre vão ocorrer em repouso, com pessoas com histórico familiar da doença, que vai ter uma causa totalmente desconhecida e idiopática.

Mas também podem aparecer em grupos familiares, ou seja, há uma indicação de que as mioclonias também podem ser um distúrbio hereditário.

Possíveis Causas

As possíveis causas das mioclonias do sono variam muito e dependem bastante da idade das pessoas.

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Bebês e Adultos

Em bebês e crianças, por exemplo, elas são muito mais comuns de acontecer, porque ocorrem bem no início do sono e fazem parte de um processo de maturação do cérebro para desenvolver as habilidades da criança entre a vigília e o sono, entre o que é estar dormindo e acordado; então, faz parte de todo o processo de maturação.

Adultos

Nos adultos, por exemplo, o mecanismo do sono e vigília já está desenvolvido e as alterações podem ocorrer porque esses estados são muito mais prolongados.

Maior propensão de iniciar um sono com as mioclonias: podem ocorrer nos períodos em que as pessoas passam muita privação de sono, se estão sujeitas ao estresse, estão com fadiga crônica e até excessos de cafeína podem também estimular demais o cérebro e ter essa divergência entre estar acordado e começar a dormir, e acontecer esses pequenos abalos.

As pessoas de modo geral, cerca de 60% a 70%, já vivem esses episódios, até experimentaram essas sensações. Mas, na maioria das vezes, nem sabem que isso acontece, porque não houve despertar e não abalaram exatamente o sono, essas contrações musculares não provocaram lembranças nelas.

Às vezes, alguém que faz atividade física excessiva muito tarde da noite também pode experimentar essas mioclonias.

Diagnóstico Diferencial

Essa mioclonia que estamos abordando, do sono, é também chamada de mioclonia noturna, então, é importante que façamos algum diagnóstico diferencial entre outras doenças que têm movimentos parecidos, semelhantes, mas que não são exatamente as mioclonias.

Síndrome das Pernas Inquietas

Não sei se vocês já ouviram falar, mas existe uma que se chama síndrome das pernas inquietas. São desconfortos que acontecem nas pernas das pessoas, normalmente, no período da tarde para noite, pioram muito em repouso e são pequenos desconfortos que, com o movimento, elas sentem um alívio. Então, não é mioclonia do sono; isso normalmente acontece acordado.

Movimentos Periódicos dos Membros Inferiores (PLMS)

Diferentemente de outra que chama síndrome dos movimentos periódicos inferiores, em que a pessoa está dormindo, fazendo alguma fase de sono, e dentro de uma polissonografia, que é o exame específico para detectar esses transtornos, começa a se perceber pequenos abalos que são periódicos, se repetem em pequenos intervalos de tempo – logo, isso também não é mioclonia.

Quando essa síndrome acontece, as pessoas podem ter muita sonolência diurna. Não especificamente toda sonolência é por causa disso, mas é um dos grandes motivos de se ter sonolência diurna, porque isso superficializa o sono tanto quanto apneia do sono, por exemplo, que também faz a pessoa ter vários despertares durante a noite e durante o dia, passa a ter sonolência, porque o sono não foi de boa qualidade.

Epilepsia Mioclônica

Como explicamos anteriormente, na própria epilepsia existem as mioclonias epilépticas, ou seja, a pessoa começa, a perto da hora de acordar, a ter alguma crise e tem movimentos similares às mioclonias, mas é por conta da crise epiléptica.

Transtorno Comportamental do Sono REM

Outra doença também que é bastante estudada é o transtorno comportamental do sono REM. Sono REM, vocês sabem, é aquele sono dos sonhos, onde existem os movimentos oculares.

Se estiverem dormindo com alguém pertinho, vão ver que os movimentos oculares acontecem. Nessa hora, a pessoa está sonhando; se for acordada, vai te contar o sonho.

No caso desse distúrbio comportamental, ela não tem uma paralisia do sono; uma parte do cérebro dorme e a outra fica acordada. Ela começa a fazer alguns movimentos que, de um modo geral, são mais agressivos inclusive. É como se estivesse fazendo alguns movimentos associados ao sonho, então, isso também é um diagnóstico diferencial.

Desordem do Movimento Rítmico

E também existe a desordem do movimento rítmico, encontrada muito em algumas crianças que têm aqueles movimentos de ir para frente, para trás, de movimentar a cabeça. Muito frequentemente encontrada no transtorno do espectro autista e na síndrome de Tourette também.

Por que as Mioclonias Ocorrem?

Os pesquisadores não sabem exatamente o porquê de esses espasmos noturnos acontecerem, mas existem várias teorias. E, de um modo geral, é um processo bastante benigno.

Uma das explicações é que esses espasmos são uma parte natural da transição do corpo, do estado de alerta, vigília, para o sono, e se manifestam nesse processo. Então, os músculos vão se manifestar dentro dessa transição.

Outra explicação também é que esses espasmos podem ser reflexos do relaxamento dos músculos durante o início do sono. O cérebro interpreta o relaxamento como sinal de que a pessoa está adormecendo e caindo, e ativa os músculos para reagirem rapidamente.

Diagnóstico

E como é feito o diagnóstico para saber se as pessoas têm as mioclonias, principalmente as do sono? De um modo geral, um médico faz uma anamnese, levanta todo o histórico do paciente, faz um exame físico da pessoa e pode pedir exames complementares.

Alguns exames bem utilizados para detectar as mioclonias são eletromiografia, que é o exame que mede a atividade elétrica do músculo. Ela é uma técnica, um método muito usado para diagnosticar a mioclonia tanto quanto também disfunção nervosa e muscular.

Outro exame é a eletroencefalografia, em que alguns eletrodos são colocados no couro cabeludo para registrar atividade elétrica do cérebro, que pode inclusive desencadear esses abalos, essas contrações.

Também tem o estudo de potencial evocado, em que vão capturar a atividade elétrica do cérebro, e de algumas regiões cerebrais, para evocar estímulos específicos, como estimulação tátil, auditiva e visual.

E também o médico pode pedir exames laboratoriais para descartar outras condições que podem causar sintomas semelhantes à mioclonia.

Tratamentos

Tendo o diagnóstico diferencial, a descrição das doenças, vamos explicar um pouquinho sobre os tratamentos. Então, a mioclonia do sono não é considerada uma condição séria, grave, nem mesmo se acredita que precisa de tratamento.

Uma condição, como abordamos, bastante benigna, a menos que as pessoas tenham um desconforto muito grande e mexa na qualidade de sono dela ou na qualidade de vida. Então, iniciar um tratamento vai depender do tipo de espasmo que a pessoa tem.

Alguns tranquilizantes costumam ser prescritos nestes casos das mioclonias para diminuição dos sintomas. A terapia ocupacional também é muito utilizada, porque se os motivos das mioclonias, por exemplo, forem respostas ao estresse – as pessoas estão muito estressadas e começam a ter esses abalos à noite –, então, vai ajudar devido a ter várias atividades de descontração durante a vida cotidiana.

E se o problema ainda for fisiológico, causado por alguma lesão cerebral ou na medula espinhal, a solução pode ser cirúrgica.

Conclusão

Por hoje é isso! Se você conhecer alguém que tenha essas sensações descritas, com as mioclonias, com esses abalos ao iniciar o sono, compartilhe este artigo. Saiba que tem especialistas em Medicina do Sono que tratam desses transtornos com muita facilidade, com muita experiência.

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