A reabilitação cognitiva ou neuropsicológica é mais uma forma de reabilitação de todo e qualquer dano acometido ao cérebro, igualmente, uma pessoa que sofre um AVC e perde a capacidade de andar ou de movimentar a perna ou braço, também perde outras funções do cérebro da linguagem, a capacidade de julgamento, o raciocínio matemático, a percepção de musicalidade, a capacidade de abstração, as associações, a capacidade lógica e assim por diante.

A pessoa que é acometida por um AVC se fizer corretamente a fisioterapia e tiver os diversos estímulos, ela consegue voltar a ficar de pé, progressivamente consegue voltar a trocar alguns passos e até mesmo voltar a andar e a falar, a reabilitação cognitiva também é realizada da mesma forma e na mesma lógica.

Reabilitação cognitiva

Reabilitação cognitiva


A lógica da reabilitação cognitiva é relativamente simples e vem do princípio de que o cérebro é bom naquilo que faz todos os dias. Se o cérebro tem dano ou perda de neurônios para determinada função cognitiva, outros neurônios que estão funcionando tem de assumir aquela função. No caso de uma pessoa que teve um AVC o hemisfério que perdeu metade do cérebro, não tem cérebro para comandar a perna ainda assim, após a reabilitação o paciente consegue ficar de pé e andar, isso acontece porque outros neurônios motores assumem a função daqueles neurônios que já não existem mais. Igualmente na reabilitação cognitiva existe um aprendizado de outros neurônios formando uma nova rede neuronal para fazer a função que está debilitada ou, simplesmente aprende-se novas técnicas para conseguir lidar melhor com aquela deficiência. Seja por readquirir aquilo que perdeu ou por criar métodos de compensação daquilo que falta a reabilitação torna o processo eficaz.

Exemplos de neuroreabilitação que todo mundo conhece na prática são o de pessoas que perderam a visão ou perderam a audição e precisam aprender a ler Braille, ou a ler libras para se comunicar. Uma pessoa que perdeu a visão tem de aprender a ouvir melhor, a usar uma vara como uma forma de localização, a exercer o olfato, a sentir melhor a textura de superfícies, a dobrar o dinheiro de maneira diferente e ler em Braile. Todos esses aprendizados são uma nova maneira de agir, proporcionados pela reabilitação. Igualmente, quem perde a audição também tem de aprender a se locomover, a se comunicar e a viver sem a audição E para isso, ela vai aprender a leitura de lábios, libras, leitura de sinais luminosos para conseguir se adaptar a um mundo sem audição.


No caso de pacientes com TDAH, tanto adulto quanto infantil, é possível realizar a reabilitação cognitiva. O paciente portador de TDAH tem tem uma condição que não é passageira, a pessoa tem um déficit de atenção que não irá embora facilmente. Do mesmo modo, uma pessoa que tem problema de visão que tem uma condição e esse déficit de visão que não irá embora. A pessoa que tem um déficit de atenção tem um défice de atenção que não irá embora. Então a pessoa necessita aprender a conviver e se adaptar melhor com a sua condição. O neuro reabilitador pode ajudar a pessoa a reconhecer os limites de atenção dela e lhe ensinar a usar sua capacidade funcional dentro de suas limitações.


Por exemplo, uma pessoa jovem que tenha TDAH está em tratamento médico adequado está tentando estudar para passar na prova de um concurso, mesmo com o correto tratamento médico ainda não obteve uma boa performance. Quando iniciou o tratamento de reabilitação cognitiva a reabilitadora testou ele da seguinte forma: solicitava que ela lesse o seu material de estudo e com um minuto ela pediu para parar e dizer o que ele leu, o paciente lembrou depois, pediu para ler durante dois minutos, ele lembrou de tudo, depois pediu para ler durante 4 minutos e ele também lembrou de tudo, pediu para ler durante seis minutos, já começou a ter dificuldade para lembrar do livro, solicitou ler durante 8 minutos, lembrou basicamente do final, durante a leitura em 10 minutos lembrou basicamente das últimas linhas. Com esses parâmetros, a neuroreabilitadora determinou que o melhor spam de atenção para ele era de 5 minutos de leitura, assim fez um exercício no qual colocou um despertador programado para soar o alarme em 5 minutos e após 5 minutos de leitura, ele interrompia a leitura e deveria gravar um áudio com o resumo do que ele tinha lido, logo depois fazia exercícios de alongamento de forma rápida e retornava a leitura de mais 5 minutos. Com a adoção desse exercício simples a eficácia e o aproveitamento da leitura do paciente aumentou muito e ele conseguiu passar no seu concurso.

A reabilitação cognitiva também é utilizada nos transtornos cognitivos leves, nas demências, no Alzheimer, no Parkinson e em toda outra doença neurodegenerativa nessas patologias identifica-se quais são os principais elementos que estão mais deficitários, sejam eles de linguagem, de atenção, de capacidade práxica ou vizinho espacial. O neuroreabilitador estimula o paciente a realizar com pequenas tarefas com desafios crescentes e de maneira contínua, a repetição da tarefa treinada e estimulada é o que leva a pessoa à reabilitação cognitiva. Isso vem da mesma lógica da fisioterapia motora, o paciente volta a andar por estimulação repetitiva de pequenas tarefas e a pessoa volta a ter a capacidade cognitiva por estimulação cognitiva que continuam de pequenas tarefas e mais tarde, a realizam tarefas maiores e mais complexas.

Nas modernas técnicas de reabilitação cognitiva utilizadas hoje em dia, também são empregadas técnicas de biofeedback e a estimulação magnética transcraniana que potencializam os efeitos terapêuticos da reabilitação cognitiva realizada pelo profissional saúde.

Na Clínica Regenerati possuímos tanto neuropsicólogos, como terapeutas ocupacionais habilitados para reabilitação cognitiva, como também contamos com o uso de aparelhos de biofeedback e de estimulação magnética transcraniana.

Os procedimentos são realizados por Ida Bujanski

Referências: