Nutrição e Parkinson – A Importância da Nutrição do Paciente com Parkinson
Se você quer saber sobre a Nutrição do Paciente com Parkinson, fique até o final deste artigo que a nutricionista Joyce Rouvier, especialista em Nutrição Clínica Funcional que atua na Clínica Regenerati, vai falar sobre isso.
Nutrição do Paciente com Parkinson
Hoje, vamos falar um pouco sobre como a nutrição pode ajudar no Mal de Parkinson. E pensando que o Mal de Parkinson é uma doença neurodegenerativa, nós atuamos principalmente melhorando todo o quadro inflamatório que essa doença causa.
A nutrição vai ajudar, principalmente, melhorando toda a atribuição dos nutrientes. Então, como você vai fazer a distribuição calórica; o quanto você vai dar para esse paciente de carboidrato, proteína e gordura; se ele está conseguindo, por exemplo, treinar ou não; como é que estão o sono dele e todos os sintomas relacionados ao Parkinson? Tudo isso vai ser levado em conta na montagem da dieta.
Pessoas com Parkinson Necessitam de uma Dieta Específica?
Pensando nos estudos, então o que temos atualmente para o Mal de Parkinson e como a nutrição pode ajudar? Principalmente dois tipos de dieta são muito interessantes, a dieta cetogênica, que é aquela na qual você coloca uma concentração bem alta de gorduras, de preferência gorduras boas, e quase nada de carboidrato, e concentração de proteína nos níveis normais.
E uma dieta anti-inflamatória, na qual você usa alimentos que são ricos em ativos que vão diminuir a inflamação corporal. Por quê? Quando você está mais inflamado, tem algumas substâncias no corpo que pioram o quadro do Parkinson, todos os sintomas: os tremores que são muito comuns, a própria deglutição que fica alterada, a fraqueza que também é muito comum, e tudo isso pode ser melhorado ou até mesmo revertido com a dieta.
Quando você mescla esses dois tipos de dieta, trabalhando bem com os alimentos, consegue melhorar todo o quadro e, muitas vezes, até diminuir a concentração de medicamentos que estão sendo utilizados.
Quais São os Alimentos Mais Benéficos para Essas Pessoas?
Principalmente os alimentos frescos. Então, você trabalha com as frutas in natura, os vegetais – de preferência sempre orgânicos, por conta da concentração de agrotóxicos que podem piorar o quadro.
Das frutas, quais seriam as melhores? Principalmente, as frutas vermelhas, que são ricas em flavonoides – compostos antioxidantes e anti-inflamatórios e baixam a produção de citocinas inflamatórias; os vegetais folhosos, principalmente os verdes escuros, então a escarola, o espinafre, a rúcula, o agrião.
Podemos ainda trabalhar com frutas que tenham uma concentração de gorduras boas, mais adequadas, como o abacate, o coco, as castanhas, as sementes, o próprio azeite também pode ser muito bem utilizado.
Os peixes gordurosos: o salmão, o atum, o arenque. Porque além deles terem as gorduras boas, também são ricos em ômega 3, que é um potente anti-inflamatório. Então, realmente, para melhorar o quadro, você precisa focar na inflamação; quanto menos inflamação tiver, melhor será a atenuação do quadro do Parkinson.
Outros compostos que também ajudam bastante no quadro são: o chá verde, porque é riquíssimo em epigalocatequina e outros tipos de antioxidantes que vão melhorar todo o aspecto do Parkinson. O cacau também é fantástico, por modular a insulina, que é um hormônio que coloca para dentro da nossa célula o açúcar, e se ela está alterada ou se temos muitos picos durante o dia, aumenta o nível de inflamação.
Quais Alimentos Devem Ser Evitados por Pessoas com Parkinson?
Agora entra outra questão: quais alimentos deveriam ser evitados por quem tem a doença? Principalmente, os alimentos ricos em carboidratos refinados, que estão presentes na grande maioria dos industrializados. Porque a indústria coloca uma concentração de açúcar muito grande nos industrializados, que são os famosos açúcares escondidos, como, por exemplo, maltose, isomaltose, dextrose.
Então, prestar atenção no rótulo, principalmente sucos, quando você vai pensar nos industrializados, sucos de fruta in natura também cuidado com a concentração, porque a frutose em excesso vai fazer mal, também vai dar picos de insulina; evitar frutas muito doces, pelo menos quando está na crise. Carboidratos refinados, como o arroz branco, o pão, a batata, também vão causar esse pico de insulina.
Outra questão é: bebida alcoólica não deve ser consumida por quem tem o Mal de Parkinson, porque também vai causar um desequilíbrio e aumentar o nível inflamatório.
E pensando nas proteínas, a carne vermelha tem uma concentração muito alta de ativos que podem aumentar a inflamação, principalmente quando é muito cozida ou assada, então ela forma aquela crostinha preta, que tem alguns componentes que são as aminas heterocíclicas que podem aumentar o nível de inflamação ou até mesmo gerar um maior risco para outros tipos de doença, portanto devem ser evitadas.
Quem tem o Mal de Parkinson também costuma ter uma concentração muito baixa de ferro, zinco e magnésio, por isso a necessidade de aumentarmos a ingestão de alimentos ricos neles, como, por exemplo, esses vegetais folhosos que eu falei anteriormente; o próprio peixe e as castanhas; e uva também; você vai encontrar esses minerais dentro deles e vai ajudar a melhorar o quadro.
Pensando na combinação da dieta cetogênica com a dieta anti-inflamatória, temos que tomar cuidado, porque a cetogênica principalmente, leva um tempo para o nosso corpo entrar no que chamamos de cetose; então o que é isso?
Você vai produzir corpos cetônicos e utilizar principalmente a gordura como fonte de energia, e quando isso acontece, o nosso corpo não gosta, porque está habituado a trabalhar com o carboidrato como fonte primária de energia. Logo, você pode sentir alguns sintomas desagradáveis e temos algumas artimanhas na nutrição para ajudar a atenuar esses sintomas.
Tem também as fases de quanto tempo você vai permanecer nessa dieta, quando vai poder reintroduzir o consumo de carboidrato, quanto de alimentos anti-inflamatórios é necessário consumir, quais os melhores horários? Tudo isso conseguimos atrelar em uma alimentação saudável e focada para o Mal de Parkinson.
Existe Diferença de Nutrição para Pessoas com Parkinson Considerando o Gênero?
Considerando o gênero, se são homens ou mulheres, na verdade, o que vai diferenciar mais é a distribuição dos nutrientes. Então, quanto você vai ingerir de calorias, carboidratos, proteína, gordura; isso influencia quando pensamos em gênero, mas a qualidade nutricional vai ser basicamente a mesma. Logo, a nossa conduta nutricional pensando no Parkinson é muito similar.
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