A ansiedade é uma característica humana que, dentro dos parâmetros normais, serve de proteção para o indivíduo. Durante a evolução, os mais “ansiosos” se cuidavam mais em relação aos predadores e na atenção a outros perigos à espécie.  A ansiedade se torna patológica quando se apresenta em níveis excessivos, persistindo além dos períodos apropriados e por causar sofrimento excessivo ou prejuízo na rotina do indivíduo. Neste caso o indivíduo se paralisa diante do medo não realizando tarefas importantes do seu cotidiano, procrastinando e prejudicando suas relações sociais e laborais. (1)

Muitas vezes os sintomas de ansiedade manifestam-se com características somáticas, como dor no corpo, vertigem, cefaleias, palpitações fazendo com que o paciente procure várias especialidades antes de chegar à equipe de saúde mental.

Os transtornos de ansiedade estão entre os transtornos mentais mais comuns, com uma prevalência de 28,1% ao longo da vida (2).

Os principais transtornos de ansiedade, de acordo com o DSM V (manual elaborado pela academia americana de psiquiatria para diagnóstico dos transtornos mentais), incluem o transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de pânico, agorafobia transtorno de ansiedade social, fobias específicas, transtorno de ansiedade de separação e mutismo seletivo. O transtorno obsessivo compulsivo e o transtorno de estresse pós-traumático são classificados atualmente em outra parte do manual do DSM-V. (3)

São vários fatores que estão envolvidos na ansiedade: histórico familiar, características genéticas, situações de vida, como divórcio e problemas pessoais. Deve-se investigar o uso de medicações ou substâncias que podem desencadear quadros de ansiedade como o consumo exagerado de cafeína, além de doenças cujos sintomas podem ser a ansiedade como hipertireoidismo e devem ser investigadas de acordo com a apresentação clínica.(4)

O tratamento consiste em tratamentos farmacológicos orientados pelo médico psiquiatra e na psicoterapia, com o objetivo de melhorar as habilidades sociais, a capacidade de resiliência e tratar crenças disfuncionais que contribuem para a manutenção da ansiedade. A terapia ocupacional pode entrar nos casos mais graves de pânico para trabalhar a dessensibilização.

Referências:

1. Psiquiatria: estudos fundamentais/ Alexandrina Maria Augusto da Silva Meleiro.  – 1 ed. – Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2018

2. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v98i6p415-422

3. American Psychiatric Association. Diagnostic and statistical manual of mental disorders, 5th ed. Arlington, VA: American Psychiatric Association; 2013

4. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10426464