EMT para a Doença de Alzheimer
Se você quer saber sobre Estimulação Magnética ou EMT para a Doença de Alzheimer, fique até o final deste artigo, porque o Dr. Willian Rezende do Carmo, médico neurologista, fundador da Clínica Regenerati e que no seu canal do YouTube fala sobre Dor, Sono, Parkinson, Emoções, Neurologia Geral e todos os assuntos que são do seu interesse, vai abordar sobre isso.
Necessidade da EMT para a Doença de Alzheimer
Neste conteúdo, vamos explicar sobre Estimulação Magnética Transcraniana ou EMT para Doença de Alzheimer, que é uma condição extremamente debilitante e está se tornando um problema social para o mundo inteiro devido ao aumento da sua prevalência, pelo simples fato de que as pessoas estão vivendo mais e quanto maior o envelhecimento da população, maior a chance de aparecerem com esse diagnóstico.
A Doença de Alzheimer ainda é uma condição neurológica degenerativa, progressiva e que não temos tratamento curativo. Com a evolução da medicina, estão chegando cada vez mais elementos para podermos retardar a evolução da Doença de Alzheimer, como evidência científica para a atividade física, um tipo de dieta, tipo mediterrânea, a qualidade do sono e o controle emocional.
Também chegaram medicamentos de anticorpos contra beta-amiloide, que já comprovaram um retardo da evolução da doença em cerca de 35%. Tem outro estudo em progresso que é com o medicamento análogo de glucagon, o GLP-1, como a Semaglutida, para o retardo da da Doença de Alzheimer.
Apesar de todos esses avanços, ainda se faz necessário um número maior de ferramentas para que se possa retardar ao máximo a evolução da Doença de Alzheimer. Por isso, são tão essenciais estudos sobre a EMT como uma ferramenta de possível retardo da evolução da doença. E como os estudos indicam, já temos evidências de que a Estimulação Magnética Transcraniana pode ajudar a retardar a evolução dos sintomas da Doença de Alzheimer.
O que é a Estimulação Magnética Transcraniana?
A Estimulação Magnética Transcraniana é uma técnica pela qual é possível influenciar a atividade dos neurônios no cérebro, seja excitando ou inibindo-os.
O cérebro funciona como um processador biológico, os neurônios funcionam com a atividade elétrica e isso gera o processamento de dados do cérebro que controla todo o corpo e as vivências psíquicas, mentais, que nós temos.
Então, esse processador biológico tem compartimentos localizados para cada função do cérebro, como áreas de visão, motricidade, sensibilidade, audição, raciocínio lógico, emoções e assim por diante.
Podemos interferir nas atividades dos neurônios com campos magnéticos, que geram potenciais elétricos em áreas muito específicas do cérebro, e essa atividade elétrica criada pelos campos magnéticos pode ser uma forma excitatória ou inibitória para os neurônios, a depender da frequência dos disparos.
Se queremos inibir uma área relacionada à ansiedade no cérebro, colocamos as bobinas do aparelho sobre aquela região, que vai produzir campos magnéticos em forma de pulsos, em uma frequência que irá inibir a atividade dos neurônios naquela área, tratando, assim, a ansiedade.
Caso a pessoa tenha uma queda da atividade neuronal relacionada ao foco, à atenção, ao bem-estar, prazer e interesse na vida, podemos colocar a bobina na região correspondente a essas características e aplicar as ondas magnéticas de uma forma que estimulemos os neurônios, e, desta forma, ajudarmos no tratamento de uma depressão, por exemplo.
Então, a depender da região do cérebro ou se vamos excitar ou inibir, é quando vamos tendo os estímulos ou as inibições conforme o que desejamos para interferir no funcionamento do cérebro para corrigirmos alguma doença ou melhorarmos alguma característica.
Como é Realizada a Estimulação Magnética Transcraniana para Doença de Alzheimer?
Apesar da Estimulação Magnética Transcraniana para a Doença de Alzheimer não ter recebido a aprovação pelo FDA, que é o órgão regulador americano para liberação de uso terapêutico, as evidências de que funciona estão em uma crescente.
Mesmo não sendo liberada pelo FDA, o uso clínico é liberado devido às evidências de sua eficácia e a técnica é extremamente bem tolerada, praticamente sem efeitos colaterais.
O que muda com a não liberação é que os convênios não são obrigados a pagar pelo procedimento nem o SUS. Isso significa que a técnica pode ser utilizada, mas ainda não é obrigatória a cobertura dos custos pelos convênios. Isso só ocorre após a aprovação do FDA e dos demais órgãos regulatórios sobre o uso da técnica em cada país.
Uma sessão típica de Estimulação Magnética Transcraniana para a Doença de Alzheimer começa com a localização dos pontos cranianos e marcação desses pontos na toquinha para futuras sessões. Assim, sabemos onde é a região do precuneus no cérebro.
Então, o paciente é posicionado em uma poltrona e realizamos testes para descobrir o limiar motor. Isso significa que aplicamos pulsos magnéticos na área motora da mão e descobrimos qual é o nível de energia necessário para gerar um movimento involuntário na mão dele.
E é isso mesmo, por meio da geração da atividade elétrica no cérebro, na região que controla os movimentos da mão, a mesma vai se movimentar sob controle do aparelho e não do paciente, mas isso é somente para saber exatamente qual é o nível de energia que temos que aplicar para aquele paciente específico.
Então, inicia-se uma Estimulação Magnética repetitiva, excitatória sobre o córtex precuneus do paciente, em uma alta frequência e alta intensidade de pulso.
São realizadas cinco sessões por semana, durante duas semanas, depois duas sessões por semana, por quatro semanas, e depois uma vez por semana por 10 semanas, em um total de 40 sessões.
Um racional do funcionamento é que, além da estimulação por si só dos neurônios, também acontece uma redução da neuroinflamação, uma melhora no fluxo sanguíneo daquele local e também um maior estímulo aos brotamentos dos neurônios. Todos esses estímulos acabam mantendo os neurônios vivos por mais tempo.
Você que está lendo sobre Estimulação Magnética Transcraniana, escreva nos comentários o que acha dessa técnica, qual é a expectativa sua de uma técnica que possa ajudar nos sintomas e na evolução da Doença de Alzheimer? Já ouviu falar sobre Estimulação Magnética Transcraniana? Escreva quais são suas dúvidas.
Quais são os Resultados Esperados com Estimulação Magnética Transcraniana para Doença de Alzheimer?
Os resultados que se espera com a Estimulação Magnética Transcraniana é que se tenha uma manutenção clínica do quadro de Alzheimer por pelo menos seis meses.
O estudo foi realizado comparando o efeito da EMT versus o estímulo Sham ou estímulo placebo. Após seis meses, o grupo que recebeu o estímulo verdadeiro manteve o quadro clínico do Alzheimer estável. Enquanto o grupo que recebeu estimulação placebo teve piora clínica no quadro do Alzheimer, como se espera em um paciente de Alzheimer.
Isso foi avaliado com testes de sintomas da Doença de Alzheimer, funcionalidade na vida prática do paciente e com exames neurofisiológicos.
A sequência de estímulos pode voltar a ser repetida a cada seis meses, mas ainda não tem estudos sobre o que aconteceria com a manutenção dos estímulos a longo prazo.
Este foi o conteúdo sobre Estimulação Magnética Transcraniana para a Doença de Alzheimer. São técnicas que estão evoluindo, a evidência está crescendo cada vez mais, já tivemos estudos bem fortes e robustos, ainda virão outros mais e já é uma expectativa muito boa para uma possibilidade que temos à mão já, para agora, para podermos tentar retardar a evolução da Doença de Alzheimer.
Escreva nos comentários sobre o que achou dessa técnica, da possibilidade de retardar a evolução da doença com a Estimulação Magnética Transcraniana.
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