Estimulação magnética transcraniana para Parkinson

Estimulação magnética transcraniana para Parkinson

A necessidade Estimulação magnética transcraniana para Parkinson. A doença de Parkinson é uma doença complexa e de evolução longa e que no início é muito bem tratada com o medicamentos e às vezes muito poucos medicamentos mas com o passar do tempo vai necessitando de mais medicamentos e vai ocorrendo mais dificuldades motoras para o paciente e pode ocorrer, também, complicações com os próprios medicamentos que necessitam ser em doses cada vez mais elevadas ou terem efeitos colaterais indesejados. Para tanto temos diversas estratégias de tratamento não medicamentoso para o Parkinson como fisioterapia, atividade física, acupuntura e até mesmo a cirurgia para estimulação cerebral profunda do Parkinson que é a cirurgia do Parkinson de DBS.

Mas a cirurgia não é recomendada para todos os pacientes, seja pela idade ou por não ter os critérios completos para cirurgia, apenas uma fração dos pacientes ganham a correta indicação para a cirurgia do Parkinson. Então muitos pacientes continuam tendo a necessidade de estratégias terapêuticas que ajudem eles nos seus sintomas de lentidão, rigidez, tremores e outros sintomas mais nos quais os medicamentos já estão no limite ou perto do limite máximo. Para esses pacientes foi desenvolvida as técnicas de estimulação magnética transcraniana EMT para o tratamento do Parkinson. E quanto mais opções terapêuticas, melhor para os pacientes, pois eles terão benefícios acumulados.

O que é a estimulação magnética transcraniana

Estimulação magnética transcraniana é uma técnica pela qual a gente influencia a atividade dos neurônios do cérebro, seja ou excitando eles ou inibindo eles. O cérebro funciona como um processador biológico, os neurônios funcionam com atividade elétrica e isso gera o processamento de dados pelo cérebro que controla todo o corpo e gera todas as demais vivências psíquicas e mentais que nós temos. Esse processador biológico ele tem compartimentos localizados para cada função, área da visão, área da motricidade, área da sensibilidade, área da audição, área do raciocínio lógico, área das emoções e assim por diante. Nós podemos influenciar o modular a atividade dos neurônios de diferença maneiras de maneira química por exemplo com medicamentos que aumente a atividade dopaminérgica dos neurônios, com atividade física que ativa e usa mais os neurônios motores, a repetição de movimentos ou de manobras que condiciona os neurônios para executar tais manobras com maior facilidade.

De outra maneira que podemos interferir na atividade dos neurônios é com Campos magnéticos e estes Campos magnéticos eles geram potenciais elétricos em áreas muito específicas do cérebro e essa atividade elétrica criada pelos campos magnéticos, pode ser de uma forma excitatória ou inibitória para os neurônios. Então, se a gente quer inibir uma área relacionada à ansiedade no cérebro, a gente coloca as bobinas do aparelho sobre aquela área e ela vai produzir campos magnéticos em forma de pulsos numa frequência que irá inibir a atividade dos neurônios naquela região, tratando assim a ansiedade. Caso a pessoa tenha uma queda da atividade neuronal relacionada ao foco, a atenção, ao bem-estar, ao prazer e ao interesse na vida a gente pode pôr a bobina sobre a região correspondente a essas características e aplicar ondas magnéticas numa frequência que estimulem os neurônios e dessa forma poder ajudar no tratamento de uma depressão, por exemplo.

Check list de sintomas de doença de Parkinson
Um questionário com lista de sintomas que podem estar associados ao Parkinson

Como é realizada a Estimulação magnética transcraniana para Parkinson

Apesar da estimulação magnética transcraniana para o Parkinson ainda não ter recebido a aprovação pelo FDA, que é o órgão regulador americano para liberação de uso terapêutico, as evidências de que ela funciona já existem e são múltiplas. Só ainda não foi liberado porque ainda não chegou no consenso sobre qual é a melhor forma de aplicar a estimulação magnética transcraniana. Isso quer dizer que ainda não está totalmente claro sobre qual o local ou os locais deve se aplicar a estimulação magnética transcraniana para se obter o melhor resultado de todos. É liberado o uso clínico da estimulação magnética transcraniana para o Parkinson porque já existem evidências da sua eficácia e a técnica é extremamente bem tolerada e praticamente sem efeitos colaterais. Mas sem a liberação pelo FDA, os convênios não são obrigados a pagar pelo procedimento e nem o SUS. Então isso significa que a técnica pode ser utilizada, mas ainda não é obrigatória a cobertura dos custos pelos convênios. Isso só ocorre após aprovação do FDA e dos demais órgãos regulatórios sobre o uso da técnica.

Mas essa situação de ainda não ser aprovada pode estar para terminar, visto que em 2023 já saiu um estudo de metanálise comparando 36 outros estudos sobre quais seriam as melhores formas de aplicar a estimulação magnética transcraniana para o Parkinson. A comparação foi sobre técnicas que já tinham mostrado resultados como sobre Área motora bilateralmente ou sobre a área pré-frontal bilateralmente ou sobre a área motora e pré-frontal do mesmo lado normalmente do lado esquerdo. Segundo o estudo, a técnica que mostrou os melhores resultados foi a estimulação da área motora à esquerda mais a estimulação da área pré-frontal à esquerda.

Uma sessão típica de estimulação magnética transcraniana para o Parkinson começa com a localização dos pontos cranianos e a marcação desses pontos Na toquinha para futuras sessões assim a gente sabe onde é a área de M1 que a área motora à esquerda e onde que é o ponto do dorso lateral frontal esquerdo. Então o paciente é confortavelmente posicionado numa poltrona e é realizado testes para descobrir o Limiar motor do paciente Isso significa que a gente aplica pulsos magnéticos na região motora da mão e descobre qual o nível de energia que é necessário para gerar um movimento involuntário da mão do paciente. e é isso mesmo através da geração da atividade elétrica no córtex motor da mão direita a gente controla os movimentos daquela mão, mas isso é somente para saber exatamente o nível de energia que a gente tem que aplicar para aquele paciente.

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Então inicia-se uma estimulação magnética repetitiva excitatória sobre o córtex motor do paciente. após essa estimulação ou até mesmo durante os intervalos dessa estimulação também são realizados exercícios de fisioterapia, exercício nos quais o paciente treina agilidade e equilíbrio movimentos complexos tanto com as pernas quanto com as mãos postura e tudo o que é necessário para ser realizado numa sessão de fisioterapia neurológica especializada em Parkinson. E após essa sequência de estimulação de córtex motor e exercícios especializados de fisioterapia são realizado os estímulos na área pré-frontal dorso lateral esquerda.

A estimulação da área motora facilita a ativação dos músculos e o recrutamento de neurônios que controlam os músculos e a parte motora e a ativação pré-frontal ajuda no planejamento dos movimentos que é tão importante quanto os neurônios que comandam a realização dos movimentos. A estimação da área pré-frontal também ajuda no planejamento de outras ações também e melhora o estado de humor e a parte emocional do paciente parkinsoniano também.

Quais são os resultados esperados com Estimulação magnética transcraniana para Parkinson

Os resultados que se espera com a terapêutica da estimulação magnética transcraniana são os mesmos esperados de uma reabilitação de fisioterapia neurológica especializada para Parkinson só que muito mais potencializados consegue um nível de melhora da marcha, do equilíbrio, da virada sobre o próprio eixo, da realização de dupla tarefa, do agachar e levantar, do equilíbrio em perna única, dos tremores, do uso assertivo das mãos, da postura que fica menos curvada, tudo isso tem uma expectativa de melhora e num patamar que não se conseguiria atingir somente com a fisioterapia tradicional. O mais interessante é que essa melhora tem uma duração de efeito muito significativa, como de meses, mas infelizmente os sintomas podem voltar porque a doença de Parkinson é uma doença progressiva. Mas a técnica pode ser repetida outras vezes e ter novos ganhos também. E todos esses resultados já tem evidências científicas que é a melhora ela vem muito acima de quando se realiza técnicas de estimulação magnética Placebo na qual não se está estimulando verdadeiramente o cérebro e apenas cria-se a sensação da estimulação. Então isso significa que o efeito da técnica é verdadeiro e não é um efeito placebo.

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Então a técnica da estimulação magnética transcraniana para o Parkinson é uma opção terapêutica extremamente válida para diversas situações na jornada do paciente parkinsoniano e em especial para os pacientes que estão com complicações motoras da doença ou com complicações medicamentosas da doença e não tem indicação da cirurgia de estimulador cerebral profundo para doença de Parkinson ou até mesmo para aqueles pacientes que têm a indicação da cirurgia e não desejam realizar a mesma. É uma técnica segura com comprovação científica, com muito pouco efeito colateral e tem pouquíssimas contra indicações.

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