Dor Neuropática na Doença de Parkinson

Doença de Parkinson – Dor Neuropática na Doença de Parkinson

Se você quer saber sobre Dor Neuropática na Doença de Parkinson, fique até o final deste artigo, porque o Dr. Willian Rezende do Carmo, médico neurologista, fundador da Clínica Regenerati e que no seu canal do YouTube fala sobre Dor, Sono, Parkinson, Emoções e Neurologia Geral, vai abordar sobre isso.

Dor na Doença de Parkinson

Primeiramente, temos que entender qual é a relação do Parkinson com a dor. Os principais sintomas da Doença de Parkinson envolvem problemas nos movimentos, como movimentos lentos, tremores e músculos rígidos.

No entanto, não é incomum que pessoas com DP apresentem outros sintomas como a dor, que os pesquisadores descobriram que é relatada em cerca de 60% das pessoas com a condição em comparação com aqueles sem Doença de Parkinson, tendo de 2 a 3 vezes mais probabilidades de sentir dor em relação a quem não tem.

A dor musculoesquelética e dor muscular devido aos movimentos da Doença de Parkinson, a mais comum de ser associada a esse quadro, mas a dor nos nervos, também chamada de dor neuropática, também pode fazer parte da DP.

Você que está lendo sobre Dor na Doença de Parkinson, escreva nos comentários se já teve algum tipo de dor, como é ou era? Ou se conhece algum paciente Parkinsoniano que tem dor, qual é o tipo de dor que tem?

O que é Dor Neuropática na Doença de Parkinson?

A dor neuropática ocorre quando os nervos ficam danificados ou inflamados, e sua sensação pode ser descrita de diversas maneiras, incluindo:

  • Choques;
  • Queimação;
  • Frio ou frieza;
  • Dormência e formigamento, às vezes, “alfinetes e agulhadas”.

Estima-se que a dor neuropática afete de 5% a 30% das pessoas com Doença de Parkinson e sua causa exata não é plenamente conhecida. No entanto, a prevalência da neuropatia periférica, que já é a documentação de que o nervo está danificado, na DP, varia entre 5% e 55% em comparação com 9% da população geral.

Então, pacientes com Parkinson, entre 5% e 55%, têm algum tipo de neuropatia periférica que é documentada com exame de eletroneuromiografia comparado com 9% da população geral.

Isso leva a pensar que essa condição por si só pode causar algum tipo de neuropatia periférica, inclusive porque já foi detectada a alfa-sinucleína alterada, que é a proteína alterada na Doença de Parkinson, nos nervos periféricos, então, a mesma proteína alterada que leva à morte dos neurônios no cérebro igualmente foi detectada nos nervos periféricos dos pacientes Parkinsonianos.

Também é possível que os nervos sejam danificados ou comprimidos devido às alterações de postura ou contraturas musculares involuntárias, como distonias, associadas à Doença de Parkinson, assim como as deficiências nutricionais podem, sim, desempenhar um papel.

Além disso, a dor neuropática periférica é uma condição que pode vir separada, coexistindo com a DP, ou seja, a pessoa pode ter o Parkinson e outra coisa que causou uma neuropatia periférica, como, por exemplo, o paciente ter Doença de Parkinson e também Diabetes Mellitus, que causa polineuropatia.

Não é incomum igualmente uma comorbidade que cause uma polineuropatia, por exemplo, um diabetes, que é um tipo de dor neuropática na Doença de Parkinson pegando os nervos periféricos.

Dor Central na Doença de Parkinson

Tem outro tipo de dor neuropática na Doença de Parkinson, que é a dor central da DP, um tipo que, em vez do nervo periférico, está relacionado com o cérebro. É outro subtipo de dor relacionado aos nervos no Parkinson, só que é chamado de dor central, porque acontece quando as vias do corpo que controlam as sensações de dor no cérebro não estão funcionando como deveriam.

Cerca de 10% das pessoas que têm Doença de Parkinson terão dor central em algum momento. A sua causa exata não é conhecida, porém, geralmente, acredita-se que esteja associada aos efeitos neurodegenerativos da DP: da mesma maneira que esteja perdendo os neurônios dopaminérgicos que afetam os movimentos, podem ter perdas que afetam as vias de sensibilidade e isso também facilita a dor neuropática.

A experiência de dor central pode variar; algumas podem descrevê-la com dores exatamente iguais às neuropáticas periféricas, enquanto outros podem ter uma sensação dolorosa constante em certas áreas do corpo. E também pode ocorrer, como em outros sintomas, dor abdominal ou sensação de falta de ar, em que a pessoa fica puxando ar.

Na minha experiência clínica, já vi vários pacientes com queixa de queimação nos pés e nas pernas, e não tinha uma neuropatia periférica patente e evidente, no entanto, quando fiz o diagnóstico de Doença de Parkinson e dei levodopa, foi o que melhorou a sensação da queimação nos pés e nas pernas.

Da mesma forma, tive queixa de paciente com pés gelados, dor neuropática tipo de frio, gelado, e quando fui ver, era Parkinson. E com o tratamento específico para a condição, aquela dor, que é a central, melhorou.

A dor central é mal compreendida e pode ser difícil de tratar. Em um grande número de situações pode ser controlada iniciando o tratamento com a levodopa ou até mesmo otimizando esse tipo de tratamento com outros agentes dopaminérgicos.

Ou seja, se a pessoa está tendo a dor neuropática central, normalmente, iniciando a levodopa, que é o tratamento do Parkinson, pode melhorar. Ou se ela já está recebendo algum tratamento da DP, que está tendo a dor central, você otimiza, aumenta, melhora o tratamento com mais levodopa, pramipexol ou outros agentes dopaminérgicos, porque ajuda a melhorar a dor.

Igualmente é possível que outros medicamentos possam auxiliar no tratamento das dores centrais mais intensas como anticonvulsivantes, como a lamotrigina, e antidepressivos, como a amitriptilina.

Você que está lendo sobre dor central na Doença de Parkinson, Dor Neuropática periférica na Doença de Parkinson, escreva nos comentários o que acha sobre elas. Se conhece alguém que já teve e sabe como foi a experiência, nos conte.

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