A depressão é uma das doenças mais incapacitantes e que atingem os indivíduos em idade produtiva. A repercussão negativa no indivíduo inclui prejuízos nas atividades profissionais e acadêmicas, na interação social, e oferece maior risco de a pessoa contrair outras doenças como as cardiovasculares, maior risco de consumo de substâncias como álcool, tabaco e outras substâncias de origem ilícita, além do risco de suicídio. (1)
É natural as pessoas sentirem tristeza por algum evento desagradável, entretanto o que distingue a tristeza da depressão são vários fatores: a tristeza tem uma duração de horas ou dias, autolimitada, com autoestima preservada e sensação de inutilidade ausente, com desempenho em atividades cotidianas geralmente preservado, com ânimo ocasional e ausência de ideação suicida. Já na depressão há características de maior durabilidade chegando a semanas ou meses, autoestima comprometida, presença de sintomas somáticos e em alguns casos com ideação suicida, além de repercussão marcante em suas atividades cotidianas e nas relações sociais. (2)
Atualmente usa-se os critérios do DSM-V e da CID-11 para realizar o diagnóstico de depressão. Antes do paciente procurar o psiquiatra, ele pode procurar antes outros profissionais devido a queixas de dor, fadiga, cansaço, dificuldade para dormir por não conseguir identificar, ou aceitar, que está com um quadro depressivo. Entretanto, é fundamental investigar causas orgânicas para a depressão, pois muitas doenças podem se manifestar com sintomas depressivos como por exemplo o hipotireoidismo e uso de algumas medicações como interferon no tratamento da hepatite B. (2)(3)
O tratamento é realizado com medicação antidepressiva, psicoterapia e nos quadros mais resistentes utiliza-se a EMT (informar o significado da sigla), o ECT (informar o significado da sigla) ou a administração de cetamina. É essencial nos quadros mais resistentes realizar um diagnóstico mais apurado para identificar um possível quadro de depressão bipolar, cujo uso de antidepressivos podem ser prejudiciais e culminam na evolução do quadro, sendo necessário o uso de estabilizadores e antipsicóticos atípicos com intuito de estabilização do transtorno bipolar.
Referências:
1. https://doi.org/10.4088/JCP.09m05663gry
2. Botega, NJ Furlanetto, LM Fráguas,R Depressão. In Prática Psiquiátrica no Hospital Geral: interconsulta e emergência/ Ebook organizador, Neury José Botega – 4. Ed – Porto Alegre: Artmed 2017 p cap 15.
3. https://doi.org/10.1590/S0047-20852006000100002
4. https://www.canmat.org/2019/03/17/2016-depression-guidelines/