Medicamentos para Emagrecer

Remédios para Emagrecer – Opções de Medicamentos para Emagrecer

Se você quer saber sobre Medicamentos para Emagrecer, fique até o final deste artigo, porque o Dr. Willian Rezende do Carmo, médico neurologista, fundador da Clínica Regenerati e que no seu canal do YouTube fala sobre Dor, Sono, Parkinson, Emoções e todos os temas que são do interesse do seu público e estejam relacionados com os atendimentos da Clínica, com seus anseios, com toda sua participação, vai explicar sobre isso.

Medicamentos para Emagrecer

Neste artigo, vamos relatar sobre medicamentos para emagrecer, detalhar, primeiramente, porque o neurologista está abordando a respeito de medicamentos para emagrecer.

Principal Ponto para Emagrecimento é o Cérebro

O primeiro ponto é que boa parte dos medicamentos para emagrecer são neurológicos, porque quem manda a boquinha comer é o cérebro, quem controla a boca é o cérebro.

Então, boa parte dos medicamentos que são para emagrecer são assim porque atuam no cérebro. Isso é um elemento muito importante, porque simplesmente boa parte dos medicamentos para emagrecimento são neurológicos.

E outro problema também do emagrecimento é que o neurologista lida com esse tema e a obesidade, o ganho de peso, constantemente, seja pelos medicamentos que utiliza, como, por exemplo, para controle de dor, que facilmente faz o paciente ganhar peso.

E/ou com as patologias que lida que estão diretamente ligadas com obesidade, como, por exemplo, o AVC propriamente. A questão do peso acaba tangendo a atividade do médico neurologista com uma frequência muito grande.

Particularmente, no meu dia a dia, gosto muito de fazer ações de promoção de saúde, não só de lidar estritamente com a queixa neurológica que o paciente traz; para mim, importa o paciente estar livre da dor, mas também não ficar gordo ou gorda, então, tenho um interesse especial sobre temas de emagrecimento e controle do peso.

Óbvio que vamos abordar sobre os medicamentos, mas sempre é extremamente importante lembrar que a base da coisa é a mudança nutricional e importante também é a atividade física.

Nunca vamos fazer uma estratégia de emagrecimento pautada apenas e unicamente nos medicamentos, mas trazer o que há de científico, aprovado e correto no uso da Medicina de medicamentos para emagrecimento.

Principais Causas para Obesidade

Antes de detalharmos sobre os medicamentos, vamos explicar sobre as principais causas da obesidade. É muito importante porque se não temos claro quais são, não necessariamente vamos estar fazendo um tratamento correto para aquele paciente.

Vamos citar algumas das principais causas de obesidade, como, por exemplo, problemas hormonais, como hipotiroidismo, que facilita a pessoa a ganhar peso, ou doença de Cushing, em que ela produz cortisol acima do normal e, consequentemente, acaba também aumentando o peso.

Outra causa de obesidade é o transtorno da compulsão alimentar periódica. O que é isso? Não é aquela pessoa que belisca o tempo todo, é quando ela chega, tem um ímpeto de comer muito, como se não houvesse amanhã e não fica provocando o vômito, que nem na anorexia nervosa; come e guarda aquilo dentro dela.

Muitas vezes, até se arrepende de ter comido aquele tanto, se sente mal, às vezes, esconde a comida que tem compulsão para comer, (por exemplo, se tem compulsão para comer biscoito e bolacha, guarda aquilo em casa escondido porque sabe que é errado para ela, então, come escondidinho, ataca três pacotes de bolacha ‘tudo em uma sentada só’), são momentos alimentares compulsivos.

A pessoa, quando começa a comer, não tem um controle, tem uma compulsão, se sente impelida, é compulsória aquela alimentação para ela. Então, é transtorno da compulsão alimentar periódica, porque acontece de período em período – pode ser todo dia ou até mais de uma vez por dia.

Outra causa de obesidade é a síndrome do comer noturno, em que as pessoas ingerem a maior quantidade de alimentos durante a noite; a maior quantidade de calorias dela vem no período noturno.

Mas é muito comum isso, de quem têm parassonias, de pacientes que acordam no meio da noite e comem um monte de comida, seja por acreditarem, terem uma crença falsa de que precisam comer para poder voltar a dormir.

Ou até mesmo que estão meio sonâmbulas, porque ‘atacam’ a geladeira, comem um monte de coisa, voltam a dormir e nem veem. Chega no outro dia, olham, “oh, o que é isso, o que aconteceu com a comida?”. São pessoas que acabam ingerindo uma quantidade a mais de calorias do que precisam, em uma quantidade bem significativa durante a noite.

Outras causas de obesidade são genéticas. Infelizmente, existe a genética da obesidade e já foi comprovado isso, delimitado o ‘gene’ certinho. E tem experimentos com ratinhos que foram muito interessantes, porque pegaram uns ratinhos que tinham a genética de obesidade e outros que não tinham. Eles davam a mesma quantidade de ração para ambos os grupos; depois de um mês, o ratinho que tem genética normal está lisinho e o que tem genética de obesidade está todo gordinho.

A genética de acumular gordura debaixo da pele é vantajosa em determinados ambientes. Por exemplo, os animais de regiões extremamente frias precisam dessa genética até mesmo para virar um isolante térmico do ambiente gelado. Então, não necessariamente é uma genética somente ruim na natureza, tudo depende do contexto.

No contexto em que o ‘gene’ é adequado, aqueles animais, até mesmo aquelas pessoas, terem mais gordura debaixo da pele significa maior chance de sobrevivência. Mas esse ‘gene’ em um ambiente em que tem comida em abundância e calor, as pessoas não estão em temperaturas extremas, é uma desvantagem.

Tanto que, hoje, até mesmo já existe tratamento para quem tem genéticas específicas relacionadas à obesidade e que só funciona para elas. Não tem isso ainda no Brasil, mas quando faz o estudo genético delas vê que são de famílias de pessoas obesas e encontra esse gene, pode ser possível tratar com medicamento específico.

Outra causa de obesidade são medicamentos, por exemplo, anticonvulsivantes, alguns antidepressivos e até antipsicóticos. Muitos, especialmente medicamentos antipsicóticos, são os mais relacionados às alterações do metabolismo e ganho de peso. Logo, o uso de determinados medicamentos também é uma causa de obesidade.

Comer por compensação é uma causa comum de obesidade, que é quando a pessoa está com algum transtorno de ansiedade e/ou depressão, e pode aumentar o apetite sem perceber e querer comer como uma forma de compensação.

Ela está com a vida vazia ou muita ansiedade, tenta comer para acalmar a ansiedade dela ou come mais porque não está sentindo prazer nas coisas, e acaba tendo um prazer muito imediato, supérfluo com a comida, então, acaba comendo mais vezes.

Também outra causa comum de obesidade é o sedentarismo. As pessoas sedentárias, que não fazem nenhuma atividade física, ficam só o dia inteiro sentadas, não andam, só andam de carro, ou, hoje em dia, que nem mais andam de carro, ficam só em casa, no trabalho, no home office.

E, por último, a mais importante de todas, são os maus hábitos alimentares, que são as pessoas que comem qualidades e quantidades de alimentos de uma maneira inadequada.

São alimentos muito ricos em carboidratos, gorduras, que têm qualidade ruim, ultraprocessados e, normalmente, em porções muito avantajadas, em quantidades muito maiores do que necessita-se.

E não que a pessoa, necessariamente, esteja com um transtorno de ansiedade ou uma doença hormonal, ela faz isso porque tem o hábito alimentar ruim.

Principais Medicamentos para Perda de Peso

Vamos abordar sobre Sibutramina, bupropiona, naltrexona, alguns antidepressivos, Lisdexanfetamina, topiramato, orlistate, metformina, Semaglutida e tirzepatida.

Todos esses têm as suas indicações, os seus benefícios e como atuam.

Sibutramina

A Sibutramina, por exemplo, é um medicamento que aumenta a saciedade, mas não reduz o apetite. A pessoa ainda tem vontade de comer, mas quando come, fica saciada mais cedo. Se não aumentar a frequência do comer dela, é um medicamento que acaba ajudando a comer menos.

E tornou-se tarja preta, que necessita de receita controlada, por causa do abuso do medicamento em que muitas pessoas levavam a tomar super dosagens.

Ela é usada, normalmente, de 10 mg a 15 mg, mas já tinham pacientes tomando de 30 mg, 40 mg, até 50 mg porque era muito fácil o acesso antigamente e levava os pacientes a terem picos de pressão alta, arritmias cardíacas, até mesmo infarto e/ou AVC, e alguns chegaram a morrer por conta do abuso de Sibutramina.

Havia um exagero muito grande na dose desses medicamentos, muitas vezes, pelo próprio paciente e também, às vezes, de interação com antidepressivos. Passava um antidepressivo, por exemplo, que chamava fluoxetina, uma dose alta, e também a Sibutramina, em uma dose mais alta ainda, querendo potencializar a perda de peso, o que acabava dando uma complicação cardiovascular, que levava algumas pessoas a terem efeitos colaterais graves ou até mesmo morte.

E assim acabou ficando restrito; hoje é possível prescrever, é possível utilizar, mas é como medicamento mais controlado e pode levar a ter uma perda de até 5% do peso inicial, ela tem uma eficácia significativamente boa.

Bupropiona + Naltrexona

Outros medicamentos aprovados são a bupropiona e a naltrexona, os dois juntos.

A bupropiona sozinha é um antidepressivo que pode levar a uma perda de peso associada, especialmente nas doses mais altas, como de 450 mg / dia, de liberação prolongada.

A naltrexona é um antagonista do receptor opioide que tem indicação básica para controlar os impulsos, como o do alcoolismo – naquela pessoa que tem alcoolismo e deseja parar de usar o álcool, o uso da naltrexona ajuda muito a controlar o impulso. E ela também é utilizada para controlar o abuso de outras substâncias e o impulso de abuso de várias outras coisas.

E a combinação de ambas, da bupropiona com a naltrexona, em doses adequadas, tem uma perda atribuída de até 5% do peso corporal. É muito importante isso, é algo muito significativo.

Importante lembrar que se a pessoa come muito pela ansiedade, apesar da bupropiona ser um antidepressivo, talvez essa combinação com naltrexona não seja verdadeiramente a mais eficaz.

A bupropiona tem, às vezes, um efeito até mesmo de aumento da ansiedade da pessoa e, nesses casos, o melhor medicamento seriam os mais focados na ansiedade propriamente, porque se ela come muito relacionado à ansiedade, às vezes, a bupropiona e a naltrexona não chegam a ter poder suficiente para controlar aquela ansiedade dela.

Antidepressivos que Não Ganham Peso – Vortioxetina, Fluoxetina, Fluvoxamina

E para a ansiedade podem entrar alguns antidepressivos que não ganham peso; tem os que não têm uma associação de ganho de peso, são neutros em relação ao ganho de peso, ou seja, o antidepressivo sozinho não vai causar perda de peso.

Então, a pessoa toma antidepressivo, sozinho, que não causa perda de peso, mas, se tem um transtorno de ansiedade e/ou depressão associado com um comportamento de compensação das frustrações, das ansiedades na alimentação, esses medicamentos antidepressivos podem ser úteis sim, como, por exemplo, a vortioxetina, a fluoxetina e a fluvoxamina.

Esses são antidepressivos que têm um efeito neutro em relação ao peso, mas positivo no controle da ansiedade e da depressão.

Entendam que não são feitos para perda de peso diretamente, eles vão auxiliar no controle da ansiedade e depressão, e, de maneira indireta, no controle do peso, porque vão ajudar quem tem aquele comer da boca nervosa ou um comer de compensação por conta das frustrações da vida ou da depressão.

Antidepressivo não é a única estratégia utilizada, mas pode fazer uma diferença muito importante quando é acertado na indicação.

Lisdexanfetamina

Outra indicação, outro medicamento, é a Lisdexanfetamina, que tem indicação de bula para o transtorno compulsivo alimentar de moderada a grave.

Lembre-se, o transtorno compulsivo alimentar é daquela pessoa que do nada come um monte de comida de uma maneira periódica e faz aquilo de um modo compulsivo. Mas também é utilizada de forma off-label para ajudar no emagrecimento, porque durante o efeito da Lisdexanfetamina, ela tem uma sensação de redução de apetite.

Em quem tem a compulsão alimentar, houve uma queda de 30 episódios de alimentação compulsiva por mês para 03. Isso levou a uma perda de peso maior do que 8 kg associada ao uso do medicamentos.

Caso a pessoa não tenha o transtorno compulsivo alimentar e tenha somente a ansiedade, e a mesma não esteja sendo tratada com um medicamento próprio, pode ser que a Lisdexanfetamina possa piorar a ansiedade dela e fazê-la até comer mais ainda.

Por quê? Se ela está já toda ansiosa e recebe uma anfetamina, a Lisdexanfetamina – que nem eu já vi, já começaram ‘logo de cara’ com 70 mg (porque tem de 30 mg, 50 mg, 70 mg, normalmente você vai subindo devagarinho, faz o primeiro mês com 30 mg, depois 50 mg, depois 70 mg), fica mais acelerada ainda.

Se está mais ansiosa e comendo por ansiedade, vai comer mais ainda pela ansiedade, porque se não trata a ansiedade antes, a Lisdexanfetamina pode agravar a condição e a ansiedade agravada aumenta a ingesta de calorias. Ela é um medicamento que funciona, tem a indicação de bula correta, que é para o transtorno de compulsão alimentar, e caso tenha o uso off-label, nunca pode ser feito isso sem ter tratado a ansiedade antes, da maneira correta.

Topiramato

Tem também o topiramato, um anticonvulsivante utilizado para epilepsia e enxaqueca, que tem indicação para o transtorno da compulsão alimentar periódica. Igualmente é usado de forma off-label para perda de peso, mas não tem uma eficácia determinada sobre isso. Ele também ajuda em outros comportamentos compulsivos.

E tem vários efeitos colaterais, é um medicamento que pode causar perda de memória, por exemplo, e tem que ser muito bem indicado para ser útil.

Orlistate

O orlistate é um medicamento que atua na absorção da gordura pelo corpo, trata-se de uma substância que atua na enzima que faz a digestão da gordura e assim impede que a gordura ingerida pelos alimentos seja absorvida.

Ele reduz em cerca de 30% a 40% a absorção da gordura que é ingerida. Dessa maneira, diminui o aporte calórico que é ingerido pela pessoa. Por quê? A gordura tem 9 calorias cada grama, enquanto a da proteína tem 4, a de carboidrato tem 4,5, se não me engano.

Então, a gordura, de todos os alimentos, é a mais calórica, mesmo que a maior ingesta da pessoa não seja de gordura, ela é muito calórica; quanto mais caloria, mais caloria conta para que o corpo fique obeso.

E o orlistate tem alguns outros benefícios que podem ajudar também a controlar os níveis do colesterol, pois está ajudando a impedir a absorção de gorduras.

Mas pode ter alguns possíveis efeitos colaterais. Com mais gordura nas fezes que não são absorvidas, tem mais chance da pessoa ter diarreia. Um dos principais efeitos colaterais é a diarreia, especialmente se a pessoa ingerir muita gordura.

Se foi no churrascão e comeu muita picanha, a gordurinha toda, só carne gorda e tomou o orlistate, tem muito mais chance de ter uma diarreia, porque vai ter muito mais gordura que não vai ser absorvida e vira que nem um óleo que facilita de saírem as fezes.

E o orlistate sozinho, isolado, pode gerar uma perda associada de 4% a 5% do peso corporal inicial.

Metformina

Temos também a metformina, um medicamento clássico para o tratamento de diabetes, especialmente boa quando a pessoa tem resistência periférica à insulina ou diabetes propriamente dita.

Ela facilita a ação da insulina no corpo, mas mesmo pacientes sem pré-diabetes e sem diabetes têm uma perda associada de 2% do peso corporal – é pouquinho, porém, é um medicamento muito bonzinho, muito bem tolerado de maneira geral.

Em alguns poucos casos, a pessoa pode, às vezes, ter um pouco de diarreia, especialmente em doses mais altas. E a única coisa que tem que ficar atento, às vezes, é que a vitamina B12 pode ter uma queda com o uso prolongado da metformina. É uma perda associada de 2% do peso corporal, mas consta o benefício dela, que pode vir associado com outras terapêuticas.

Semaglutida

Outro medicamento, que atualmente é muito utilizado, está muito em voga, é o Semaglutida, que tem na forma oral ou injetável.

Ela é um medicamento análogo do glucagon, ou análogo do GLP-1, que teve a indicação inicial para o tratamento de diabetes, mas, hoje em dia, o principal uso é para o tratamento da obesidade. E tem também a indicação para o tratamento da obesidade; promove perda de peso por meio de múltiplos mecanismos, inclui retardar o esvaziamento gástrico.

O estômago tem uma motilidade que empurra o bolo alimentar para frente para esvaziar o estômago e ir para o intestino. Agora, se o estômago fica ‘meio paradão’, ‘custa mexer’, o alimento fica mais tempo no estômago e dá mais sensação de plenitude gástrica, a pessoa vai comer e literalmente o estômago já está cheio.

Ela atua retardando o esvaziamento gástrico, mas também no centro de saciedade do cérebro. O indivíduo, às vezes, nem está com o estômago cheio, já está vazio, mas come um pouquinho e se sente saciado.

Igualmente reduz o centro da fome, ela diminui o apetite e aumenta a saciedade. Então, atua no cérebro também e no centro da fome no cérebro – diminui a percepção de fome e aumenta a sensação de saciedade, e isso acaba diminuindo a ingesta calórica, além de ter efeitos anorexígenos no cérebro, que são esses que atuam no centro da fome e do aumento da saciedade.

Sendo assim, atua gástrico, no metabolismo da glicose e no cérebro também. Logo, igualmente é um medicamento neurológico.

E está sendo até estudada também para patologias neurológicas como o Alzheimer e o Parkinson. É uma injeção aplicada semanalmente, os principais efeitos colaterais são náuseas, diarréias, vômitos e constipação, e tem uma perda associada de cerca de 14% do peso corporal inicial – é uma perda de peso associada muito boa. Então, sozinha já traz uma perda de peso muito significativa.

Tirzepatida

Agora, chegou a última novidade, que é a tirzepatida, que também atua como um análogo do GLP-1 ou análogo do glucagon. Esse novo medicamento igualmente atua simulando outro hormônio secretado pelo intestino, o GIP, Polipeptídeo Insulinotrópico Dependente de Glicose.

Esse nome grandão todo significa que é mais um hormônio que atua na regulação do apetite e no controle da glicemia, que em conjunto, a atuação do análogo do GLP-1 e do GIP, atua na saciedade e no controle da glicemia, em outros mecanismos que fazem manter baixos os níveis de açúcar no sangue após a ingestão dos alimentos.

Segundo os estudos, 90% dos pacientes que usaram o medicamento chegaram a reduzir em mais de 20% o peso corporal inicial em até um ano e meio de tratamento. Esse patamar é tão importante que chega até mesmo ser comparado com uma cirurgia bariátrica – tem uma evolução cada vez maior do tratamento da obesidade.

E é muito importante ver a questão do uso racional dos medicamentos, que faz muita importância no sentido de que a pessoa tem que ter o diagnóstico de causa da obesidade para ter uma escolha correta dos fármacos que vão ser utilizados em cada caso.

Uso Racional dos Medicamentos

Nada não fará verdadeiro efeito se não houver mudança na qualidade da alimentação. Se não muda a qualidade da alimentação, do que come, pode não ter perda de peso.

Vou dar um exemplo de uma paciente que estava usando corretamente o Ozempic, que é a Semaglutida, em doses adequadas, estava tomando medicamento para o controle da ansiedade em dose adequada também, só que não mudou a qualidade da alimentação, comia ainda muito carboidrato e quase nada de proteína, que dá mais saciedade e inibe a absorção rápida da glicose.

E quando a é absorvida assim, rapidamente os medicamentos também ajudam a baixar a glicose e é estocada também nas gorduras.

Essa paciente usou por um ano inteiro a Semaglutida e não perdeu peso porque não teve a mudança do padrão alimentar. Se não tem a mudança do padrão alimentar e ela continuar comendo junk food, comidas ricas em carboidrato simples, só os medicamentos podem não mudar a questão da perda de peso ou, então, ser muito pífia essa perda de peso.

É importante lembrar que a mudança da qualidade da alimentação é fundamental para o controle correto da perda de peso, porque isso envolve, fundamentalmente, acrescentar bastante proteína e ter uma redução bem significativa dos carboidratos simples e de comida ultraprocessada. Assim como também a atividade física, que sozinha não emagrece, não faz a pessoa perder peso suficiente para emagrecer, mas traz muitas vantagens.

Teve um estudo comparando pessoas com dietas controladas iguais, eram dietas em que só comiam aquilo que vinha, de quem faziam atividade física, musculação, versus pessoas sedentárias com a mesma dieta, e viram que o grupo da musculação teve uma perda de peso 40% maior do que o grupo sedentário.

Então, sim, a atividade física facilita a perda de peso e o grupo sedentário também perdeu peso, mas o grupo ativo na atividade física perdeu 40% mais.

Além disso, tem estudos que mostram que quando alguém começa a praticar a atividade física tem muito mais força de vontade para mudar o hábito alimentar também em relação a quem não está praticando. Então, quem começa a praticar atividade física já está tendo força de vontade para mudar um hábito de sair do sedentarismo para estar ativa fisicamente e manter essa disciplina da atividade física.

Quando ganha essa força de vontade e já altera esse hábito, a mudança de um pequeno hábito ajuda a modificar outros hábitos na vida. E já sabemos, por meio de estudos, que ela tem mais força de vontade para mudar hábitos alimentares quando está conseguindo praticar atividade física.

Pode-se utilizar mais do que uma estratégia medicamentosa ao mesmo tempo, desde que tenha uma racionalidade. Por exemplo, não utilizar Sibutramina juntamente com a vortioxetina, com antidepressivo, porque ambos atuam aumentando a serotonina.

Mas pode utilizar, por exemplo, uma Semaglutida com uma metformina, com o orlistate e, por exemplo, a bupropiona e a naltrexona. Então, soma 5% de um, 5% do outro, 14% do outro e 2% de um, o que acaba dando já uns 20 e tantos por cento de probabilidade de perda de peso corporal inicial. E se isso associar ainda a uma dieta mais eficaz e a atividade física, pode ir até mais ainda.

Mas o mais importante é ter o diagnóstico da causa corretamente para ter o tratamento correto do paciente.

Também é muito importante saber quais medicamentos não devem ser utilizados, porque tem coisas que emagrecem a curto prazo, mas que são erradas – apesar de a pessoa perder peso, são erradas, como o hormônio tireoideano.

Se começa a tomar hormônio tireoidiano, eleva o metabolismo dela. Ou se estava com um metabolismo de 2 mil calorias por dia, pode ir para 3 mil, por exemplo, a depender da dose do hormônio. Só que o uso contínuo do hormônio tireoidiano vai inibir o hormônio natural dela, depois o metabolismo vai cair de novo e ainda vai ficar com uma tireoide hipofuncionante. Então, o hormônio tireoideano é um problema sim, não deve ser utilizado.

Igualmente diurético; faz perder peso? Faz e rápido, só que a pessoa está perdendo líquido, assim que parar de tomar o diurético, vai reter, vai juntar aquele líquido novamente. Além de ter os riscos que o próprio diurético traz.

Igual tomar um monte de laxante para acabar tendo evacuações 4, 5 vezes por dia para não absorver nada, fazer aumentar a velocidade do trânsito intestinal. Vai perder literalmente um monte de alimento nas fezes, mas também não vai ter os nutrientes. E fora os riscos que tem de ficar irritando o trato gastrointestinal o tempo todo, o que pode dar doenças inflamatórias.

Também não há evidências que fitoterápicos possam levar a perda de peso, não há nenhum consenso, não há nada oficial mostrando que fitoterápicos levam a perda de peso, mas já existem vários casos de hepatite causada pela overdose de fitoterápicos.

Assim como é interessante ficar muito atento ao perigo das fórmulas milagrosas de emagrecimento, porque tem profissionais que receitam fórmulas que ‘põem um caminhão de coisas todas juntas’, estão lá uns 20 itens, e a pessoa nem sabe o que são – é uma bomba que pode até emagrecer, mas acaba causando um custo de saúde muito grande na perda de peso.

Este foi o conteúdo sobre os medicamentos que estão relacionados à perda de peso. E se você gostou do conteúdo, dê aquele joia, dê aquele like, escreva nos comentários o que acha sobre o uso dos medicamentos para a perda de peso, comente se já usou algum deles e qual foi a sua experiência.

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