Dor – Como descobrir a causa das dores persistentes
Os exames complementares são necessários para o diagnóstico de pacientes que se queixem de dor. Porém, é preciso cautela no ato da solicitação destes exames.
Existem médicos e pacientes que prezam pela realização de muitos exames, contudo, pode ser que esses testes apresentem resultados não satisfatórios e muitas vezes esses resultados negativos não correspondem com a dor do paciente. Sendo assim, o ideal é que sejam feitos somente exames relacionados a queixa apresentada pelo paciente, para que o tratamento seja restrito a causa da dor.
Então, é muito importante que o médico converse com o paciente e entenda as características da dor, se ela é mais localizada ou difusa, em quais horários a dor ocorre, se existe algum movimento que desencadeie a dor, se a dor vai e volta de forma aleatória e se a dor apresenta algum outro sintoma.
O exame físico somado a conversa do médico com o paciente, formam uma ideia de diagnóstico, ou seja, uma suspeita. Desta forma, os exames laboratoriais e de imagem, são feitos a fim de confirmar a suspeita do médico.
Ultrassom
É possível, por meio do ultrassom, avaliar o local da dor pontual e verificar se há alguma alteração mecânica que possa indicar o diagnóstico do paciente.
Quando as dores são difusas, mas mesmo sendo difusas localizam-se nos pontos chamados de enteses, também é possível usar o ultrassom para o diagnóstico.
Após a avaliação clínica, o exame físico e ultrassom, caso não tenha sido possível confirmar o diagnóstico, serão feitos os exames laboratoriais.
Os médicos reumatologistas lidam com as doenças reumáticas autoimunes e doenças auto inflamatórias sendo que essas doenças têm a característica de inflamar o corpo como um todo. Essas doenças não atingem somente os músculos e ossos, elas também acometem os órgãos. Então, é muito importante realizar os exames laboratoriais relacionados a inflamação.
Geralmente, os exames laboratoriais são somente exames de sangue. Porém, em alguns casos, quando o paciente possui uma artrite localizada que gere suspeita de infecção ou então se o paciente tiver gota, é possível fazer a retirada do líquido que se acumula na articulação e fazer uma análise laboratorial.
Além disso, o paciente pode fazer outros exames laboratoriais. Como, por exemplo, os exames que investigam os autoanticorpos. Esses exames indicam se o corpo produz anticorpo contra o próprio corpo, fato esse relacionado diretamente com o reumatismo autoimune.
Provas inflamatórias
Além dos exames citados, a radiografia também é comumente usada, pois ela mostra alterações a longo prazo. É possível ver alterações específicas causadas no decorrer do tempo, porém, ele não é eficaz para demonstrar alterações que estejam ocorrendo naquele momento. Calcificações e erosões nos ossos podem ser reveladas por meio da radiografia.
Tomografia e ressonância.
Tanto a tomografia quanto a ressonância apresentam características especificas, ou seja, cada um dos exames vê um tipo de alteração.
Ambos os exames são muito bons para auxiliar o diagnóstico médico, porém, não significa que todos os pacientes farão os dois exames.
Os exames de tomografia e ressonância são muito sensíveis e podem apresentar pequenas alterações que não justificam a dor do paciente. Então, é preciso que o médico verifique com sensibilidade o resultado do exame, para confirmar se aquela alteração é a causadora da dor no paciente.
Eletroneuromiografia
Esse exame tem a capacidade de avaliar a condução nervosa dos nervos, principalmente dos braços e pernas, mas também pode ser utilizado para nervos específicos.
Esse recurso é importante quando se trata de dor neuropática, uma dor que causa formigamento e sensação de choque. Pois, por meio da eletroneuromiografia é possível realizar o diagnóstico de lesões por conta de compressão no nervo da coluna, por exemplo.
Autor: André de Paula Silva