
Desmaios ou Sensação de Desmaio – O que podem Ser (Síncopes)
Se você quer saber o que são Desmaios ou Quase Desmaios, o que podem ser, ou também as chamadas Síncopes, fique até o final deste artigo, porque o Dr. Willian Rezende do Carmo, médico neurologista, fundador da Clínica Regenerati e que no seu canal do YouTube fala sobre Dor, Sono, Parkinson, Emoções e Neurologia Geral, vai explicar sobre isso.
O que podem ser Desmaios ou Sensação de Desmaio (Síncope)?
Introdução
A síncope é causada pela diminuição do fluxo sanguíneo cerebral, levando a perda transitória de consciência e do tônus postural (como os músculos ficam segurando o corpo na posição que deveriam estar, então, ficam flácidos e caem), associada à recuperação espontânea da consciência e do controle dos músculos.
Ou seja, cai o fluxo de sangue no cérebro e tem uma perda transitória da consciência e do tônus das musculaturas associada a essa recuperação espontânea. É muito simples, por quê? Se cai o fluxo de sangue no cérebro, que ‘não é bobo nem nada’, ele manda o corpo desmontar e deitar, porque, assim, no plano, o coração fica acima do cérebro, continua bombeando e volta a passar o sangue mais facilmente no cérebro.
Os sintomas como tontura, desmaio, sudorese, que é a transpiração excessiva, náuseas, distúrbios visuais, que são a vista começar a ficar escura ou embaçada… todos eles podem preceder ou ocorrer repentinamente, sem nenhum desses citados.
O desmaio pode vir direto ou tipicamente, quando é mais comum, em que vai escurecendo a vista, a pessoa vai ficando tonta, dando toda essa sensação de mal-estar que vem junto.
E quando ela não desmaia, fica só nesses sintomas, que é a chamada pré-síncope ou pré-desmaio, em que parece que vai desmaiar, fica tonta, a vista escurece, começa a transpirar, mas não chega a desmaiar.
A síncope é um sintoma descrito como desmaio ou simplesmente desmaio, queda ou “um ataque”, uma crise, que representa de 1% a 4% de todas as visitas aos Pronto-Socorros e 6% de todas as internações hospitalares nos Estados Unidos, ou seja, é motivo que leva as pessoas frequentemente aos hospitais.
Este grande número de visitas e admissões no serviço de emergência reflete as diversas causas da síncope, desde benignas a potencialmente fatais, e o elevado grau de incerteza diagnóstica associado ao sintoma.
Etiologia
A síncope é um sintoma de um processo de doença subjacente, não da doença em si, ou seja, quando acontece a síncope, é porque já tem alguma coisa errada por trás. Embora emita uma experiência semelhante à de morte ou sensação de quase morte, provocando extrema consternação entre os pacientes e seus familiares, a maioria dos eventos sincopais ou da síncopes tem uma causa benigna.
As causas benignas das síncopes refletem etiologias vasovagais, também conhecidas como neurocardiogênicas, ou seja, do controle nervoso do sistema autonômico sobre o coração e o sistema cardiovascular. Igualmente é comum a depressão de volume ou desidratação, queda do volume sanguíneo ou outra causa relacionada aos medicamentos.
As causas mais ameaçadoras à vida estão relacionadas às disritmias, arritmias, anormalidade das válvulas cardíacas, como taquicardias ventriculares, bloqueio atrioventriculares ou estenose de aorta crítica.
Uma história de disfunção ventricular esquerda, com degeneração concomitante do sistema de condução, levando a uma propensão a disritmias, foi considerada o preditor mais sinistro de uma etiologia diversa de um evento sincopal.
Ou seja, a síncope é mais grave quando a pessoa já tem um histórico de alguma doença cardíaca. Se ela tem esse histórico de doença cardíaca e está desmaiando, realmente tem que ser levada ao hospital e ter uma investigação, pois pode, sim, ser o prenúncio de uma falha cardíaca grave.
Causas da Síncope
Primeiramente, vamos explicar as mais graves, não necessariamente as mais comuns.
01. Distúrbios Cardiovasculares
Primeiro são os distúrbios cardiovasculares: arritmias, taquiarritmias ou bradiarritmias. Taquiarritmia é quando o coração começa a ficar muito rápido e a ‘bradi’ é quando fica devagar demais.
Distúrbios estruturais obstrutivos são quando tem alguma anormalidade na anatomia do coração como anomalias das válvulas, que podem estar muito duras, fechadas ou talvez muito arrebentadas. Outras anomalias de condições ou fibrose cardíaca, ou até mesmo sequelas de infartos, então, tem várias anormalidades anatômicas e estruturais do coração que podem também ser causas das síncopes.
02. Causas Cerebrovasculares (Insuficiência Vertebrobasilar)
Pode ter anormalidade dos vasos que levam o sangue para o cérebro, que são as causas cerebrovasculares, como, por exemplo, a insuficiência vertebrobasilar, especialmente, as artérias que passam na parte de trás do pescoço que formam a artéria basilar que leva sangue para a parte posterior do cérebro,
Principalmente, a artéria vertebral e a basilar, se tiverem uma obstrução, alguma coisa que esteja comprimindo de fora, um histórico de dissecção ou qualquer coisa física que esteja impedindo o sangue de passar corretamente para o cérebro, igualmente tende a ser causa das síncopes e dos desmaios.
03. Distúrbios do Fluxo Sanguíneo e do Tônus Vascular
Agora, de onde vem as causas mais comuns da síncopes? São os distúrbios do fluxo sanguíneo e do tônus vascular como, por exemplo, a vasovagal ou o neurocardiogênico.
O vasovagal significa que o nervo vagal, que é o estímulo parassimpático, pode ter um estímulo muito grande e muito exaltado, o que causa uma bradicardia e uma abertura dos vasos periféricos. É como se de uma vez só o coração bombeasse menos e a pressão ficasse diminuída, porque os vasos abriram bastante de uma vez só.
Isso está muito associado a um componente até mesmo psíquico da pessoa e uma facilidade para ter essas quedas de pressão. Como aquelas que, às vezes, veem sangue e têm aquela resposta vasovagal ou uma sensação de ameaça ou de muita emoção. Diversos estímulos podem ocorrer e causar o reflexo vasovagal, que é o chamado neurocardiogênico, e esse talvez, de todos, seja o mais comum de todos.
Outro é a chamada hipotensão ortostática, que é aquela quando a pessoa está deitada, levanta muito rápido e sente aquela tontura e, às vezes, aquela tontura e desmaia também.
E isso tem chances de acontecer, a hipotensão, por diversos medicamentos, especialmente anti-hipertensivos que podem estar em excesso, alguns antipsicóticos ou antidepressivos, pode ter uma insuficiência autonômica, que seria uma disautonomia.
Tende a acontecer em doenças neurológicas, em síndromes parkinsonianas, neuropatia periférica, por exemplo, no diabetes, em que a pessoa, além de ter a neuropatia periférica, pode desenvolver uma disautonomia, e Síndrome do Hipofluxo Cerebral Ortostático, que significa que mesmo que a pressão não caia, quando fica de pé, cai o fluxo de sangue no cérebro.
Tem outras que são as chamadas situacionais, que são por situação, como tosse, micção, defecação, pós-prandial, deglutição. Em todas essas pode acontecer um estímulo do parassimpático tão intenso que pode acabar caindo o fluxo de sangue do cérebro ou até mesmo de pressão, e ter a pré-síncope ou o desmaio.
Eu já vi várias vezes, tanto de pessoa que tosse repetidamente e desmaia, ou quando, especialmente à noite, que a pressão já é um pouco mais baixa, é comum que esteja tomando algum remédio, fique de pé, por exemplo, para fazer a micção e o estímulo parassimpático para a bexiga é suficiente para cair o fluxo sanguíneo e ela ter desmaio, na defecação é a mesma coisa.
Pós-prandial, então, é muito comum, especialmente sobre refeições mais copiosas após o almoço, o jantar, é muito comum ter essa queda da pressão e do fluxo de sangue no cérebro, em que a pessoa fica tonta e tem essa tendência a ter a pré-síncope.
E pode ter a síncope do seio carotídeo, que é a chamada hipersensibilidade do seio carotídeo. Nele tem o receptor de pressão, em que se começa a aumentar, percebe que está aumentando, dá a resposta para baixar, mas se fica muito hipersensível, às vezes, só de apertar com o colarinho, a gravata ou qualquer coisa que der um pouquinho de compressão sobre o seio carotídeo, a pessoa já está desmaiando.
04. Outras que Imitam a Síncope
E tem também outras situações que imitam a síncope, parecem com a síncope, mas não são, como, por exemplo, convulsões. Às vezes, a pessoa pode ter uma crise convulsiva, caiu, tem a principal diferença que na convulsão, a pessoa debate, fica com o tônus muscular apertado.
Na síncope, fica flácida, na convulsão, estica, fica com o músculo enrijecido, normalmente, na convulsão fica de olho aberto, pode espumar, dá uma baba ou uma espuma, pode mudar a coloração da pele, ficar mais arroxeada. Normalmente, quando acorda, fica confusa, enquanto no desmaio, a pessoa acorda e está normal, o que pode dar confusão entre um desmaio, uma síncope ou uma confusão.
Também tem quedas metabólicas que podem se parecer muito com uma síncope ou um desmaio como a hipoglicemia, em que cai a glicose, a pessoa igualmente vai ficando mole e pode chegar até a ter um desmaio. Ou hipóxia, que seria uma queda da saturação de oxigênio ou uma anemia que está mais intensa, em que ela fica tão fraca que pode chegar até desmaiar.
E tem igualmente os desmaios psicogênicos, como, por exemplo, ataque de pânico, em que a pessoa desmaia, não é um uma coisa incomum, faz parte do diagnóstico diferencial excluir convulsões, problemas metabólicos como uma hipoglicemia, uma hipóxia ou até mesmo uma anemia, e problemas de natureza psicogênica.
Temos que lembrar que de todos os tipos de desmaio; o vasovagal ou a neurocardiogênica é o mais comum de todos, que é uma resposta aumentada do sistema parassimpático, do nervo vago, que acaba dando respostas mais intensas e facilmente leva ao desmaio.
O vasovagal ou a síncope neurocardiogênica é responsável por cerca de 50% de todos os casos de síncope. Quando confrontado com certas situações, como ficar de pé por muito tempo, lugares lotados, ambiente quente, dor intensa, fadiga extrema, estresse que leva à vasodilatação, que é a retirada simpática, a bradicardia, que é a atividade parassimpática, abaixa o fluxo de sangue no cérebro. Esta condição também é chamada de desmaio comum, pois é a causa comum de síncope e pode ocorrer mesmo em pessoas normais.
Os eventos de síncope são precedidos por sintomas prodrômicos, como visão turva, sudorese, que é a transpiração excessiva, náuseas, tonturas, fraqueza e, em seguida leva a uma bradicardia, diminuição da pressão e a perda de consciência.
Os pacientes parecem pálidos para o espectador. Para quem está vendo de fora, parece que a pessoa está ficando pálida, a boca, o lábio fica pálido, fica branca e a vê começando a transpirar muito e ficando mole.
Geralmente, recuperam a consciência em poucos minutos e podem apresentar uma fraqueza generalizada após o episódio da síncope. Eles não perdem o controle esfincteriano, raramente têm qualquer apresentação de músculos tendo alguns abalos e, normalmente, não tem isso do músculo ficar rígido, muito forte, intensamente contraído e também não apresentam confusão após a perda de consciência, porque isso tudo é da convulsão.
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